Fusca, Jeep, Opala: PM de São Paulo conserva suas antigas viaturas
Do Fusca ao Santana, Polícia Militar paulista busca manter vivos e preservados um pouco dos carros que marcaram sua história
Se perguntar a uma criança, o que ela quer ser quando crescer, você tem grande chance de ouvir bombeiro ou policial. Uma explicação para isso é bem simples: são as duas profissões mais próximas da vida de um super-herói. Ambas usam uniformes e socorrem quem está em perigo, salvando a vida das pessoas.
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E claro que junto com o uniforme vem cinto de utilidades, rádio comunicador e um carro. E não é um carro qualquer, ele tem pintura especial, luzes estroboscópicas e licença para andar mais rápido que os outros.
É por isso que eu, você e até seu pai ou avô sempre vão guardar na lembrança uma viatura de Polícia. Na minha época, por exemplo, o VW Fusca era a máquina! Eu tinha até um igual em miniatura.
Para a Polícia Militar do estado de São Paulo, preservar essa história é uma função realizada com carinho pelo centro de motomecanização da corporação que fica na capital e existe desde a década de 1950. Esse departamento foi criado para tomar conta da frota dos primeiros carros utilizados para o policiamento, que não eram carros e sim jipes, que chegaram para substituir os cavalos, que até então eram a maioria do efetivo.
Atualmente, além de cuidar de toda a frota de viaturas da corporação, o coronel Lucena, junto com sua equipe, zela por aproximadamente 20 viaturas policiais antigas que estão sendo guardadas e preservadas desde a década de 1980.
Utilizadas em eventos cívicos em todo o estado de São Paulo, as viaturas vão desde o Jipe Willys dos anos 1950 até o VW Santana de última geração. No acervo pode-se ver um pouco da evolução dos modelos que, até poucos anos atrás, eram exatamente iguais aos que circulavam pelas ruas e qualquer pessoa poderia comprar em uma concessionária. Isso sempre foi um grande desafio para a Polícia.
Imagine só um policial militar transportando uma pessoa detida dentro de um Fusca original, por exemplo? Nem o gradil de separação entre as fileiras de assentos existia naquela época. Na lendária Chevrolet Veraneio, a situação era pior, porque o armamento ficava solto sobre os bancos, correndo de um lado para o outro, quando os policiais se deslocavam velozmente, durante uma perseguição.
Além dos problemas de ergonomia, as viaturas nem sempre eram os carros mais velozes de sua época, o que trazia uma desvantagem óbvia. Aos poucos, porém, isso foi mudando e melhorando.
A partir de 1987, a Polícia Militar passou a estudar suas necessidades e a desenvolver soluções para as viaturas. Com isso o Chevrolet Opala de 1987, por exemplo, já vinha equipado com suporte para armas longas, lanternas, maca, maleta de primeiros socorros, lanterna Sealed Beam 12 V de longo alcance e até a famigerada grade de separação entre a primeira e a segunda fileira de bancos, há tempos necessária.
Junto com o Opala vieram as VW Kombi e com elas foi desenvolvido um modelo de policiamento inédito, que até o Japão copiou. Hoje você conhece como a Base Móvel, mas originalmente se chama Polo – Policia-mento Ostensivo Localizado.
Outro carro de sucesso entre os policiais de sua época foi o Chevrolet Ipanema. Um dos raros modelos que foi unanimidade na corporação por seu ótimo espaço interno e o motor forte (1.8 de 98 cv e 14,6 kgfm). No acervo há também dois Land Rover Defender 110 sem teto, utilizado somente como carros para desfiles, além de um Fiat Uno, um Ford Verona, um Ford Corcel (que no dia não estava presente no acervo), além de motos da Harley Davidson e BMW.
O próximo modelo que o coronel Lucena e o capitão Fábio Demarzo estão de olho é o Corsa Sedan, que logo deverá ser integrado na coleção.
Todas as viaturas do museu foram carros que passaram a vida na rua, protegendo e servindo a comunidade. Ainda não há um projeto para criar um museu para visitação desse acervo, mas, enquanto isso, fique de olho nos eventos cívicos que acontecem no estado de SP, que todos eles estarão lá.
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