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Estes são os carros menos seguros à venda no Brasil em 2024

Mesmo que os automóveis tenham ficado mais seguros, alguns ainda ficam devendo muito no quesito

Por Nicolas Tavares
Atualizado em 8 nov 2024, 09h46 - Publicado em 8 nov 2024, 09h00
Além da nota mínima, órgão de segurança atacou duramente a fabricante do Citroën C3
Além da nota mínima, órgão de segurança atacou duramente a fabricante do Citroën C3 (Divulgação/Latin NCAP)
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Existe um grande descompasso entre as exigências de segurança para homologar um carro no Brasil e as normas usadas em outros lugares do mundo. Isto foi mostrado pelo Latin NCAP, organização não governamental que testa os carros vendidos na América Latina desde 2010.

Ao passar a usar regras mais rígidas, o Latin NCAP logo mostrou a enorme falta de segurança dos carros nacionais ao serem testados com um protocolo baseado no Euro NCAP – a divisão é responsável pelo teste oficial dos veículos na União Europeia. Vários modelos como Chevrolet Agile, Fiat Palio e Volkswagen Gol receberam notas baixas ou zeraram no crash-test em anos anteriores.

Hoje, a situação é bem diferente. Passados 14 anos de testes de colisão, as fabricantes começaram a se preocupar mais com a segurança, além do governo ter feito mudanças ao exigir mais equipamentos de série, como airbags, freios ABS e, mais recentemente, controle de estabilidade em todos os carros novos.

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Mesmo com esta mudança, ainda há carros novos sendo vendidos no Brasil que apenas fazem o mínimo para cumprir as regras oficiais para homologação exigidas pelo Governo. Isto, porém, não é suficiente para que obtenham boas notas na avaliação do Latin NCAP.

Abaixo listamos todos os carros ainda vendidos no Brasil que foram mal nos últimos testes de segurança. O Latin NCAP usa um sistema de pontuação final de até cinco estrelas, o que faz com que três estrelas seja o resultado médio. Assim, consideramos somente os veículos que receberam até duas estrelas.

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Desconsideramos casos em que o carro testado não é vendido no Brasil, por conta de uma diferença de equipamentos. Foi o polêmico caso do Jeep Renegade, avaliado em uma versão com apenas dois airbags, inexistente em nosso mercado.

Citroën C3

Estrutura do habitáculo do C3 foi considerada inadequada

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Carros de entrada costumam não ir tão bem nos testes de colisão, mas o Citroën C3 decepcionou muito ao receber nota zero. Equipado com apenas dois airbags, o hatch mostrou uma baixo nível de segurança durante o crash-test em diversos quesitos, o que rendeu duras críticas sobre a fragilidade estrutural – mesmo com uma plataforma nova. Sem airbags laterais, não pode fazer o teste de colisão contra poste, além de não ter nenhuma tecnologia de segurança ativa.

Fiat Argo/Cronos

No impacto lateral, o órgão observou pouco proteção para o peito

Assim como o C3, o hatch e o sedã da Fiat também zeraram no crash-test do Latin NCAP. A falta de equipamentos como airbags laterais e, na época, controle de estabilidade, pesaram bastante. Recebeu uma avaliação ruim no impacto frontal, principalmente na região do tórax e cabeça do motorista e do passageiro, assim como na prova do efeito chicote.

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Fiat Mobi

Fiat Mobi Latin NCAP

O teste mais antigo da lista é o do Fiat Mobi, realizado em 2017 e com o protocolo anterior do Latin NCAP. Mesmo passando por uma avaliação menos rígida do que a atual, o subcompacto não foi nada bem e recebeu somente uma estrela. Decepcionou no teste de impacto lateral contra uma barreira móvel, não apenas por não ter protegido o passageiro por não ter airbags laterais como também pela porta ter aberto. Desde então, a única evolução que teve em termos de segurança foi a adoção do controle de estabilidade como equipamento de série.

Fiat Pulse

Fiat Pulse Latin NCAP
(Divulgação/Latin NCAP)

Com um resultado bem polêmico, o Fiat Pulse teve uma avaliação de duas estrelas, que foi contestado pela Stellantis. O crash-test mostrou que a proteção é limitada, por conta dos airbags laterais não serem o suficientes, usando bolsas que deveriam cobrir tanto o tórax quanto a cabeça, de forma a dispensar o airbag de cortina. Foi penalizado na proteção para crianças, após o boneco usado no teste ter batido a cabeça. Já a fabricante reclama sobre ter perdido pontos por causa do aviso do cinto de segurança traseiro, que havia sido atualizado e que o teste foi feito com um modelo anterior.

Fiat Strada

Fiat Strada - Latin NCap
(Latin NCap/Divulgação)

A única picape compacta que passou pela avaliação do Latin NCAP foi a Fiat Strada, recebendo apenas uma estrela. Testada em 2022, foi criticada por ter uma estrutura instável e a ONG ainda reclamou da diferença nos assentos após o teste de impacto traseiro. Mesmo a versão de cabine dupla foi mal no crash-test, pois os airbags laterais acionaram de forma incorreta e não protegeram o passageiro corretamente.

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JAC E-JS1

JAC E-JS1 é o primeiro elétrico testado no Latin NCAP

O JAC E-JS1 foi o primeiro e, até o momento, único carro elétrico a ser avaliado. A JAC gosta de destacar que o hatchback elétrico foi desenvolvido junto com a Volkswagen, mas isto não ajudou na segurança, pois também tomou nota zero. Ainda foi o pior avaliado desde que a organização adotou o protocolo atual em 2020, sem obter um único ponto na proteção para adultos. Fora o resultado ruim no teste de colisão, ainda mostrou outros problemas, como a falha no sistema de corte de energia em caso de emergência (para evitar um choque elétrico após a colisão) e até um desgaste do pneu no teste do controle de estabilidade, a ponto de terem interrompido a avaliação.

Peugeot 208

Peugeot 208
Peugeot 208 (Latin NCap/Divulgação)

Mesmo com uma plataforma mais moderna, o Peugeot 208 ficou abaixo da média, com duas estrelas. Segundo o Latin NCAP, o hatch mostrou um desempenho aceitável no crash-test frontal e bom no lateral, mas a falta de airbags de cortina atrapalhou seu desempenho e não permitiu que fizesse o teste de impacto contra poste. Enfrentou problemas na avaliação para crianças, pela falta de interruptor para desligar o airbag dianteiro do passageiro e a geometria do cinto de segurança dificultar a instalação de uma cadeirinha no banco dianteiro. Um outro caso apareceu no primeiro teste, com o encosto do banco traseiro saindo da posição, o que teria causado a perda de pontos, mas a Stellantis resolveu esta falha.

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