Novo EQA é o elétrico mais barato da Mercedes – e ainda custa muito caro
Marca apresenta também o EQB 250, com sete lugares, e o EQE 300, com uma autonomia de 645 km. Agora a Mercedes conta com cinco modelos eletrificados
Foi-se o tempo que o elétrico mais caro do Brasil custava R$ 575.000. O modelo em questão era o Mercedes EQC que era lançado no Brasil há pouco mais de dois anos.
Nesta quinta-feira (27) a Mercedes lançou no Brasil seu SUV elétrico de entrada, o EQA 250, mas que não é nada acessível: custa a partir de R$ 480.900.
A marca já aproveitou a ocasião e anunciou mais dois modelos eletrificados, o EQB 250, o primeiro elétrico sete lugares da Mercedes, e o EQE 300, o sedã cupê esportivo e que assume o título de elétrico com a maior autonomia do Brasil com 645 km – acima do BMW IX (600 km) e mesmo do irmão maior AMG EQS 53 (580 km).
Tivemos a oportunidade de andar poucos quilômetros com cada um dos novos elétricos pelas ruas de São Paulo e já tiramos algumas conclusões.
0 a 100 km/h em 8,6 segundos
O Mercedes EQA é o primeiro carro elétrico da família de compactos da marca e faz sua estreia na versão EQA 250, com motor elétrico dianteiro de 190 cv e 38,2 kgfm, que o permite chegar aos 100 km/h em 8,6 segundos, segundo a marca.
As baterias de íons de lítio têm capacidade de 66,5 kWh e estão acomodadas no assoalho do SUV em um conjunto de dois andares com função estrutural. As baterias de íons de lítio proporcionam autonomia de até 496 km no ciclo WLTP, usado como referência na Europa.
A autonomia surpreende positivamente e é maior do que a do rival direto, o Volvo XC40 Single Electric, que tem 418 km. Por outro lado, o rival sueco, também com tração dianteira e único motor, é mais potente (234 cv) e custa menos: por R$ 329.950, é R$ 150.950 mais barato que o EQA.
De qualquer maneira é menor em dimensões que o EQA e só um comparativo pode revelar se o Mercedes é superior ao Volvo ou não.
Não é segredo que o EQA possui a mesma plataforma do seu irmão a combustão GLA, mas não é só isso que compartilham. O interior é idêntico, o famoso “sem tirar, nem por” do GLA e a vida a bordo só muda na condução. Inclusive a decisão de não mudar a cabine é bem acertada, afinal além de agradar em design é ergonômica com comandos e telas voltadas para o motorista.
Ao volante o rodar suave típico dos Mercedes é perceptível, mas de forma mais contundente. Pois a suavidade proporcionada pelo conjunto de suspensão é potencializada pelo silêncio que “invade” a cabine.
E é factível que o 0 a 100 km/h seja cumprido em menos de 9 segundos, pois é ágil em todas as acelerações e retomadas. A estabilidade da carroceria também impressiona mesmo em um carro mais alto como o EQA graças ao peso das baterias no assoalho que permitem que fique mais assentado e consequentemente mais estável.
Segundo elétrico sete lugares
O pioneirismo como carro elétrico sete lugares é atribuído ao BYD Tan, lançado em fevereiro deste ano. Mas, o Mercedes EQB 250 é celebrado por ser o primeiro elétrico sete lugares da Mercedes e compõem a nova linha de eletrificados da marca, que já conta com cinco modelos.
O EQB também deriva de um modelo a combustão, o GLB. Assim como o EQA, adota conjuntos de faróis e lanternas exclusivos (na traseiras, as lanternas dos EQA e EQB são inteiriças), rodas diferenciadas e para-choques remodelados.
O motor elétrico é o mesmo utilizado no EQA que rende até 190 cv e a bateria tem a mesma capacidade com 66,5 kWh, porém a autonomia reduz para 474 km, devido ao peso extra do SUV.
O EQB 250 tem 22 cm a mais no comprimento (468,4 cm) e 8 cm na altura (168,8 cm) em relação ao EQA e ainda é 70 kg mais pesado. E esse incremento no peso também impacta no seu desempenho no 0 a 100 km/h que é, segundo a Mercedes, de 8,9 segundos – 0,3 segundos de diferença.
Por mais que seja uma diferença pequena, no curto trajeto urbano com o EQB é presente o fato de ser um pouco menos ágil que o EQA e isso pode ser atribuído até por suas dimensões e trazer a vantagem de carregar até sete ocupantes.
O preço também incomoda por aqui. Afinal são R$ 502.900, também bem mais caro que o rival chinês que custa R$ 487.590. E o BYD Tan é bem mais potente, são 517 cv oferecidos por dois motores elétricos, um em cada eixo, e portanto também traz tração integral.
Por enquanto, a versão 250 será a única oferecida no Brasil. Não estão descartadas, porém, configurações mais potentes equipadas com dois motores e tração integral, como as 300 e 350, disponíveis para os dois modelos na Europa.
Maior autonomia do Brasil
A Mercedes esperou o fim do ano para revelar de uma só vez sua ofensiva elétrica e também apresentou o EQE 300, que não deriva de nenhum modelo a combustão e compartilha a plataforma com o Mercedes-AMG EQS, apresentado recentemente.
Graças a essa plataforma de carros elétricos da Mercedes (MEA), o EQE tem muito mais espaço do que o Classe E, modelo a combustão de porte semelhante. Embora seja apenas 1,1 cm maior no comprimento (4,946 m), o sedã elétrico oferece 18,1 cm a mais na distância entre-eixos.
O Mercedes EQE também têm semelhanças na aparência com o irmão elétrico maior. É o caso da carroceria em forma de arco, da cabine avançada, do estilo dos faróis, do painel negro no lugar da grade frontal e do capô (que só os técnicos da marca alemã conseguem abrir). E partilham as maçanetas ocultas e escamoteáveis e o acionamento elétrico de portas
Além disso, em relação ao Classe E, o lançamento tem 2,7 cm a mais de largura na frente e 8 cm adicionais de espaço para pernas no banco traseiro. Atrás, os assentos são 6,5 cm mais altos, por causa da grande bateria no piso.
Falando em baterias, elas têm capacidade de 89 kWh, e a autonomia proporcionada é de 645 km e conforme já dito, o carro elétrico com o maior alcance do país.
O motor é traseiro e tem 245 cv e 56,08 kgfm; sozinho, precisa cuidar de quase 2.400 kg. Sendo bem sincera, esse primeiro test-drive foi muito curto e em ambiente urbano. Não foi suficiente para avaliar se esse motor é suficiente para o sedã.
Inclusive era esperado que a versão que chegasse no Brasil fosse a mais potente, a 350+, que rende até 292 cv, mas a marca preferiu trazer a versão mais mansa e não há perspectiva de trazê-la pra cá por enquanto.
–O interior claro é impactante e escancara que trata-se de um sedã esportivo de luxo. Os bancos são de couro claro, assim como, os carpetes na primeira e segunda fila. A central multimídia tem tela flutuante de 12,9” e é posicionado na vertical, já o quadro de instrumentos também digital tem 12,3”.
A central MBUX recebe um software adaptável, completamente personalizável e faz sugestões personalizadas para inúmeras funções de infoentretenimento, conforto e do veículo.
O preço de R$ 709.900 o coloca em uma faixa de mercado em que briga com nada menos que o Porsche Taycan, que parte de R$ 629.000 e também é mais potente, com 326 cv. Portanto, vida fácil o Mercedes EQE não terá por aqui.