Teste: VW Polo TSI é um Up! TSI maior e mais rápido, e ainda faz 18,3 km/l

Desde 2017, quando a atual geração do Polo chegou ao Brasil, o público entusiasta clamava por uma versão com motor turbo e câmbio manual. Demorou, mas ela chegou com a missão de ser uma configuração intermediária no lugar das antigas 1.6. Mais do que isso, porém, o novo Polo TSI chega preparado para ser o sucessor do Up! TSI, que deixou órfã uma legião de fãs no Brasil ao sair de linha, em 2021.

Por ser a segunda versão mais barata do Polo, desconsiderando a Track, a TSI (sem nenhum outro sobrenome e que parte de R$ 95.990) tem altos e baixos em equipamentos e acabamentos.

O VW Polo TSI oferece de série uma central multimídia de 6,5”com Android Auto e Apple CarPlay (via cabo), ar-condicionado analógico, sensores de ré, assistente de partida em rampas, quadro de instrumentos digital de 8”, rodas de 15” e faróis full led.

Por outro lado, não há câmera de ré, ajustes na coluna de direção ou sequer conta-giros, ainda que o quadro digital permita certa personalização com uma variedade de informações. Além disso, mesmo tendo duas portas USB do tipo C próximas ao porta-objetos no console central, apenas a do tipo A faz a conexão das plataformas Android e Apple. Esta fica logo abaixo da central e faz com que o cabo fique pendurado no painel e, pior, podendo se enrolar na alavanca do câmbio.

No acabamento, o modelo não esconde a simplicidade, embora tente com válidos artifícios. Os materiais utilizados são simples e rígidos, mas de boa qualidade. Os truques ficam a cargo da faixa central brilhante, com imitação de fibra de carbono, que percorre o painel. Também há apliques em preto brilhante e que simulam aço escovado.

Os bancos, com apoio de cabeça embutido como em todas as demais versões, são bonitos, confortáveis e apoiam bem o corpo com as pronunciadas abas laterais, mesmo utilizando tecidos simples. Ainda por dentro, o Polo tem espaço traseiro suficiente para levar, com conforto de pernas e cabeça, duas pessoas de aproximadamente 1,80 m. Para quem vai atrás, nada de saída de ar-condicionado ou portas USB. Para as bagagens, o espaço está na média do segmento, com 300 litros de capacidade.

SAUDADE DO UP!? 

A grande expectativa em torno do Polo TSI era se o modelo supriria a ausência deixada pelo Up! TSI no Brasil. De cara, a resposta é sim. O motor 1.0 turbo de até 116 cv e 16,8 kgfm (o mesmo do Up!, mas com 11 cv a mais), em conjunto com o câmbio manual de cinco marchas, dá ao hatch um desempenho até superior ao do subcompacto.

Em nossos testes, com gasolina, o Polo TSI manual foi de 0 a 100 km/h em 11,2 segundos, contra 11,7 s do Up!, 12,4 s do antigo Polo 1.6 manual e 11,8 s do atual Polo TSI automático. Isso fica claro na condução, que é divertida, com acelerações rápidas e uma entrega de torque até abrupta.

Como de praxe nos Volkswagen, o câmbio tem engates firmes e precisos. As relações das marchas são ligeiramente alongadas, o que dispensa reduções constantes mesmo em rodovias, onde ele mantém o fôlego. É um trabalho tão bom que o motorista nem sente falta de uma sexta marcha (que funcionaria mais como overdrive), uma vez que a quinta dá conta do recado na hora de fazer ultrapassagens e retomadas sem grande esforço.

Ainda assim, um conta-giros seria bem-vindo para melhor visualização da faixa em que o motor trabalha no momento e, assim, calcular melhor as manobras. Essas relações também contribuem para o consumo, com as boas médias de 13,8 km/l na cidade e 18,3 km/l na estrada. Estes números são bastante semelhantes aos de Up!, Polo 1.6 e do novo Polo TSI automático.

Mais do que números, porém, o Polo substitui o Up! com uma construção e dirigibilidade muito superiores, a começar pela plataforma, mais moderna e robusta. A suspensão, mesmo ficando mais confortável em relação ao Polo antes da reestilização, ainda prioriza a estabilidade e não deixa que o modelo tenha balanços ou saídas indesejados.

Nesta versão, os pneus de perfil 65, bastante alto, ajudam no conforto. A direção leve e direta é prática no dia a dia e agrada a quem busca por uma tocada com mais esportividade. O único problema está na posição de dirigir. Por falta dos ajustes de altura e profundidade da coluna de direção, não é possível encontrar uma posição mais baixa e, portanto, mais interativa.

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O Polo TSI manual pode até ter limitações, mas cumpre muito bem a missão a que se propõe.

Veredicto Quatro Rodas – O Polo TSI tem limitações, mas as compensa com equipamentos e ótimos números  de desempenho e consumo. Para os padrões atuais, o preço também é elogiável.

Ficha Técnica – VW Polo TSI

Motores: flex, diant., transv., 3 cil., turbo, 12V, 999 cm³, 116/109 cv a 5.000 rpm, 16,8 kgfm entre 1.750 e 4.500/4.250 rpm (e/g)
Câmbio: manual, 5 marchas, tração diant.
Direção: elétrica
Suspensão: McPherson (diant.), eixo de torção (tras.)
Freios: disco vent. (diant.); tambor (tras.)
Pneus: 185/65 R15
Dimensões: compr., 407,4 cm; larg., 175,1 cm; alt., 147,1 cm; entre-eixos, 256,6 cm; peso, 1.174 kg; porta-malas, 300 l; tanque de combust., 52 l

Teste Quatro Rodas – VW Polo TSI

Aceleração
0 a 100 km/h:11,2 s 
0 a 1.000 m: 32,2 – 166,6 km/h
Velocidade máxima : 193 km/h (dado de fábrica)
Retomadas
D 40 a 80 km/h: 6,7s
D 60 a 100 km/h: 9,7 s
D 80 a 120 km/h: 15 s
Frenagens
60/80/120 km/h a 0: 14,8/26,6/60,7 m
Consumo
Urbano: 13,8 km/l
Rodoviário: 18,3 km/l
Ruído interno
Neutro/RPM máx.: 38,4/62,4 dBA
80/120 km/h: 62,6/68,7 dBA
Aferição
Velocidade real a 100 km/h: 97 km/h
Rotação do motor a 100 km/h: n/d
Volante: 2,7 voltas
Seu Bolso
Preço básico: R$ 95.990
Garantia: 3 anos

Condições de teste: alt. 660 m; temp., 28,5 °C; umid. relat., 53%; press., 1.012 kPa.