Fiat Strada automática: faz sentido uma picape com câmbio CVT?
Líder nas vendas e nas inovações, a Fiat Strada ganha câmbio automático e uma nova versão topo de linha
A Fiat Strada já recorreu a diversas inovações para buscar novos clientes, manter os antigos e, claro, permanecer na liderança. Entre elas estão as cabines estendida e dupla, três ou quatro portas, versão aventureira e sistemas de tração para uso em off-road leve.
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Agora, a picape mais vendida do país tem mais um trunfo: depois da Chevy 500, ela é a primeira picape compacta moderna com câmbio automático. E essa não é a única novidade, já que a Strada também ganha uma nova versão topo de linha, a Ranch, até então restrita à Toro. A configuração estreia por R$ 116.990, mas, quem quiser economizar um pouco, pode levar a Volcano CVT, que sai por R$ 111.990.
Os diferenciais entre as duas configurações são puramente estéticos. Por fora, a Strada Ranch ganha retrovisores pintados de preto, uma plaqueta lateral com o nome da versão, assim como a estampa em baixo relevo na capota marítima, e novos logotipos. Veja a galeria de imagens com todos os detalhes no final desta matéria.
As rodas de 15 polegadas com pneus 205/60 de uso misto são exclusivas, apesar da composição duvidosa entre desenho e acabamento. Os estribos laterais também são próprios da versão, mas dispensáveis, já que a Strada é uma picape baixa. Assim, os itens mais atrapalham e oferecem risco à limpeza das calças dos passageiros, do que ajudam.
A cabine tem mudanças mais expressivas e bem-vindas. O painel ganhou um aplique central marrom, além de detalhes em preto brilhante e o nome Ranch ao centro. Os bancos repetem as cores do painel e passam a ser revestidos com um material que imita couro, assim como no volante e no apoio central de braço. No geral, as novidades deram ares de muito mais capricho ao interior.
O pacote de equipamentos, porém, é o mesmo da Volcano automática. Entre os itens de série estão ar-condicionado analógico, controles de estabilidade e tração, quatro airbags, câmera de ré, sensores de estacionamento traseiros e sistema de tração TC+.
A central multimídia é a mesma com 7 polegadas e Android Auto e Apple CarPlay com conexão sem fio, que agora faz mais sentido, já que as versões Volcano e Ranch passam a ter carregador de celulares por indução. Apesar do bom pacote, fazem falta itens como piloto automático, partida do motor por botão e faróis automáticos, principalmente considerando o eficiente conjunto de leds da versão.
Era o que faltava
Mais do que a aparência, a Strada automática quer oferecer mais conforto. Ela cumpre tão bem a proposta que resolve os principais problemas das manuais, como as incômodas relações curtas de marchas, o longo curso do pedal da embreagem e o giro alto do motor em velocidades mais elevadas.
Com o câmbio CVT, que simula sete marchas, nada disso existe. A transmissão busca sempre trabalhar em rotações mais baixas para ajudar no consumo de combustível e no conforto acústico da cabine. Além disso, o câmbio mostra um bom casamento com o motor 1.3, sem o famoso efeito-elástico, o que gera antipatia de alguns a este tipo de câmbio.
Vale dizer, porém, que o motor 1.3 chega com a mesma atualização já vista no Pulse: ele agora tem 98 cv de potência com gasolina e 107 cv com etanol, menos do que os 101/109 cv anteriores. O torque também diminuiu, para 13,2 kgfm e 13,7 kgfm, contra os 13,7/14,2 kgfm anteriores.
As reduções em conjunto com o câmbio, dão uma visível perda no desempenho. Em nossos testes, com gasolina, a Strada Ranch foi de 0 a 100 km/h em 14,8 segundos, contra os 13,1 s da Volcano manual. Já o consumo é destaque: as médias foram de 12,1 km/l na cidade e 17 km/l na rodovia.
O que também diminuiu foi a capacidade de carga da versão Ranch, de 630 kg, enquanto a Volcano tem 650 kg. A dieta foi feita para compensar os 20 kg a mais da Ranch, mantendo assim o mesmo peso bruto de ambas. A diferença, além de pequena, não fará falta aos compradores, que usarão o modelo puramente para o dia-a-dia.
É possível que a Strada CVT ganhe mais espaço não apenas entre as picapes, mas também entre outros segmentos compactos. Isso porque, apesar do reduzido espaço interno, ela é cada vez mais um carro de passeio, com um bom espaço para bagagens e robustez muito acima da média de hatches e sedãs compactos.
Veredicto
Se você precisa da caçamba ou apenas gosta de picapes, mas não abre mão do conforto, a Strada CVT era o que faltava.
Galeria de fotos
Testes de desempenho
Aceleração
0 a 100 km/h: 14,8 s
0 a 1.000 m: 36,4 s – 143,6 km/h
Velocidade máxima: 161 km/h (dado de fábrica)
Retomadas
40 a 80 km/h: 6,2 s
60 a 100 km/h: 8,5 s
80 a 120 km/h: 11,9 s
Frenagens
60/80/120 km/h a 0: 13,5/24,1/57,2 m
Consumo
Urbano: 12,1 km/l
Rodoviário: 17 km/l
Ruído interno
Neutro/RPM máx.: 41,5/69,5 dBA
80/120 km/h: 65,7/73,8 dBA
Aferição
Velocidade real a 100 km/h: 99 km/h
Rotação do motor a 100 km/h em D: 2.000 rpm
Volante: 2,7 voltas
Seu bolso
Preço básico: R$ 116.990
Garantia: 3 anos
Ficha técnica
- Motor: flex, dianteiro, transversal, 4 cil., 8V, 1.332 cm³, 98/107 cv a 6.000/6.250 rpm (gasolina/etanol), 13,2/13,7 kgfm a 4.250/4.000 rpm (g/e)
- Câmbio: automático CVT, 7 marchas simuladas, tração dianteira
- Direção: elétrica, 10,7 m (diâmetro de giro)
- Suspensão: ind. McPherson (diant.), eixo rígido (tras.)
- Freios: disco ventilado (diant.), tambor (tras.)
- Pneus: Pirelli Scorpion ATR 205/60 R15
- Peso: 1.235 kg
- Dimensões: comprimento, 448 cm; largura, 178,1 cm; altura, 157,6 cm; entre-eixos, 273,7 cm; caçamba, 844 litros; capacidade de carga, 630 kg