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Chevrolet Astra GSi tinha motor 2.0 16V para honrar linhagem esportiva

Na maior reestilização desde o lançamento em 1998, o Astra ressuscita a versão esportiva GSi, que fez a fama do Vectra e do Kadett nos anos 90

Por Adriano Griecco
Atualizado em 19 set 2020, 14h14 - Publicado em 19 set 2020, 13h00
Astra
O desempenho do motor 2.0 16V fazia jus ao esportivo GSi (Marco de Bari/Quatro Rodas)

Publicado originalmente em novembro de 2002

A sigla GSi tem significado especial para muito fã da Chevrolet. Essas três letras fizeram a fama de versões esportivas do Vectra, que no modelo importado entre 1994 e 1995 tinha 150 cavalos, e principalmente do Kadett, um clássico moderno com seu motor 2.0 de 121 cavalos e as belas linhas de conversível.

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Houve, é verdade, um Corsa GSi nos anos 90 com motor 1.6 de “apenas” 108 cavalos. Mas a aura do Grand Sport injection se manteve entre os aficionados. Essa deve ser a crença da montadora para lançar a nova linha Astra, na maior remodelação desde 1998, quando passou a ser produzido no Brasil.

Detalhe da traseira do Astra GSi, da Chevrolet, modelo 2003.
Detalhe do novo aerofólio do Astra GSi (Marco de Bari/Quatro Rodas)

O Astra GSi empurra para o museu o Astra Sport, que de “esporte” só tinha o nome e as linhas externas. Oficialmente, a principal mudança nos Astra 2003 é a estréia da versão cinco portas hatch, que só existia na Europa e que a Chevrolet mantinha longe do Brasil por um temor, meio exagerado, de que roubasse público do sedã. Mas, para os puristas da sigla GSi, a grande novidade é o motor 2.0 16V de 136 cavalos.

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Essa potência extra fará a distinção necessária para os 116 cavalos do motor 2.0 8V que equipava o aposentado Sport e continuará em todos os outros modelos da linha. É o mesmo equipamento da Zafira, o que inclui também a caixa de câmbio, mas com as vantagens de quem pesa 235 quilos a menos.

A relação peso/potência passa de 10,4 kg/cv na minivan para 8,7 kg/cv. O GSi até impressionou bem na velocidade máxima, num teste realizado no Campo de Provas da GM (infelizmente o modelo não foi liberado para medição de máxima no local e padrões da revista, o que impede comparações mais precisas com outros carros).

Detalhe da frente do Astra GSi, da Chevrolet, modelo 2003.
Modelo 2003 ganhou novos faróis exclusivos para o Brasil (Marco de Bari/Quatro Rodas)

Ele foi a 201 km/h, já descontada a margem de erro do velocímetro do veículo.

Na medição de 0 a 100 km/h – esta, sim, feita na pista de Limeira (SP) –, o Astra GSi bateu em 10,9 segundos, contra 11,4 segundos do Sport. Diferença mais significativa surgiu na retomada em quinta marcha de 40 a 100 km/h. Foram 3,7 segundos a favor do GSi.

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A engenharia afirma que não fez modificações de vulto na suspensão. Só uma calibragem mais “rígida” na frente para suportar os 35 quilos extras que o motor e o câmbio do GSi têm em relação aos outros Astra.

Detalhe da frente do Astra GSi, da Chevrolet, modelo 2003.
Versão GSi tinha rodas aro 16 (Marco de Bari/Quatro Rodas)

Ainda assim, o carro agrada na rua. Quando provocado, a traseira se projeta para a frente, mas não é difícil controlar o carro. Se o motorista quiser ter menos trabalho, basta aliviar o pé do acelerador e o Astra volta, rapidamente, ao curso normal da curva.

Na cidade, ele oferece bom nível de conforto, uma característica do modelo há tempos. Os freios melhoraram. A versão GSi traz discos nas quatro rodas, com os dianteiros ventilados. De 80 a 0 km/h, gastou 28,7 metros, marca de razoável para boa. Estranhas foram as vibrações que o sistema passou para o interior do carro. Dava para sentir o efeito do ABS (opcional) até na direção.

Painel do Astra GSi, esportivo da Chevrolet.
(Marco de Bari/Quatro Rodas)
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Como se vê pelos números e pelos comentários, nem tudo é alegria para os “GSisistas” saudosos de um grande desempenho. Não se compara ao Sport, mas o novo GSi não pode ser considerado uma versão realmente esportiva, como é o caso do Astra Coupé Turbo de 190 cavalos vendido lá fora. A exemplo do modelo que substitui, o GSi aposta mais nas suas linhas externas para vender um temperamento nervoso. E consegue se sair melhor do que o – neste quesito – bem-sucedido antecessor.

O curioso é que ninguém aqui da redação achava o visual do Astra ultrapassado. Mas, ao estacionar o novo ao lado do antigo, você começa a perceber onde o carro “envelheceu”. O primeiro impacto visual vem do capô, que mantém o agressivo formato em V, com o acréscimo de um vinco central perpendicular ao pára-brisa.

