Teste: VW Golf GTE acelera quase como um GTI fazendo mais de 40 km/l
Híbrido esportivo agrada públicos opostos ao mesmo tempo, mas chegou tarde demais
Hambúrgueres vegetarianos podem parecer um contrassenso.
Afinal, são o resultado de um trabalho hercúleo para que a indústria tente mudar hábitos dos carnívoros sem enfiar chicória na dieta da população preocupada com o impacto do consumo exagerado de carne.
O Golf GTE, que chega ao Brasil em clima de despedida, não é muito diferente.
O esportivo híbrido plug-in foi a forma encontrada pela marca para oferecer aos entusiastas o desempenho de um GTI ao mesmo tempo que se preocupa com os pandas e o degelo do permafrost.
O esportivo será vendido em um lote único de 99 unidades (para baratear sua homologação), pelo preço de R$ 199.990.
Quem ainda encontrar um na concessionária terá a rara oportunidade de comprar um zero-quilômetro fora de linha, já que a produção do Golf GTE se encerrará assim que as últimas encomendas do hatch forem entregues.
Importado da Europa, o GTE tem o freio de estacionamento elétrico e o multimídia controlado por gestos que o Golf brasileiro abriu mão, mas o pacote de equipamentos mistura os faróis de led automáticos com chave comum, sem sistema presencial.
Visualmente há para-choque com um chamativo “C” formado por leds, rodas e logotipos exclusivos, além dos icônicos bancos xadrez que trocaram as linhas vermelhas por azuis. Mas a grande diferença fica escondida pela carroceria pintada unicamente na cor azul Atlantic.
O motor 1.4 a gasolina de 150 cv é associado a um elétrico de 102 cv, ainda que a potência combinada pare nos 204 cv. Mas a grande sacada é que a bateria de 8,8 kWh permite que o GTE rode até 50 km (ciclo NEDC) sem necessidade de combustível.
Isso permite que o Golf priorize o motor elétrico em quase todas as situações no modo híbrido, que só aciona o 1.4 quando o acelerador é pressionado até o fim, quando a bateria se esgota ou é usado o modo esportivo GTE.
Falando nisso, em nossos testes o GTE acelerou de 0 a 100 km/h em 7,3 segundos, pouco mais do que os 6,7 s registrados em nosso teste com o GTI. Mas o ronco, mesmo encorpado eletronicamente, não tem os tons graves e os estampidos do 2.0 turbo.
Mais interessante é o baixíssimo consumo, que varia conforme o modo de condução (veja na tabela abaixo) e ainda abre a possibilidade para que você fuja do posto se houver uma garagem por perto.
Em nossa pista, o Golf GTE fez 19,3 km/l em ciclo urbano e incríveis 41 km/l no rodoviário.
Mesmo assim, será difícil encontrar alguém tão preocupado com o meio ambiente a ponto de gastar R$ 200.000 em um carro que vai sair de linha e já teve sua nova geração revelada.
Veredicto
O Golf GTE seria uma excelente opção para quem busca desempenho sustentável se não fosse pelo detalhe que ele já é um carro fora de linha.
Teste | |
Aceleração | |
0 a 100 km/h: | 7,3 segundos |
0 a 1000m: | 27,6 segundos – 194,5 km/h |
Retomada | |
De 40 a 80 km/h: | 2,85 segundos |
De 60 a 80 km/h: | 3,47 segundos |
De 80 a 120 km/h: | 4,23 segundos |
Frenagens | |
60/80/120 km/h – 0 | 13,6/24,2/55,9 metros |
Consumo (ciclo urbano) | |
Modo urbano: | 41 km/l |
E-Mode: | – |
Hybrid: | – |
Battery Hold: | 16 km/l |
Battery Change: | 6,3 km/l |
Consumo (ciclo rodoviário) | |
Modo urbano: | 19,3 km/l |
E-Mode: | – |
Hybrid: | 17,9 km/l |
Battery Hold: | 16,3 km/l |
Battery Charge: | 9 km/l |
Ficha técnica | |
Preço: | R$ 199.990 |
Motor: | (Combustão) gas., diant., transv., 4 cil. em linha, 1.395 cm³, 16V, 10:1, 150 cv a 4.500 rpm, 25,5 mkgf a 1.500 rpm / (elétrico) diant., transv., 102 cv, 33,6 mkgf |
Câmbio: | Automatizado, dupla embreagem, 6 marchas, tração dianteira |
Suspensão: | McPherson, eixo de torção (diant./tras.) |
Freios: | Disco ventilado, sólido (d/t) |
Direção: | Elétrica, 10,9 m (diâm. de giro) |
Pneus: | 205/55 R16 |
Dimensões: | Compr., 425,5 cm; largura, 179,9 cm; altura, 146,8; entre-eixos, 263 cm. Porta-malas, 272 l; tanque, 40 l; peso, 1.524 kg |