Vídeo: Kia Stonic é SUV híbrido com motor de Creta e preço de T-Cross
SUV compacto usa o mesmo motor 1.0 turbo do Hyundai Creta, mas é o primeiro híbrido do seu segmento
A Kia estava meio sumida, mas agora prepara sua retomada no mercado brasileiro focada na eletrificação. A nova geração do Sportage chega em 2022 apenas com versões híbridas e o moderno elétrico Kia EV6 desembarcará pouco tempo depois. O primeiro passo dessa mudança, entretanto, já foi dado com moderação: confira nosso teste com o Kia Stonic, o SUV compacto híbrido leve que já está à venda no Brasil.
O Kia Stonic chega importado da Coreia do Sul em versão única, sempre com motor 1.0 turbo ajudado por um pequeno motor elétrico, que acrescenta aproximadamente 3,4 kgfm ao três-cilindros, muito parecido com o 1.0 usado por HB20 e Creta. Defini-lo como um híbrido, entretanto, pode ser uma análise rasa.
Novos arranjos de carros elétricos seguem aparecendo, assim como novas siglas que os identificam – e que passam a estar cada vez mais integradas ao nosso vocabulário. No caso do Stonic temos um MHEV (mild hybrid electric vehicle), o tipo mais simples de eletrificação.
Nele, o motor de corrente alternada é conectado ao virabrequim do 1.0 turbo através de uma correia dentada, dando uma força extra em subidas e arrancadas. A conexão à tomada é inexistente e este mesmo motor funciona como motor de partida.
Não é muito torque extra, mas o aproveitamento é pleno graças ao excelente câmbio de sete marchas, de dupla embreagem imersas em óleo. Com ele as trocas são muito suaves e o sistema eletrônico se mostra competente em escolher a melhor marcha à ocasião.
Black Friday! Assine a Quatro Rodas a partir de R$ 6,90
O comportamento do motor elétrico também varia conforme o modo de direção. No Eco, por exemplo, o foco é em acumular energia, vinda da frenagem. Não é o suficiente para comandar o Stonic com apenas um pedal, como em carros elétricos, mas a sensação de um freio motor mais forte certamente poupa os freios — a disco nas quatro rodas — e traz satisfação, sabendo que a energia outrora desperdiçada agora é armazenada sob o porta-malas.
Outra função interessante é o modo Vela, que faz jus ao nome e, em descidas, desliga o motor 1.0 de maneira bem sutil, notável pelo conta-giros que despenca ao zero. Basta um toque nos pedais, entretanto, para que o motor Smartstream de 120 cv ressurja, seja para acelerar ou frear o modelo.
Qualidades ocultas
De acordo com a marca, a proposta do carro envolve “colorir o cinza da cidade”, com combinações bicolores bem chamativas que incluem o alvirrubro da unidade testada por QUATRO RODAS. Também há detalhes que soam desnecessários, como escapes duplos decorativos e entradas de ar falsas na dianteira.
Isso contrasta com o interior sóbrio e bem funcional, com poucos botões, sempre bem posicionados e com formas e texturas distintas. Desse modo, é possível comandar do ajuste de altura dos faróis ao ar-condicionado apenas pelo tato, sem desviar o olhar da estrada.
Também em boa posição está um computador de bordo digital, com resolução bem melhor que a da central multimídia. Esse é um dos pontos em que o carro deixa a desejar. Tem apelo jovem mas oferece uma tela resistiva que lembra smartphones mais antigos. Ela tem suporte a Android Auto e Apple Carplay, mas apresentou travamentos incômodos por volta e meia.
Não muito ágil, mas econômico
Indo de 0 a 100 km/h em 12,5 s, o Stonic não lembra em nada o comportamento de elétricos “ligeirinhos”. Seu foco, porém, é na economia, que de fato ocorre.
Os testes de QUATRO RODAS renderam consumo médio de 13,1 km/l (cidade) e 16,1 km/l (estrada), sempre com gasolina — o Stonic não é flex. São números bem melhores que Fiat Pulse e Volkswagen Nivus com motor 1.0 turbo, e que frente aos 11,5 km/l (cidade) e 14,4 km/l (estrada) do novo Hyundai Creta ajudam a mensurar o papel do motor elétrico.
A QUATRO RODAS, a Kia estimou que o sistema híbrido acrescenta cerca de R$ 10.000 ao valor do Stonic, que parte de R$ 149.990. O principal opcional é o carregamento sem fio de celulares, mas em breve haverá novidades, prometem os sul-coreanos.
Custando cerca de R$ 20.000 a mais que SUVs compactos 1.0 turbo de topo, a novidade mira um pouco mais alto, e quer encarar modelos como o Volkswagen T-Cross em suas versões mais caras.
Para garantir que a primeira experiência híbrida de seus compradores seja a melhor possível, a fabricante garante que todas as concessionárias que venderem o Stonic contarão com treinamento adicional, próprio para os MHEVs.
Outro atrativo, ao menos em tempos de crise na indústria, é a entrega sem filas: segundo a marca, um primeiro lote de 150 unidades já foi vendida, mas outras 250 já estão em estoque no Brasil. Agora cabe ao consumidor dizer se essa diferença de preço justifica uma hibridização leve.
Teste – Kia Stonic 1.0 T-GDI MHEV
Aceleração
0 a 100 km/h: 12,5 s
0 a 1.000 m: 33,8 s – 155,7 km/h
Retomadas
D 40 a 80 km/h: 5,5 s
D 60 a 100 km/h: 7,4 s
D 80 a 120 km/h: 9,5 s
Frenagens
60/80/120 km/h a 0: 14,2/25,2/56,5 m
Consumo
Urbano: 13,1 km/l
Rodoviário: 16,1 km/l
Ruído interno
Neutro/rpm máx.: 38,4/62,6 dBA
80/120 km/h: 64,1/69,3 dBA
Aferição
Velocidade real a 100 km/h: 96 km/h
Rotação do motor a 100 km/h em 7a marcha: 2.200 rpm
Volante: 2,5 voltas
Seu Bolso
Preço básico: R$ 149.900
Garantia: 5 anos
Ficha técnica – Kia Stonic 2022
Motores: gasolina, dianteiro, transversal, 3 cilindros, 16V, turbo, 998 cm³; elétrico, 48V. 120 cv a 6.000 rpm, 20,4 kgfm a 2.000 – 3.500 rpm.*
Câmbio: automático, 7 marchas, tração dianteira
Direção: elétrica
Suspensão: McPherson (dianteira), eixo de torção (traseira)
Freios: disco ventilado (dianteira), disco sólido (traseira)
Pneus: 205/55R17
Peso: 1.256 kg
Dimensões: comprimento, 414 cm; largura, 176 cm; altura, 152 cm; entre-eixos, 258 cm; porta-malas, 325 l