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Caoa Chery prepara marca de luxo, linha Pro e elétrico mais barato do País

Com sequência de facelifts grupo sino-brasileiro espera ganhar fôlego e se consolidar na mesa das grandes marcas no Brasil

Por Eduardo Passos
20 out 2021, 15h00
Tiggo Frente
Novo padrão da Chery, grade frontal estreou no Brasil com o Tiggo 3x (Divulgação/Quatro Rodas)

A história da Caoa Chery é diferente de quase tudo na indústria automobilística nacional, a começar pelo fundador do grupo que adquiriu o controle das operações da Chery no Brasil. A fabricante, entretanto, se prepara para um futuro sem o médico Carlos Alberto de Oliveira Andrade, que criou a Caoa em 1979 e faleceu em agosto passado.

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O time liderado pelo CEO Marcio Alfonso está começando o que chamam de 3ª fase na consolidação da marca, que conta com fábricas em Jacareí (SP) e Anápolis (GO). E desses locais vêm a maioria dos segredos que farão parte do novo objetivo de conquistar 3% do mercado nacional — algo em torno de 67.000 veículos/ano — e, com uma eventual fraquejada da Ford, colocar uma nova marca no top-10 nacional.

Entender as nomenclaturas da Caoa Chery é simples, mas até a página 2: os Arrizo 5 e 6 são sedãs e os Tiggo 2, 3x, 5x e 7 são SUVs.  Como ocorreu na transição do Tiggo 2 para o Tiggo 3x, os atuais Tiggo 5x, 7 e 8 receberão uma reestilização profunda, com “Pro” no nome.

Um desses modelos é o Tiggo 7 Pro, que, conforme o dicionário da marca, assumirá o posto do então SUV médio da Caoa Chery daqui a alguns meses. O Tiggo 7, porém, seguirá vendido em esquema parecido ao do Tiggo 2, em segundo plano com a chegada do 3X.

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Repentinamente disputadíssimo, o segmento dos SUVs médios tem bons motivos para respeitar o Tiggo 7 Pro. Ele já acerta ao substituir visual datado por linhas mais atuais, acompanhadas pela nova grade padrão da Chery, faróis de led e detalhes como antena barbatana.

Tiggo Dentro
7 Pro deve ter novo interior no Brasil (Divulgação/Quatro Rodas)

Por dentro ele não encanta, mas o minimalismo “bem trabalhado” cai bem com as amplas telas do painel, diz a maioria dos testes estrangeiros.  São 10,25’’ da central multimídia, 7’’ do quadro de instrumentos e 8’’ do painel do ar-condicionado, e um sistema de iluminação pode mudar de cor e pulsar conforme a música da vez. Bons equipamentos também incluem seis airbags, suspensão traseira multibraços e porta-malas com abertura presencial.

O motor 1.5 turbo, com 145 cv (150 na versão flex) e 21,4 kgfm, tem números quase iguais aos de SUVs compactos, e precisaria ceder lugar ao 1.6 turbo do Tiggo 8 (187 cv/28 kgfm) para ter chances contra os principais concorrentes. Nesse caso, porém, o câmbio CVT usado no exterior também seria trocado pelo automatizado de dupla embreagem e sete marchas.

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Tiggo 5x Pro

Caoa-Chery-Tiggo-5X-2022
Tiggo 5x Pro deverá manter faróis da atual linha (Divulgação/Chery)

No caso do mais recente aposentado de Longa Duração, o sucessor Tiggo 5x Pro será um elo do SUV compacto Tiggo 3x e do médio Tiggo 7 Pro no quesito transmissão, com o trio adotando câmbio CVT em busca de maior eficiência possível. Números de consumo são apreciados em Jacareí e Anápolis, muitas vezes tendo preferência em dilemas que envolvam, na outra ponta, potência e torque.

Por dentro as mudanças serão mais notáveis
Por dentro as mudanças serão mais notáveis (Divulgação/Chery)

É o caso do Tiggo 3x, com 12,5 km/l de gasolina na cidade mas 1.0 turbo de 102 cv. A escolha incomum de câmbio CVT e motor com pico de torque em baixa, porém, é uma tendência que a marca deverá repetir nos novos utilitários, que chegarão em 2022. A chegada desse câmbio também representa uma vantagem extra específica, já que aposentará os problemáticos Getrag automatizados do atual modelo.

Em aspectos visuais, porém, o 5x é um dos menos ousados da linha Pro, mantendo os faróis já datados e, além da grade, mudando apenas detalhes estéticos da carroceria. A cabine ficará mais moderna e receberá novas telas de multimídia e instrumentos, e podemos até ter um padrão ao estilo MBUX, caso a Caoa adote a mesma combinação de telas integradas do 8 Pro nos menores.

