Teste: Volvo XC60 T8 Polestar Engineered é SUV híbrido e esportivo
Versão de topo do XC60 tem conjunto híbrido com 407 cv e muita vitalidade, mas conjunto se destaca pelo comportamento suave
Versão tem detalhes esportivos, mas conjunto mantém discriçãoEsqueça a imagem de calmaria e sensatez que muitos modelos da Volvo ainda passam. O XC60 das fotos, definitivamente, não está para brincadeiras. Trata-se da versão preparada pela Polestar, divisão esportiva que ganhou status de marca independente, mas ainda dá alguns pitacos nos Volvo atuais.
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A Polestar é para a Volvo o que a AMG é para a Mercedes-Benz, responsável pelos modelos mais viscerais das marcas-mãe. Embora a Polestar ainda não tenha o prestígio da AMG, seu trabalho nos Volvo deixa claro a competência da divisão, que consegue quebrar paradigmas numa empresa com valores tão arraigados.
Isso porque a marca sueca sempre foi um bocado reticente em levar para seus carros de rua uma pegada verdadeiramente esportiva, a despeito de seu histórico nas categorias de turismo europeias. Mas em uma ou outra versão R aqui e ali, o mundo pode ver do que a Volvo era capaz, algo que aparece novamente neste XC60.
A Polestar pegou a já existente versão T8, com um competente conjunto híbrido de 407 cv, e fez seu trabalho, tornando o modelo algo especial, ainda que muitas das melhorias estejam onde os olhos não veem.
O T8 Polestar Engineered traz uma “joie de vivre” discreta, mas que mostra seu valor aos poucos. Ele sai por R$ 361.950 e, embora seja mais caro que o T8, ainda custa menos que rivais como o Audi S Q5 ( R$ 459.990).
Por fora, o Polestar é bem parecido com um XC60 comum . Não fossem as enormes rodas de 22 polegadas e as pinças de freio amarelas, o modelo passaria sem ser notado.
E, curiosamente, ainda que tenha o mesmo motor do T8, o Polestar mostra sua potência na primeira acelerada. O conjunto parece mais pronto aos comandos do pé direito, até nos modos de condução mais comportados. E a forma como o SUV de mais de 2 toneladas entrega a potência parece ainda mais curiosa ao se tra tar de um híbrido.
Parado, a cabine repousa em silêncio absoluto, que se mantém em um uso cotidiano. As baterias conseguem boa autonomia em trajetos urbanos e o 2.0, que tem turbo e compressor, dificilmente será chamado ao trabalho.
Mas quando o conjunto todo aparece, o XC60 Polestar mostra a que veio, com respostas surpreendentemente rápidas. Quando motor a gasolina e elétrico se unem, o conjunto transmite muita força. Embora poderosas, no entanto, as respostas são entregues de forma suave, como se os dois motores não fizessem esforço.
Mesmo no modo Power, que deixa o conjunto mais alerta, a suavidade no funcionamento impressiona, principalmente por se tratar da versão mais esportiva da gama. Nem de longe este XC60 tem o comportamento explosivo de um Mercedes-AMG, por exemplo.
E essa é uma das características marcantes do SUV da Volvo, já que, embora instigante, conviver diariamente com um seis-cilindros ou V8 constantemente incitando o motorista pode ser cansativo no dia a dia. O Polestar entrega muito desempenho, mas quase sempre em silêncio.
Tanto que no trânsito urbano, o modelo nem parece capaz de acelerar de 0 a 100 km/h em menos de 6 segundos. O que não quer dizer que o motor elétrico não dê conta de levar os 2.100 kg do modelo com desenvoltura. É de fato possível rodar um bocado na cidade e “esquecer” do 2.0.
Mas, para aproveitar todo o potencial do conjunto híbrido, é quase essencial recarregar a bateria na tomada. Isso porque, uma vez usada até o fim, o sistema constantemente precisa do motor a gasolina para pequenas recargas, principalmente em uso urbano – há um modo específico em que o 2.0 é usado como gerador de energia, mas ele consome combustível e acaba tirando um pouco da graça de usar um conjunto tão competente.
No entanto, nem tudo são flores, a suspensão com amortecedores ajustáveis manualmente da Öhlins faz maravilhas para o XC60 nas curvas, mas cobra seu preço com um rodar firme, quase desconfortável em vias de pavimento ruim. Os pneus com perfil baixo também sofrem com buracos e valetas e o XC60 Polestar é notavelmente mais duro do que as versões civis.
Ainda bem que os bancos são confortáveis e menos rígidos do que suas estruturas com várias partes podem fazer parecer. Ainda assim, esse XC60 não é para quem procura um rodar suave.
O acabamento segue a cartilha dos Volvo recentes e é primoroso. A cabine é revestida de materiais de qualidade, com couro e metal em abundância. Mesmo as superfícies plásticas são de ótima qualidade: agradam aos olhos e são suaves ao toque. E, além de bem-feita, a cabine ainda é elegante, como quase tudo neste Volvo preparado.
TESTE – Volvo XC60 T8 Polestar
Aceleração
0 a 100 km/h: 5,9 s
0 a 1.000 m:
25,8 s – 201 km/h
Velocidade Máxima
210 km/h*
Retomada
D 40 a 80 km/h: 2,7 s
D 60 a 100 km/h: 3,2 s
D 80 a 120 km/h: 4 s
Frenagens
60/80/120 km/h – 0 m:
13,4/23,8/53,5 m
Consumo
Urbano: 18,8 km/l
Rodoviário: 16,8 km/l
FICHA TÉCNICA
Preço: R$ 361.950
Motor: gasolina e elétrico, dianteiro, transversal, 4 cil., 16V, turbo e compressor, 1.969 cm3;
Potência: 407 cv a 5.700 rpm
Torque: 65,3 kgfm a 2.200 rpm
Câmbio: 8 marchas, tração integral (AWD)
Suspensão: braços sobrepostos (diant.) / múltiplos braços (tras.)
Freios: disco ventilado (diant./ tras.)
Direção: elétrica
Rodas e pneus: liga-leve, 265/35 R22
Dimensões: compr., 468,8 cm; larg., 190,2 cm; alt., 165,8 cm; entre-eixos, 286,5 cm; peso, 2.174 kg; tanque, 70 l; porta-malas, 468 litros
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