Autodefesa: proprietários do Renault Kwid colecionam defeitos sem solução
Proprietários do Kwid reclamam das inúmeras visitas às concessionárias Renault sem que os problemas sejam resolvidos
Tentar consertar um modelo zero-km e não conseguir é uma experiência desagradável para qualquer consumidor. Mas o pior acontece quando as falhas são variadas e recorrentes, como acontece com o coordenador de comunicação e marketing Cristiano Maccioni Viola, de Salvador (BA), dono de um Renault Kwid Zen 2019.
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“Tenho mais de 20 ordens de serviço, pois desde a entrega do meu carro preciso ir no mínimo uma vez por mês à concessionária tentar consertar problemas que voltam depois de três meses, no máximo.
Os coxins e a tampa do porta-luvas foram trocados quatro vezes; os quatro amortecedores substituídos; consertaram o painel; o motor do vidro elétrico”, diz o dono desfiando problemas de naturezas diferentes.
“Além disso, há falhas como o barulho na marcha a ré, que diminuiu após passarem uma graxa (dica techline nº 2019-07, de 9/10/2019) na concessionária. Mas me disseram que em breve volta”, afirma Cristiano.
Mais grave, porém, é quando o motorista não consegue resolver um problema que põe em risco sua segurança, como relata o engenheiro Luís Carlos dos Anjos, de Valença do Piauí (PI), proprietário de um Kwid Intense 2018.
“Após retirar o carro zero-km, ouvi uma pancada na frente”, lembra Luís, que deixou para reclamar quando levasse o carro para a primeira revisão. “Disseram que era um problema na caixa de direção, mas não tinham a peça e, por isso, pediram para eu aguardar, dizendo que não havia risco”, conta.
“Pouco tempo depois, antes da segunda revisão de 20.000 km, a coluna soltou na minha mão enquanto eu dirigia, junto com os meus filhos”, fala Luís.
A arquiteta Sabrina Mariana Wernicke, de São Paulo (SP), dona de um Kwid Zen 2019, engrossa o coro. “Meu carro com menos de 10.000 km apresentou ruídos diversos, problemas na embreagem e no marcador de combustível. Cheguei a ficar mais de dez dias utilizando táxi e não resolveram as falhas”, afirma Sabrina.
A Renault diz que não comentará os casos do Cristiano e do Luís, porque eles estão sub judice, aguardando decisão. E, em relação aos casos da Sabrina e dos demais no destaque abaixo, a empresa informa que “Os inconvenientes apontados pelo cliente foram sanados e o veículo entregue em perfeitas condições de uso”.
O povo reclama:
“A embreagem foi trocada sete vezes; a pastilha do freio, quatro; a máquina do vidro, duas. Por fim, a concessionária recomprou o carro.”
Proprietário que pediu para não ser identificado
“Trocaram o kit de embreagem duas vezes, o garfo do câmbio e várias peças. Tenho 15 ordens de serviço pelos mesmos problemas. ”
Eduardo Bonifácio, técnico em eletrônica, Salto (SP), dono de um Kwid Intense 2018
“Com 3.000 km o óleo começou a sumir. Disseram que seria no motor. Depois tive de trocar a embreagem.”
Rodrigo Burkowski, professor, São Luís (MA), dono de um Kwid Intense 2017