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Ford Kuga

A marca pode trazê-lo dos Estados Unidos para fazer frente ao ix-35 e CR-V

Por Joaquim Oliveira | Fotos Divulgação
Atualizado em 9 nov 2016, 01h17 - Publicado em 24 ago 2013, 21h03
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Com o EcoSport, a Ford é líder absoluta entre os SUVs de entrada: são 27 411 vendidos de janeiro e maio deste ano, bem à frente dos 14 995 do Renault Duster. No entanto, ela não tem nenhum representante entre os SUV de médio porte, onde o Hyundai ix35 faz sucesso, com 4 871 carros. Isso não seria nenhum problema se no horizonte do Eco não houvesse a ameaça dos novos rivais que chegam até o ano que vem, como Renault Captur, Peugeot 2008, Chevrolet Tracker e VW Taigun. Essa ofensiva mostra a necessidade da Ford de variar seu cardápio e investir num segmento importante, onde as margens de lucro são maiores. É por isso que ela estuda trazer para o país no próximo ano o Kuga, para acabar com o hiato que há entre o EcoSport (que começa em 54 800 reais) e o Edge (128 700 reais).

O Kuga é mais uma cria do atual processo mundial de globalização da Ford: começou com o Focus, seguiu-se com o Fiesta e o Mondeo e agora chega ao SUV de porte médio, chamado Escape nos Estados Unidos e Kuga na Europa. No passado eles eram veículos distintos, mas a partir desta geração são o mesmo carro apenas com nomes diferentes, seguindo o exemplo de Fusion (EUA) e Mondeo (Europa).

Ao entrarmos no novo utilitário, já se percebe que melhorou a qualidade de materiais da cabine, que também ganhou apresentação mais refinada, herança da plataforma compartilhada com o novo Focus, modelo este que deve chegar ao Brasil no fim do ano. No entanto, continuam os diversos botões na parte central do painel, alguns deles muito pequenos e difíceis de identificar, além de a tela do sistema de navegação ser igualmente reduzida.

Apesar de ele ter crescido 8,1 cm no exterior, o espaço para pernas foi mantido, até porque o entre-eixos não foi alterado. O teto panorâmico (do comprimento total da cabine) torna o interior mais claro, mas é um opcional de cerca de 1 000 euros, além de roubar importantes centímetros para a cabeça.

Onde o progresso é evidente é na facilidade com que se rebate o encosto do banco traseiro, feito com uma só mão, bem como no acréscimo de 46 litros do porta-malas – agora são 456. Mas aqui a grande atração é o acionamento automático da tampa traseira: basta passar o pé sob o para-choque para abri-la ou fechá-la. O sistema custa quase 600 euros e é um pouco lento para levantar a tampa, mas não deixa de ser prático em situações em que você está com as mãos ocupadas pelas compras do mercado.

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Em nosso test-drive em Valência (Espanha), avaliamos a versão 1.6 EcoBoost, de 182 cv, com turbo e injeção direta. A condução do Kuga em ritmos normais não difere muito da de um hatch porque a Ford dedicou especial atenção à estabilidade. Claro que em velocidades mais altas a carroceria elevada inclina bem mais do que num Focus, ainda que em níveis aceitáveis. O que se percebe também é que o controle de estabilidade entra em ação com mais frequência do que o desejável, principalmente em curvas mais fechadas, e que a direção abriu mão da precisão cirúrgica que tinha na geração anterior, ou seja, saiu perdendo na transição da assistência hidráulica para a elétrica.

Na cidade, o SUV move-se com tranquilidade, tendo um diâmetro de giro aceitável (11 metros) e agradando também pela posição de dirigir alta. Ao sair do asfalto, pudemos apreciar a forma como consegue trafegar por terrenos escorregadios, alguma areia ou lama, cortesia da tração 4×4 – apesar de ter perdido em ângulos de entrada e saída, por culpa dos balanços dianteiros e traseiros, que ficaram maiores. Em velocidade constante e com boa aderência, são as rodas dianteiras que tracionam. Quando aceleramos mais ou quando o piso tem aderência limitada ou desigual, as traseiras entram em ação.

O sistema de tração integral consegue transferir o torque de um eixo para o outro de forma suave e rápida, além de ter um sistema de controle em curvas que combate com algum sucesso a tendência de aumentar a trajetória quando entramos muito rápido numa curva ou quando a aderência é precária. Trata-se de uma extensão do controle de estabilidade que consegue até reduzir o torque do motor quando o motorista insiste em pisar forte nessa situação. O sistema de vetorização de torque recebeu melhoramentos para tornar a direção mais divertida e segura, dando um toquinho nos freios nas rodas internas às curvas para auxiliar o motorista naquelas contornadas em velocidades mais altas.

O motor 1.6 EcoBoost tem um rendimento mais que suficiente para tornar o Kuga rápido e ágil na maior parte das situações. Porém, o câmbio automático de seis marchas revela-se lento nas trocas e às vezes com critérios discutíveis, prejudicando a sensação de controle do motorista. Pena que não haja borboletas atrás do volante para as trocas manuais.

Um aspecto em que o Kuga impressiona é a segurança: recebeu o máximo de cinco estrelas nos crash tests da Euro NCAP – a proteção total foi de 88%, resultado mais alto registrado por um SUV médio.

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O único item em que o Kuga precisa provar seu valor é o preço. Para se tornar um concorrente de peso no segmento, o SUV feito nos EUA, na Espanhae China teria de custar perto das estrelas da categoria, o ix35 (87 260 reais para o 4×2 manual) e o Honda CR-V (98 900 reais, 4×2 automático). Mais um desafio para o projeto de globalização da Ford.

VEREDICTO

Para a Ford é importante estar no segmento mais tradicional dos SUVs e mais rentável do que o do EcoSport. E o Kuga é o modelo ideal, pois brigaria de igual para igual com seus rivais.

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