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Em um ano, Ford perde fábrica, seis modelos, todos os caminhões e 43 lojas

Em crise global que parece ainda mais acentuada no Brasil, marca americana perde espaço e aposta em futuros lançamentos para se reerguer nos próximos anos

Por Leonardo Felix
Atualizado em 27 jun 2020, 15h33 - Publicado em 4 Maio 2020, 07h00
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    A Ford não vive um momento fácil no mundo: é uma das marcas generalistas com mais dificuldade em gerar lucro por unidade vendida e, por isso, vem abandonando os segmentos de carros de passeio para apostar pesado em SUVs, picapes e utilitários.

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    Mas sua situação parece ainda mais complicada no Brasil. Por aqui, nos últimos 15 meses, a fabricante de origem americana vem acumulando uma série de notícias negativas em nosso mercado.

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    A mais recente delas foi a morte do Fusion, modelo que já foi o sedã grande mais vendido do país e responsável por ser o carro que conferia status à marca do oval azul.

    Mas esta foi apenas a ponta do iceberg. Além dele, em junho do ano passado a companhia encerrou de uma só vez a produção do Fiesta em São Bernardo do Campo (SP) e a importação da família Focus (hatch e sedã), que vinha da Argentina.

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    Sedã grande Fusion é a mais recente baixa da operação da Ford no Brasil (Divulgação/Ford)

    Em janeiro de 2019, já havia finalizado as vendas do Fiesta Sedan, trazido do México. E, em maio, deixara de oferecer a configuração flex da picape Ranger. No total, são seis produtos a menos no país.

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    Ou seja: num período de pouco mais de um ano, a Ford enxugou pela metade sua gama de carros novos, ficando apenas com outros seis modelos: Ka, Ka Sedan, EcoSport, Ranger diesel, Mustang e Edge.

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    Família Ka responde, atualmente, por 3/4 de todas as vendas da Ford no Brasil (Christian Castanho/Quatro Rodas)

    E olha que, no caso do suvão Edge, a opção foi cancelar a vinda de qualquer versão de caráter civil, deixando em linha apenas a esportiva ST, que tem índices inexpressivos de emplacamentos (menos de 100 exemplares no primeiro trimestre de 2020).

    Tanto que ele sequer aparece nos rankings do ano da Fenabrave, a associação nacional dos concessionários. Entre os demais, apenas os membros da família Ka constam entre os 20 primeiro, sendo responsáveis por 74% de todas as vendas. Confira:

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    Modelo Unidades vendidas (1º tri 2020)
    Ka 22.620
    Ka Sedan 9.827
    EcoSport 6.727
    Ranger diesel 4.513
    Mustang 125
    Edge ST No máximo 92

     

    E se a família Ka responde por praticamente três em cada quatro Ford vendidos atualmente no Brasil, há quem diga que nem hatch nem sedã dão lucro à empresa, o que torna o cenário ainda mais complicado.

    Ao mesmo tempo, uma das apostas mais recentes da operação, o EcoSport sem estepe, jamais chegou perto de embalar nas vendas.

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    Grande aposta da Ford em 2019, Ka Titanium runflat passou longe de empolgar o consumidor (Divulgação/Ford)

    Mas o mais impressionante talvez tenha sido a decisão de fechar fábrica do ABC Paulista, deixandio mais de 3.000 funcionários sem emprego.

    Como consequência, a Ford Caminhões, divisão de utilitários pesados da marca que operava no Brasil desde 1957, foi descontinuada. De uma só vez, todos os modelos das famílias Cargo e Série F deixaram o mercado.

    Em 2019, Ford também abandonou integralmente a produção e o mercado de caminhões (Divulgação/Ford)

    Um reflexo do momento vivido pela marca no país é que a Ford foi a única das consideradas “quatro grandes” do setor automotivo nacional a registrar queda nas vendas em 2019.

    Enquanto Chevrolet, Fiat e Volkswagen cresceram, respectivamente, 9,54%, 12,4% e 12,56%, todas com saldo de emplacamentos positivo em mais de 40.000 veículos com relação a 2018, a Ford baixou de 226.437 para 218.426 unidades vendidas, queda de 3,53%.

    Resultado: a Ford viu sua rede concessionária cair de 365 para 322 pontos, um recuo de 43 revendas ou 11,8%, e perdeu o posto de quarta marca automotiva mais popular do país para a Renault.

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    Esperanças de retomada

    Empresa deposita grandes esperanças na terceira geração do EcoSport (João Kleber Amaral/Quatro Rodas)

    As esperanças de volta aos bons dias passam por uma série de produtos, quase todos SUVs e picapes, que serão lançados no Brasil nos próximos anos e devem repopular sua linha de produtos novos.

    Ainda este ano será lançado o Territory, importado da China e com um peculiar motor 1.5 turbo flex de ciclo Miller. Em 2021 devem chegar o Bronco Sport, substituto direto do Fusion em faixa de preço, e o Escape híbrido, que ocupará o lugar do Fusion Hybrid.

    Territory será o primeiro da leva de novos produtos a chegar, ainda este ano (Divulgação/Ford)

    Em 2022 o país deve receber o projeto Courier, picape compacta-média criada para brigar diretamente com a Fiat Toro.

    Entre os nacionais, a marca apostará pesado na nova geração do EcoSport (projeto BX755), já desvelada em primeira mão por QUATRO RODAS e que deve ganhar vida no final de 2021.

    Picape compacta-média Courier vem em 2022 (Projeção/MotorTrend/Reprodução)

    Além disso, há dois SUVs de porte médio no radar, os projetos BX784 (convencional) e BX785 (caimento estilo cupê), que serão lançados em 2022. Os três serão produzidos em Camaçari (BA).

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    Já o Ka não deve ganhar nova geração. Em vez disso, a Ford deve apostar em estratégia similar áquela aplicada pela Hyundai no HB20: uma reestilização profunda de hatch e sedã, incluindo pequenas mudanças estruturais e nas dimensões.

    Mas isso deve ficar só para 2023 (com chances de que o compacto recebe mudanças pequenas nesse ínterim).

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