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Teste: BYD King é diferente dos outros sedãs médios até onde não deveria

Único sedã híbrido plug-in abaixo dos R$ 400.000, o King é grande e tem boa potência, mas deve itens de segurança já comuns em carros mais baratos

Por Henrique Rodriguez Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
8 ago 2024, 17h00
BYD King GS
BYD King GS (Fernando Pires/Quatro Rodas)
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A hereditariedade e as antigas tradições por trás das monarquias não se aplicam ao BYD King, que tornou-se rei por batismo. Mas até é possível dizer que está criando seu reino, o dos sedãs médios híbridos plug-in. Há outras soluções de eletrificação no segmento, mas como o King, com bateria que depende de recarga externa, só se via nas marcas de luxo.

https://youtu.be/iwhOUb0wRnU

Mas não tem mistério. Na prática, o BYD King é um sedã com o mesmo conjunto mecânico do Song Plus, o SUV de maior sucesso da BYD. Tem um motor 1.5 aspirado de 110 cv e um motor elétrico de 194 cv embutido no câmbio e-CVT. É a combinação deles que gera até 235 cv. É mais potente que um Jetta GLI, mas não é um esportivo.

BYD King GS
BYD King GS (Fernando Pires/Quatro Rodas)

A versão topo de linha GS custa R$ 187.800 e é a testada aqui. Sua bateria é maior, com 18,3 kWh, e permite que o King percorra 80 km em modo elétrico, mas também eleva o peso do sedã próximo dos 1.700 kg – ou 250 kg acima da média dos sedãs médios. Isso impacta no desempenho: 7,6 s ainda é um excelente número, mas o Jetta é quase 1 segundo mais rápido.

BYD King GS
BYD King GS (Fernando Pires/Quatro Rodas)

Considerando o porte e o desempenho, o consumo até é bom. Em nosso teste, o BYD King GS obteve consumo de 17 km/l na cidade e 16,7 km/l na estrada. Nas mesmas condições, o Corolla Hybrid conseguiu 18,1 km/l na cidade e 15,7 km/l na estrada. O Corolla também tem modo elétrico, porém menos eficiente, que não dura muito além de 1 km e que desarma quando a velocidade aumenta. Isso porque a bateria tem apenas 1,3 kWh. 

BYD King GS
BYD King GS (Fernando Pires/Quatro Rodas)

Para quem vai usar o King na cidade terá uma experiência melhor se tiver como recarregar em casa, pois poderá usar a capacidade da bateria no dia e recarregar durante a noite, sem depender do motor a gasolina. Além do mais, a bateria só aceita recarga lenta (6,6 kW), então poderá ser um desperdício de tempo se a recarga estiver fora da rotina.

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Em geral, o sedã da BYD modula bem o uso do motor elétrico e do motor a combustão, mesmo na estrada. Em condições normais, o King passará a usar mais o motor 1.5 como gerador para que a capacidade da bateria não fique abaixo dos 25%. E poderá continuar assim por um bom tempo, funcionando como um híbrido pleno – como o Corolla.

BYD King GS
BYD King GS (Fernando Pires/Quatro Rodas)

 

Se o motorista continuar exigindo desempenho com pouca carga, a intervenção do motor elétrico será cada vez menor até ser quase nula por volta dos 13%. Neste momento o BYD King torna-se um sedã grande, com quase 1.700 kg, movido por um motor de 110 cv com consumo de 13 km/l na estrada. E é só nessa situação que o ruído do motor é mais audível, pois nas outras situações o King é bastante silencioso.

BYD King GS
BYD King GS (Fernando Pires/Quatro Rodas)

 

Parece existir uma verve esportiva na calibração dos amortecedores, talvez em uma tentativa de acompanhar os 235 cv. Mas a impressão é a de que todos os outros componentes, como molas e barras estabilizadoras, foram pensados para o conforto. Então o BYD King consegue uma boa estabilidade no asfalto liso, mas faz os passageiros chacoalharem no asfalto ruim, como se fosse um carro com amortecedores ajustáveis travados no modo esportivo.

