Teste: Mercedes-AMG C 43 Coupé, o AMG de bolso
O bonito cupê Mercedes-AMG C 43 não é tão arredio quanto seu irmão C 63, mas basta provocá-lo para a fera mostrar suas garras
Estamos em 1998. Naquele ano, a Mercedes-Benz se tornaria campeã mundial de Fórmula 1 ao lado da McLaren. Fora das pistas, a marca lançava o C 43. De volta ao presente, a Mercedes caminha para um novo título na F-1 e ressuscita o C 43. A festa pode ser repetida, mas o carro não. A começar pelo nome: Mercedes-AMG C 43 4MATIC Coupé.
Mais do que a porta de entrada para os cupês AMG, o C 43 (R$ 397.900) se posiciona entre o C 250 Sport Coupé (R$ 259.900) e o C 63 S Coupé (R$ 615.900) – aposentando o antigo C 450 AMG, que era vendido apenas na versão sedã.
A escolha do nome C 43, aliás, nada tem a ver com capacidade volumétrica do motor, sendo que nem sequer há justificativa oficial da fabricante pela escolha do número. O nome mudou, mas o motor é o mesmo 3.0 V6 biturbo do C 450, produzido em larga escala, e não por um único engenheiro como é de praxe na AMG. São 367 cv com torque máximo de 53 mkgf, mas o câmbio tem nove marchas, duas a mais que a caixa do C 450.
Como a maioria dos AMG, o C 43 nunca se negará a acelerar se assim o motorista desejar, mas não é excessivamente arisco como os BMW – do jeito que o cliente Mercedes gosta. Nosso teste apontou um 0 a 100 km/h em 4,9 segundos – e bem próximo dos 4,6 segundos do C 63 sedã, único que testamos. Tudo isso com apetite moderado: 8,8 km/l na cidade e 12,6 km/l na estrada.
Melhor no dia a dia
Além dos para-choques exclusivos, o C 43 traz uma bela grade frontal com detalhes cromados e um extrator de ar traseiro com quatro saídas de escapamento nada discretas. Delas sai um ronco incitante, mas menos chamativo do que o C 63S.
A requintada cabine é a mesma do Classe C, com o console central recoberto de fibra de vidro (no C 63 a fibra é de carbono) e apliques de alumínio no painel. Os bancos dianteiros são envolventes e confortáveis, movendo-se automaticamente quando rebatidos. Atrás, o acesso ao banco é ruim, mas o espaço é razoável.
Ser menos visceral tem suas vantagens no dia a dia. A suspensão não tortura tanto os ocupantes, mesmo no modo Sport Plus – no qual suspensão, transmissão e direção são calibrados para uso em pista. Raspar o para-choque nas valetas também não acontece, já que ele não é tão baixo assim.
Combine essas características a um bom pacote de equipamentos (que inclui sete airbags, faróis full led, controle de rigidez dos amortecedores e bancos com ajustes elétricos, entre outros itens) e você tem um esportivo atraente de ver e guiar – e mais em conta que o C 63 S.
VEREDICTO
Além do design sedutor, o C 43 encanta por entregar desempenho de AMG sem cobrar uma pequena fortuna como o C 63 S Coupé.
Teste (com gasolina)
Aceleração de 0 a 100 km/h: 4,9 s
Aceleração de 0 a 1.000 m: 24 s – 22.3 km/h
Velocidade máxima: 250 km/h
Retomada de 40 a 80 km/h: 2,3 s (em D)
Retomada de 60 a 100 km/h: 2,5 s (em D)
Retomada de 80 a 120 km/h: 3,2 s (em D)
Frenagens de 60/80/120 km/h a 0: 15,4/24,7/58,1 m
Consumo urbano: 8,8 km/l
Consumo rodoviário: 12,6 km/l
Ficha técnica
Preço: R$ 397.900
Motor: gas., diant., longitudinal, V6, biturbo, 2.996 cm3, 367 cv a 5.500-6.000 rpm, 53 mkgf a 2.000-4.200 rpm
Câmbio: automático, 9 marchas, tração integral
Suspensão: McPherson(diant.) /multilink (tras.)
Freios: discos ventilados
Direção: elétrica
Rodas e pneus: liga leve, 225/40 R19 (diant.), 255/35 R19 (tras.)
Dimensões: comprimento, 469,6 cm; largura, 201,6 cm; altura, 140,5 cm; entre-eixos, 284 cm; peso, 1.735 kg; tanque, 66 litros; porta-malas, 400 l
Equipamentos de série: ar digital bizona, câmera de ré, DVD, ESP, piloto automático, rodas aro 19