Impressões ao dirigir: novo BMW X2, o efeito Evoque
O BMW X2 é uma versão menor e mais cara do irmão X1. Mas, lindo e esportivo desse jeito, quem falou que isso é um problema?
Quando a Land Rover lançou o Evoque em 2010, parecia um contrassenso uma marca especializada em utilitários off-road criar um SUV baixo, esportivo, apertado e caro.
Mas a fórmula deu tão certo que outros vieram atrás. Agora é a vez de a BMW encarar essa trilha, com o novo X2. O modelo usa a plataforma UKL, a mesma do X1, o SUV mais vendido da marca alemã.
Apesar de compartilhar o entre-eixo de 2,67 metros, o novo modelo é menor, para reforçar sua esportividade, evidente no design e na dirigibilidade. O X2 é 7 cm mais baixo do que o X1 e 8 cm mais curto.
Mas também chama a atenção por trazer uma grade dianteira com uma parte inferior mais larga do que a superior, o que acontece pela primeira vez nas últimas décadas, e também pela colocação do logotipo na coluna traseira, que já não se via na marca bávara desde os modelos 2000 CS e 3.0 CSL, nos anos 60.
Chama ainda a atenção a linha de cintura ascendente, a estreita superfície envidraçada nas laterais e a pequena vigia traseira, o que reduz consideravelmente a visibilidade em prol de um visual agressivo.
Na Europa, o X2 estreia com três motorizações: sDrive20i com tração dianteira e um 2.0 a gasolina de 192 cv (0 a 100 km/h em 7,7 e máxima de 227 km/h); xDrive20d com 4×4 e um 2.0 diesel de 190 cv (7,7 s e 221 km/h); xDrive25d idêntico na mecânica, mas com 231 cv (6,7 s e 237 km/h).
As versões diesel trabalham com o câmbio automático de oito marchas e a gasolina usa um automatizado de dupla embreagem de sete velocidades, tal como já acontece com o X1.
O mercado brasileiro só deverá receber o modelo a gasolina, que chega ao país no segundo trimestre deste ano.
Como em outros BMW, existe o sistema Driving Experience, que permite selecionar modos de condução Eco Pro, Comfort ou Sport, com alteração na resposta do acelerador, da direção, da transmissão automática, do som do motor e do sistema de ar-condicionado.
E se o X2 estiver equipado com o controle dinâmico de amortecimento (o que o deixa 10 mm mais baixo), os ajustes também alteram a rigidez da suspensão.
Por dentro, vemos a habitual qualidade de construção e materiais que caracterizam os BMW X, com a central multimídia (de 6,5 ou 8,8 polegadas) direcionada para o motorista, como é normal na marca.
Esta sexta geração do sistema de controle iDrive agora pode ser acionada por voz. Há ainda a possibilidade de adquirir o opcional head-up display, projetado no para-brisa – mas não há nem como opcional um quadro de instrumentos digital.
Também agrada no interior o tamanho das bolsas nas portas (à frente e atrás), as saídas de ventilação diretas para os passageiros traseiros e o fato de o túnel central no piso ser menos intrusivo que nos outros BMW, pelo banco traseiro estar numa posição mais elevada.
Há espaço para cinco adultos, apesar de o quinto sofrer um pouco na parte central do banco de trás. Aliás, esse assento pode ser rebatido em 60/40 ou 40/20/40, para flexibilizar o transporte de passageiros e de carga.
O comprimento traseiro é de 70 cm (medido até as costas dos bancos dianteiros), 5 cm menos do que no BMW X1 e menos 3 cm do que no Jaguar E-Pace. Por outro lado, tem 3 cm a mais que no Audi Q3 e mais 1 cm do que no Mercedes GLA.
O porta-malas, de 470 litros, é razoável, mas é 35 litros menor que o do irmão X1. Ao menos ele consegue superar os concorrentes diretos, como o Audi Q3 (em 10 litros) e o Mercedes GLA (50 litros), perdendo somente para o Jaguar E-Pace (10 litros).
Nosso primeiro contato com o novo X2 aconteceu em Portugal, onde só havia a opção 2.0 diesel de 190 cv. Mas já foi suficiente para perceber como o X2 é baixo: de perto este SUV quase parece um hatch esportivo, sensação reforçada no interior – os bancos são 2 cm mais baixos do que no X1, apesar de ter a mesma distância da carroceria ao solo.
A primeira sensação dinâmica é muito positiva, tanto pelo bom isolamento acústico do interior como pela qualidade do rolamento, mesmo a afinação da suspensão sendo mais seca.
Nas curvas, o X2 não inclina mais do que um hatch – claro que ajudou bastante os largos pneus 225/45 R19 que estavam montados nas unidades que dirigimos.
Se ele é bonito e gostoso de dirigir, não há dúvida. A questão para a BMW será convencer o público-alvo, mais jovem que a média do X1, de que vale a pena pagar mais por um SUV menor e mais apertado.
O BMW X2 já está em pré-venda no Brasil e a entrega do primeiro lote, de 100 unidades, deve começar entre abril e maio. Os preços começam em R$ 211.950 para a versão sDrive20i GP e em R$ 246.950 para sDrive20i M Sport X.
Ambas têm motor 2.0 turbo de 192 cv e 28,6 mkgf de torque disponível desde 1.350 rpm.
Já um Evoque SE custa a partir de R$ 228.500, chegando a R$ 253.500 na versão HSE – além dos R$ 293.100 cobrados pela carroceria conversível.
No Brasil, a BMW revelou os preços do X1 por R$ 211.950 a R$ 246.950, na mesma faixa do Evoque – as versões a gasolina vão de R$ 228.500 a R$ 253.500. O que indica que a BMW está no caminho certo.
Ficha técnica – BMW X2 sDrive 20i
- Preços: R$ 211.950 a R$ 246.950
- Motor: gasolina, dianteiro, transversal, 4 cilindros em linha, 1.998 cm³, 16V, 94,6 x 82,0 mm, 11:1, 192 cv a 5.000-6.000 rpm, 28,6 mkgf a 1.350-4.600 rpm
- Câmbio: automatizado, 7 marchas, tração dianteira
- Suspensão: McPherson (diant.) /multilink (tras.)
- Freios: disco ventilado nas quatro rodas
- Direção: elétrica
- Rodas e pneus: 225/55 R17
- Dimensões: comprimento, 436 cm; largura, 182,4 cm; altura, 152,6 cm; entre-eixos, 276 cm; peso, 1.535 kg; tanque, 51 l; porta-malas, 470 l
- Desempenho: 0 a 100 km/h em 7,7 s, velocidade máxima, 221 km/h (dado de fábrica)