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Tiggo 8 Pro

O Chery Tiggo 8 Plus chinês
O Chery Tiggo 8 Pro também chegará em breve ao mercado nacional (Divulgação/Chery)

O substituto do SUV grande da marca já roda há bastante tempo no Brasil, e chegará com o Jeep Commander (185 cv/27,5 kgfm) dando muito trabalho — se a crise de semicondutores permitir. O sete-lugares chinês pode ter sua carta na manga com o uso de motor 2.0 de 254 cv, recém-lançado na China, no lugar do atual 1.6 de 187 cv.

Interior do Tiggo 8 Plus chinês esbanja tecnologia
Interior do Tiggo 8 Pro chinês tem telas flutuantes unidas sob a mesma moldura (Divulgação/Chery)

Também espera-se novos faróis de leds matriciais e full led, a grade frontal da linha Pro e muitas telas; três, num total de quase 32” de touchscreens. O acabamento interno também deverá ter seus caprichos e aperfeiçoamentos, à medida que a sino-brasileira ganha chão.

Na Ásia o 8 Pro é conhecido é chamado de 8 Plus. Essa confusão fica ainda pior à medida que cada país em que a Chery atua adota diferentes definições. No Brasil o Plus deverá ficar para os híbridos, com a chegada do Tiggo 7 Plus dependendo do que a nova fase da empresa render em seus primeiros movimentos.

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Luxo e eletrificação acessível

Caoa Chery Exeed LX 1.6 TURBO GDI
Exeed LX pode ser o primeiro modelo de submarca de luxo da Chery no Brasil (Divulgação/Chery)

Os planos, entretanto, vão bem além da família Tiggo, e incluem a submarca de luxo Exeed, que lançará seu primeiro modelo em meados do ano que vem. Logo em seguida virá o Exeed VX, sensivelmente maior que o Tiggo 8 (embora com a mesma plataforma) e com sete lugares em seus quase 5 metros de comprimento.

Exeed LX compartilha elementos estruturais com o Tiggo 7, mas motor será o do Tiggo 8 Pro
Exeed LX compartilha elementos estruturais com o Tiggo 7, mas motor será o do Tiggo 8 (Divulgação/Chery)

O SUV grande já roda em testes no Brasil há mais de um ano e se distanciará do primo menos rico em acabamento, qualidade de materiais e, principalmente, mecânica. Lançado em janeiro na China, o Exeed VX 400T anda bem mais que o Tiggo 8, atingindo 261 cv e 40,5 kgfm com motor 2.0 T-GDI e tração 4×4.

VX é o modelo de topo da Exeed, logo acima do intermediário TX
VX é o modelo de topo da Exeed, logo acima do intermediário TX (Divulgação/Chery)
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Isso não significa que as marcas não conversem e, em uma relação meio Toyota-Lexus inclusive nas nomenclaturas, o 1.6 T-GDI do Tiggo 8 será usado no Exeed LX, uma variante mais luxuosa e potente do Tiggo 7 Pro que será o primeiro Exeed do Brasil. O SUV médio de luxo chegará às lojas até junho com interior e exterior mais sofisticados e atingirá 187 cv.

Caoa Chery prepara marca de luxo, linha Pro e elétrico mais barato do País
Ao menos uma unidade do Chery eQ1 já está no Brasil para testes (Divulgação/Chery)

O LX não misturará os Tiggo 7 e 8 à toa, e esse intercâmbio facilitará a montagem em Jacareí, principalmente em tempos de escassez de matérias-primas. Com semicondutores a peso de ouro, recursos tecnológicos disponíveis na China podem sair dos planos, como no caso do GPS com realidade aumentada.

São 3,1 m de comprimento, com 2,15 m entre eixos
São 3,1 m de comprimento, com 2,15 m entre eixos (Divulgação/Chery)

Quem deve completar a fase e já preparar terreno para uma nova fase é o pequenino elétrico eQ1, que já tem unidades no Brasil segundo apurou QUATRO RODAS. O carrinho de duas portas tem apenas 41 cv, com motor traseiro de imãs permanentes que não representa grande problema para seu intuito de mobilidade urbana.

Chery eQ1 tem tudo para desbancar JAC e-JS1 como elétrico mais barato do Brasil
Chery eQ1 tem tudo para desbancar JAC e-JS1 como elétrico mais barato do Brasil (Divulgação/Chery)

Na China ele é vendido por menos de R$ 60.000 e no Brasil, obviamente, deverá ser mais caro. No caso do eQ1 tamanho não é o único documento, e apesar da proposta econômica o subcompacto traz central multimídia de 10’’, quadro de instrumentos de LCD, assistente de estacionamento e suspensão independente. A autonomia da “formiguinha”, como é apelidado no país asiático, supera os 100 km.

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(arte/Quatro Rodas)
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