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BYD King GS
BYD King GS (Fernando Pires/Quatro Rodas)

 

BYD King GS
BYD King GS (Fernando Pires/Quatro Rodas)

As respostas do freio (só é contundente quando pressionado rápido) e da direção não acompanham isso. A direção é leve (mesmo com ajuste para o modo de resposta esportivo) e mais desmultiplicada. Por outro lado, a direção esterça bastante e facilita um tanto as manobras com o King, seja para entrar em vagas ou dar meia-volta nas ruas. Parece ser um carro com menos que os seus 4,78 m de comprimento e 2,72 m de entre-eixos.

 

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Outro ponto curioso é que, apesar do enorme balanço dianteiro, o King não é desses carros que vivem raspando em rampas e valetas. A suspensão é até alta (o que contribui com a impressão de que as rodas aro 17 são pequenas) e evita isso. Por outro lado, o banco do motorista parece alto mesmo em seu ajuste mais baixo. Por sinal, os dois bancos dianteiros têm ajuste elétrico.

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BYD King GS
BYD King GS (Fernando Pires/Quatro Rodas)

A ergonomia é boa para visualizar as telas e acessar os comandos no console, mas a largura do console pode ser o culpado pelos bancos dianteiros tão próximos das portas e colunas B. A central multimídia de 12,8 polegadas é giratória e tem conectividade sem fio para Android Auto, mas apenas por cabo para Apple Carplay.

Atrás, o único pecado é o pouco espaço para os pés sob os bancos da frente, pois sobra para ombros, pernas e até pra cabeça. Ainda tem saídas de ar dedicadas e duas portas USB. Mais atrás ainda, o porta-malas de 450 litros é amplo e só não tem maior capacidade porque a caixa de isopor sob a forração também protege o inversor de energia para a recarga da bateria.

BYD King GS
BYD King GS (Fernando Pires/Quatro Rodas)

Dimensões avantajadas e desempenho são importantes e muito bem vindos entre os sedãs médios. Mas a soberania deste rei deixa a desejar em dois aspectos importantes.

O primeiro é a falta de assistentes ao motorista. Piloto automático adaptativo, monitor de pontos cegos, alerta e assistente de saída de faixa e frenagem de emergência, por exemplo. O BYD King não tem nada disso e todas as versões de Nissan Sentra e Toyota Corolla têm de série.

BYD King GS
BYD King GS (Fernando Pires/Quatro Rodas)

O segundo ponto é o rodar refinado do sedã médio. Aquela sensação de o carro ser bastante assentado, de não rolar tanto nas curvas, absorver mais mais singelas rugosidades do piso e as pequenas vibrações do carro. Nesses aspectos, o King ainda está mais próximo de sedãs compactos como VW Virtus e Honda City Sedã – mas até estes têm piloto automático adaptativo.

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Mas, como um bom déspota esclarecido, o BYD King tem em seu lado mais progressista o seu principal argumento: é um híbrido plug-in, o único abaixo dos R$ 422.950 do BMW 330e. E os outros são os outros.

Teste – BYD King GS

Aceleração
0 a 100 km/h: 7,6 s
0 a 1.000 m: 28,5 s / 183 km/h
Retomadas
D 40 a 80 km/h: 3,6 s
D 60 a 100 km/h: 4,5 s
D 80 a 120 km/h: 5,3 s
Frenagens
60/80/120 km/h a 0: 16,3/28,8/67 m
Consumo
Urbano: 17 km/l
Rodoviário: 16,7 km/l
Ruído interno
Neutro/RPM máx. : – dBA
80/120 km/h: 51/56,4 dBA
Velocidade real a 100 km/h: 98 km/h
Volante: 2,7 voltas

Ficha técnica – BYD King GS

Motor: gas., diant., transv., 4 cil., 16V, 1.497 cm³, 110 cv, 13,8 kgfm. Elétrico, dianteiro. Soma de 197 cv, 33,4 kgfm
Câmbio: e-CVT, tração dianteira
Direção: elétrica progressiva com ajuste de dureza, 11,1 m (diâmetro de giro)
Bateria: Blade (LFP) 18,3 kWh; recarga a 6,6 kW; autonomia elétrica, 80 km (Inmetro)
Suspensão: McPherson (diant.), eixo de torção (tras.)
Freios: disco ventilado (diant.), disco sólido (tras.)
Pneus: 215/55 R17
Dimensões: compr., 478 cm; larg., 184 cm; altura, 149 cm; entre-eixos, 272 cm; peso, 1.630 kg

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