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Teste: Renault Captur 1.6 CVT, a aposta da marca

Após derrapar nas vendas, francesa quer recuperar o mercado perdido com a transmissão automática no motor 1.6

Por Vitor Matsubara Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 19 dez 2017, 15h46 - Publicado em 28 jul 2017, 19h57
Pintura bicolor é escolhida por 85% dos compradores
Pintura bicolor é escolhida por 85% dos compradores (Christian Castanho/Quatro Rodas)

Durante o lançamento do Captur, a Renault prometeu que o câmbio CVT equiparia o motor 1.6 até o fim do primeiro semestre. Nesses meses de espera, o SUV vendeu apenas 3.346 unidades de fevereiro a maio, ou pouco mais de 1.100 veículos emplacados por mês, contra 19.160 do líder, Honda HR-V.

Disposta a recuperar o tempo (e as vendas) perdido, a marca aposta todas suas fichas nas duas versões com o câmbio continuamente variável: a Zen, por R$ 86.450 (R$ 6.000 a mais do que a Zen 1.6 com transmissão manual), e a Intense, por R$ 89.950 – a Intense 2.0 subiu para R$ 93.650.

Aproveitando a aliança firmada com a Nissan desde 1999, o Captur utiliza a mesma caixa do Kicks. A Renault diz que nenhuma adaptação foi necessária para acoplar o câmbio ao novo motor 1.6 SCe de 120/118 cv e 16,2 mkgf de torque máximo que equipa o Captur.

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As belas rodas de 17 polegadas são as mesmas da versão Zen, mas têm acabamento diamantado na Intense
As belas rodas de 17 polegadas são as mesmas da versão Zen, mas têm acabamento diamantado na Intense (Christian Castanho/Quatro Rodas)

Embora seja 9 cv mais potente que o motor de 1,6 litro adotado pela Nissan (que originalmente foi projetado pela própria Renault), o Captur CVT é 144 kg mais pesado que seu rival.

O Nissan leva ampla vantagem na aceleração de 0 a 100 km/h (11,9 contra 14,4 s) e retomada de 80 a 120 km/h (o Kicks leva 9,0 s ante 11,6 s do Captur).

Diferentemente do Kicks, porém, o Renault permite mudar as marchas por toques na alavanca para a frente e para trás – melhor seria se houvesse paddle shifts atrás do volante.

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Não há como fugir do alto nível de ruído nas acelerações, e o câmbio leva tempo para reagir em situações críticas, como nas subidas. Mesmo assim, ele é melhor do que a caixa automática de quatro marchas da versão 2.0.

Câmbio CVT oferece opção de trocas sequenciais, função não disponível no Kicks
Câmbio CVT oferece opção de trocas sequenciais, função não disponível no Kicks (Christian Castanho/Quatro Rodas)

Beleza definitivamente é o forte do Captur. Apesar de estar à venda desde fevereiro, ele ainda é perseguido pelos olhares das pessoas nas ruas.

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É difícil achar quem critique seu design, especialmente se o carro tiver pintura bicolor – escolhida por 85% dos clientes. As belas rodas de 17 polegadas são as mesmas da versão Zen, mas têm acabamento diamantado na Intense.

Olhando de fora o Captur agrada, mas por dentro ele poderia melhorar em alguns aspectos. A qualidade dos plásticos não condiz com a expectativa de um rival de Kicks, HR-V e Jeep Renegade, todos mais refinados.

Alguns botões ficam em posição incômoda, como o do piloto automático e o da função Eco, localizados abaixo da manopla do freio de mão. Em contrapartida, sobra espaço para os ocupantes, inclusive no banco traseiro.

O interior aproveita várias peças de modelos mais baratos da Renault, como Sandero e Duster
O interior aproveita várias peças de modelos mais baratos da Renault, como Sandero e Duster (Christian Castanho/Quatro Rodas)
O espaço interno comporta bem cinco adultos
O espaço interno comporta bem cinco adultos (Christian Castanho/Quatro Rodas)

O porta-malas leva 437 litros, igualando o HR-V neste quesito. E o motorista nem precisa trancar o carro: basta desligar o motor e sair do veículo com a chave-cartão para as portas travarem automaticamente.

Botões de piloto automático e função Eco ficam em posição ruim
Botões de piloto automático e função Eco ficam em posição ruim (Christian Castanho/Quatro Rodas)

Se está pensando em comprar um SUV automático, o Captur 1.6 CVT pode (e deve) entrar no seu radar, principalmente se você já se encantou pelo modelo.

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Mas, antes de fechar negócio, vale conhecer o Kicks. Agora nacional, o representante da Nissan custa R$ 85.600 na versão intermediária, SV, e vem mais equipado que o Captur Zen. No caso do Kicks SL, o valor sobe para R$ 94.900.

Veredicto

Movido pelo bom câmbio CVT, o Captur pode, enfim, vender bem. Melhor ainda seria se essa caixa também equipasse o motor 2.0.

Teste de pista (com gasolina)

  • Aceleração de 0 a 100 km/h: 14,4 s
  • Aceleração de 0 a 1.000 m: 35,9 s – 144,3 km/h
  • Retomada de 40 a 80 km/h (em D): 6 s
  • Retomada de 60 a 100 km/h (em D): 8,3 s
  • Retomada de 80 a 120 km/h (em D): 11,6 s
  • Frenagens de 60 / 80 / 120 km/h a 0: 15,3 / 26,8 / 63,1 m
  • Consumo urbano: 10,1 km/l
  • Consumo rodoviário: 13,2 km/l

Ficha técnica – Renault Captur Intense 1.6 CVT

  • Preço: R$ 89.950
  • Motor:  flex, diant., transv., 4 cil., 1.597 cm3; 16V, 120/118 cv a 5.500 rpm, 16,2 mkgf a 4.000 rpm
  • Câmbio: CVT, 6 marchas simuladas, tração dianteira
  • Suspensão: McPherson (diant.)/eixo de torção (tras.)
  • Freios: discos ventilados (diant.) e sólidos (tras.)
  • Direção: elétrica
  • Rodas e pneus: liga leve, 215/60 R17
  • Dimensões: comprimento, 432,9 cm; altura, 162 cm; largura, 181,3 cm; entre–eixos, 267,3 cm; peso, 1.286 kg; tanque, 50 l; porta-malas, 437 l
  • Equipamentos de série: 4 airbags, ESP, controle de tração, câmera de ré, sensor de estacionamento, central multimídia
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