Quanto tempo dura e quanto custa para trocar a bateria de um carro híbrido
Acumulador de energia é o componente individual mais caro do carro e pode ter até garantia própria
José Debon, por e-mail
A vida útil da bateria de um carro híbrido depende muito de cada fabricante e da forma como o veículo é utilizado, mas estima-se uma vida útil de dez anos, em média.Esse número é estimado pelos próprios fabricantes e pode ser pessimista. Isso porque há uma série de fatores que influenciam a durabilidade dos acumuladores.
Um carro que rode mais tempo na estrada, por exemplo, terá um desgaste menor, já que os ciclos de carga e descarga são mais constantes no uso urbano. Em uso rodoviário, a utilização do motor elétrico é menor.
Híbridos e carros elétricos têm o mesmo ônus de manutenção das baterias, já que esse equipamento precisa de substituição em longo prazo.
A analogia com o celular é válida, já que a tecnologia pode ser comparada.
Os ciclos de recarga têm comportamento semelhante e essas baterias perdem densidade energética com o passar do tempo.
A troca não é barata, mas é feita quando o carro tem pelo menos oito anos de uso. Ou seja, uma segunda troca só seria necessária, teoricamente, dali a outros oito anos.
Em compensação, em todo esse período, o híbrido ou elétrico dispensou uma série de outros reparos obrigatórios em um veículo que funcione apenas por motor a combustão. Basicamente, precisam da troca do filtro de ar (se forem refrigeradas a ar) ou da troca do fluido de arrefecimento (se for esfriada por líquido).
Quanto custa trocar a bateria de um carro híbrido?
No caso dos Toyota Corolla Hybrid, Corolla Cross Hybrid e Prius, a bateria de 1,3 kWh de níquel-cádmio custa cerca de R$ 17.000, fora a mão de obra da troca. O valor absoluto pode impressionar, mas representa menos de 10% do preço de um Corolla híbrido novo.
Já existe o comércio de baterias e até células (componentes internos da bateria) remanufaturadas no Brasil. A Renova Ecopeças, por exemplo, cobra entre R$ 8.000 e R$ 10.000 pela bateria usada dos Toyota – retiradas de carros sinistrados da Porto – com garantia de 3 meses.
Vale reforçar que o sistema híbrido dos Toyota (que inclui, além da bateria, o controlador do conjunto e o motor elétrico) tem proteção de fábrica de oito anos, sem limite de quilometragem. Em geral, é a mesma garantia dada a outros híbridos e elétricos no mercado.
Baterias de carros híbridos plug-in, porém, custam muito mais caro. Elas podem ter a mesma capacidade da bateria de um carro elétrico pequeno e ultrapassar os R$ 100.000.
A troca da bateria, que tem tensão de 650 V, deve ser feita por oficinas especializadas e requer treinamento específico para lidar com a alta tensão e evitar choques elétricos.
Isso porque, no Brasil, qualquer trabalhador que precisar lidar com energia precisa seguir uma série de procedimentos e regras, muitas delas atreladas a norma NR10.
No caso de veículos híbridos e elétricos, isso significa, por exemplo, manter o veículo isolado de qualquer outro funcionário não treinado.
Sem contar o uso de EPI (equipamento de proteção individual) específico para trabalho com alta tensão e até proteção contra fogo.
Baterias podem ter segunda vida
As baterias de veículos híbridos e elétricos também têm a chamada segunda vida. Apesar de, após esse período de desgaste inicial, elas não terem mais utilidade para serem usadas em automóveis, os acumuladores podem ser aplicados em outros sistemas.
Uma das possibilidade é usar essas baterias, que ainda têm boa capacidade de armazenamento, como reserva de sistemas de no-break.
Esse uso, inclusive, é considerado pela Fórmula E quando a atual geração dos carros da competição for trocado, na próxima temporada, por monopostos mais avançados.