Top ten: os carros não recomendados para quem tem TOC
Se você tem pavor de qualquer tipo de assimetria, melhor passar longe desses modelos
Por baixo da carroceria, nenhum carro possui os dois lados exatamente iguais – afinal, só há uma caixa de direção, um jogo de pedais, um quadro de instrumentos….
Mas, por diferentes questões, as fabricantes tentam manter ao menos a carroceria de seus modelos espelhadas no sentido longitudinal. Claro que isso não é uma regra, a ponto do mercado já ter visto carro com número ímpar de portas (sem contar o porta-malas) e até entre-eixos diferente.
Conheça dez exemplos de modelos que devem passar longe da garagem de quem tem mania por simetria. A gente costuma dizer que essas pessoas têm Toc – ou transtorno obsessivo-compulsivo.
Na realidade, isso é uma doença séria e tem sintomas específicos. Não necessariamente ter essas manias é suficiente para o diagnóstico de TOC. Vocês brincam, a gente também.
Fiat Strada Cabine Dupla Três Portas
Como bem lembrou a Volkswagen na época do lançamento do Hyundai Veloster, a Kombi foi uma das pioneiras a ter mais portas de um lado do que de outro. Mas a Fiat não só ressuscitou a ideia, como adotou um mecanismo do tipo suicida, com a terceira porta abrindo no sentido inverso para facilitar o acesso à diminuta segunda fileira.
Alfa Romeo (diversos modelos)
Apesar do coração ficar (quase) sempre no lado esquerdo do peito, o cuore esportivo (coração esportivo, em italiano) dos Alfa Romeo sempre foi centrado no para-choque frontal. Por conta disso, em vários modelos, como o 156, a placa precisava ser deslocada para um dos lados.
Outro que gostava de deixar a licença fora do lugar era o Mitsubishi Lancer Evolution. Neste caso, porém, a mudança era para abrir caminho a mais entradas de refrigeração do motor.
Peugeot 206/207 (nacional)
Em carros esportivos ou modificados não é raro encontrar uma CAI (sigla em inglês para entrada de ar frio), sistema que leva o ar de fora do carro para a admissão. Mas, no caso do 206 e de sua reestilização nacional batizada de 207, as duas entradas do lado direito do capô eram apenas para o sistema de ventilação forçada e ar-condicionado.
Curiosamente, a entrada de ar do motor ficava do lado oposto, próxima ao farol esquerdo.
Citroën 2CV (protótipo)
O projeto do Citroën 2CV previa um carro extremamente barato. Na hora de reduzir custos, porém, sobrou até para o farol direito, já que a lei na época não exigia luzes em ambos os lados do carro.
O problema aqui não é só estético: com um só farol, a luminosidade à noite fica bastante prejudicada. Mas o bom-senso acabou prevalecendo e o 2CV chegou às lojas com lâmpadas nos dois para-lamas dianteiros.
Renault 4
Já deu para reparar que francês tem uma queda por carros com lados diferentes. Mas a Renault foi um pouco além no século passado: alguns de seus modelos tinham o entre-eixos diferente.
No 4, por exemplo, a diferença entre os lados esquerdo e direito era de “só” 3,8 cm – quase metade dos 7 cm que separavam o entre-eixos direito e esquerdo do Renault 16.
O motivo da discrepância era a construção da suspensão traseira por braços arrastados, que não eram sobrepostos: um ficava à frente do outro, causando a diferença. Apesar de estranho, isso não provocava nenhum impacto no comportamento dinâmico dos modelos.
Land Rover Discovery
O Land Rover Discovery nunca foi muito afeito à simetria. Desde seu lançamento o SUV mantém a placa traseira levemente desalinhada para a esquerda. Mas a penúltima geração foi um pouco além e incluiu um vidro traseiro com quatro lados diferentes.
A medida permitiu que o limpador traseiro saísse do campo de visão do retrovisor e melhorasse a visibilidade em manobras.
Honda Accord
A quinta geração do Honda Accord tinha linhas elegantes que se repetiram em outros modelos da década de 90, como o Chevrolet Vectra. Só que a marca resolveu adicionar em sua primeira reestilização, em 1995, uma única lanterna de neblina traseira.
O problema não era o fato de ser uma peça só – o 206 dessa lista também tinha essa característica -, e sim, o fato do item ficar disposto só no lado esquerdo (ou direito nos modelos para mercados com mão inglesa). Um detalhe pequeno, mas que acaba destoando do até então harmônico design nipo-americano.
Nissan Cube
O Japão é produtor de algumas coisas bem esquisitas exóticas, e não estamos falando apenas de desenhos animados. Desde a segunda geração o Nissan Cube é a alegria de quem não vê graça em fazer tudo igual.
As laterais do hatch são completamente diferentes em sua parte posterior: do lado do passageiro há um vidro unindo visualmente a porta traseira com o porta-malas, enquanto o lado oposto usa um design mais conservador.
Isso custa mais caro (pois exige peças exclusivas para cada lado), mas pelo visto caiu no gosto do público: o novo Cube manteve o desenho assimétrico.
Fiat Uno (segunda geração)
O novo Uno chegou ao Brasil de olho no público jovem. Na ocasião de seu lançamento, a Fiat até fez questão de usar cores chamativas e destacar a inspiração no estilo round square (quadrado arredondado) usado nos aparelhos da Apple.
Outro recurso estilístico foi adicionar três entradas de ar no lado esquerdo da grade do radiador.
O item, porém, era meramente estético, apesar de ser útil para incluir uma personalização que colocava as letras U N O na peça. A dianteira diferente durou até o ano passado, quando recebeu uma grade mais tradicional.
Toyota iQ
Qualquer um que ande no trem ou ônibus lotado sabe que o único jeito de encaixar duas pessoas em um espaço estreito é colocando um ombro à frente do outro. A mesma tática é usada por algumas fabricantes em subcompactos: com os bancos levemente desalinhados, dá para colocar dois adultos sem haver contato “entre homens”.
Isso aconteceu no Toyota iQ e no Smart ForTwo.