Mostradores no painel do Astra GSi, da Chevrolet, modelo 2003.
(Marco de Bari/Quatro Rodas)

Agora, as duas diagonais prosseguem pelo pára-choque, criando um bom efeito, ainda mais ressaltado na versão GSi, que tem um spoiler extra na dianteira. Na grade, a Chevrolet acrescentou a faixa metálica com o logo que estreou na Meriva e faz parte da nova identidade visual da Opel, a subsidiária européia da GM que tem ligações estreitas com a filial brasileira.

Os faróis também são novos – e mais bonitos. A Chevrolet adotou a atual tendência de usar lentes lisas e montar farol baixo, alto e pisca em pontos bem definidos e separados no interior da peça. O formato do farol ficou ligeiramente mais quadrado.

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Motor 1.0 16V do Astra GSi, da Chevrolet.
Motor 2.0 16V do Astra GSi gerava 136 cv (Marco de Bari/Quatro Rodas)

Nas lanternas traseiras, as luzes de direção e da ré, ambas com cobertura plástica branca, estão separadas agora por uma faixa decorativa vermelha. Igualmente decorativo, o aerofólio traseiro ganhou linhas retas. Já a tampa do porta-malas parece maior e mais plana depois que deslocaram a placa de identificação para o pára-choque.

Porta-copos na tampa do porta-luvas do Astra GSi, da Chevrolet.
Alguém coloca um copo cheio nestes espaços? (Marco de Bari/Quatro Rodas)

Nesta versão, o Astra tomou emprestadas as portas laterais do sedã. Em relação ao hatch três portas, são as mesmas vantagens (ficou menos pesado para abrir e fechar, o acesso está mais fácil ao banco traseiro e ninguém pega mau jeito nas costas tentando alcançar o cinto de segurança) e desvantagem (a porta traseira traz um desenho mais conservador).

Espelho retrovisor interno, fotocromático, do Astra GSi, da Chevrolet.
Novo opcional: espelho fotocromático (Marco de Bari/Quatro Rodas)
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Internamente, o Astra 2003 muda pouco. No painel, nada. E isso não é má notícia, do ponto de vista prático. Os instrumentos continuam de fácil leitura e o computador de bordo está bem localizado no alto do console central, que recebeu acabamento cinza meio simplório para um carro com “espírito” esportivo. As portas ganharam novo revestimento, com tecidos escuros para a versão GSi e claros para o 2.0 8V, tanto hatch como sedã.

Interior do Astra GSi, da Chevrolet.
(Marco de Bari/Quatro Rodas)

Os bancos são confortáveis, mas, outra vez, esperava-se por padrão de cor, formato e acabamento mais agressivos num modelo assim. Nos opcionais, o Astra vem agora com airbags laterais e ar-condicionado digital.

Interior do Astra GSi, da Chevrolet.
Interior do Astra GSi, da Chevrolet. (Marco de Bari/Quatro Rodas)

Ao contrário do novo Corsa e da Meriva, que antecipam mudanças ou lançamentos na Europa, o desenho do Astra não será adotado na Europa. Por lá, o modelo espera pela nova plataforma e uma completa reestilização previstas para 2004. Ainda é incerto que ele seja montado no Brasil. Por isso, vá se acostumando a este visual do Astra. Ele veio para ficar por um bom tempo.

Família renovada

A GM diminuiu o número de versões do Astra para 2003. Primeiro eliminou aquele monte de série especial (Sunny, Expression e Sport). Agora são: o Hatch, com três ou cinco portas e motor 2.0 8V, e o GSi, que só vem na versão cinco portas e é equipado com o motor 2.0 16V. Para completar, o Astra Sedan, também de visual renovado, terá motor 2.0 8V. Além disso, todos têm novos opcionais, como airbags laterais, espelho retrovisor fotocromático – que escurece na presença de luz – e novas cores nos revestimentos dos bancos e das portas.

Ficha técnica

Motor: gasolina, dianteiro, transversal, 4 cilindros, 16 válvulas; Cilindrada 1.998 cm3; Diâmetro x curso 86,0 x 86,0 mm; Taxa de compressão 9,6:1; Potência 136 cv a 5400 rpm; Potência específica 68,1 cv/litro; Torque 19,2 kgfm a 4000 rpm
Câmbio: 5 marchas, tração dianteira; Direção: hidráulica
Suspensão: McPherson (diant.), eixo de torção (tras.) Freios: disco ventilado (diant.) e sólido (tras.)
Pneus: Liga leve, aro 16; Pirelli P6000 205/55 R16
Peso: 1.180 kg
Peso/potência: 8,7 kg/cv
Dimensões: Comprimento 426 cm; Largura 171 cm; Altura 143 cm; Entre-eixos 261 cm; Tanque 52 litros; Porta-malas 349 litros
Principais Equipamentos de série: Ar-condicionado, alarme com acionamento na chave, conta-giros, direção hidráulica, limpador e lavador do vidro traseiro, vidros, travas e espelhos elétricos, piloto automático, rodas de liga leve aro 16, volante regulável em altura e profundidade. Opcionais: ABS, airbags laterais, computador de bordo, CD player, check control, duplo airbag, teto solar elétrico

Preço Básico – 38.500 reais (R$ 129.145, IGP-M, agosto de 2020)

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