Os principais defeitos do nosso Jeep Compass 1.3 turbo no teste de 100.000 km
Consumo de óleo, barulho no motor, pneus... Confira os principais defeitos do Jeep Compass 1.3 turbo no teste de Longa Duração
Nosso Jeep Compass 1.3 Turbo concluiu o teste de 100.000 km do Longa Duração. O resultado do teste, após o desmonte e análise completo do carro, você poderá conferir a partir da próxima sexta-feira (1), na edição de novembro de Quatro Rodas. Antes disso, vale relembrar os defeitos e problemas apresentados pelo carro ao longo do teste.
O desaparecimento do óleo do motor
Foi antes dos 9.000 km, graças a alertas de leitores proprietários do Compass, que descobrimos o elevado consumo de óleo por parte do motor T270, o 1.3 turbo de 185 cv e 27,5 kgfm que acabara de estrear no SUV médio. O óleo estava no nível mínimo e foi necessário 1l de óleo (0W30 da Mopar) para voltar ao nível normal.
Foi um consumo elevado, mas no manual do carro a Jeep diz ser normal o consumo de até 400 ml a cada 1.000 km – 1 litro a cada 2.500 km. Na revisão dos 12.000 km a concessionária Divena, de São Paulo, disse também normalizou a situação e prometeu óleo grátis em caso de alto consumo.
Também foram os leitores que alertaram sobre a possível solução para o alto consumo de óleo: uma reprogramação no módulo do motor que deveria ser feita nas concessionárias. Só conseguimos isso na revisão dos 24.000 km, mas implicando em uma queda notável no desempenho do nosso Compass.
O consumo de óleo foi reduzido e não tivemos problema com isso novamente até o fim do teste e depois, com nova programação, o carro voltou a ter o mesmo desempenho de antes. Mais tarde soubemos que a causa do alto consumo era o comportamento da válvula blow-by, que recircula para a admissão os gases que chegam ao cárter do motor, separando os vapores de óleo.
Houve pelo menos uma dúzia de Compass que precisaram trocar o motor após ter ficado sem óleo, mas estes teriam defeito em componentes internos.
Bomba de combustível queimada
Em um belo dia o nosso Jeep Compass parou no meio da Avenida Paulista e não queria pegar novamente. Após cinco tentativas, pegou novamente mas sem força e parou 2 km adiante. Dali, só saiu rebocado para a concessionária após 1h aguardando o resgate.
A concessionária Dahruj consertou o carro antes de passar o diagnóstico, que foi um defeito na bomba de combustível do carro. Trocaram a bomba, mas como o marcador de combustível parou de funcionar, o reparo levou dois dias úteis. Tudo foi feito em garantia aos 46.528 km.
Escamação dos pneus
A desconfiança, originalmente, recaiu sobre um dos rolamentos do carros. Pelo menos era isso que um barulho que ouvíamos com o carro acima dos 90 km/h indicava por volta dos 44.000 km. A Dahruj, inclusive, chegou a trocar o rolamento traseiro direito na tentativa de solucionar o problema.
Mas não era isso: o problema vinha dos pneus. Era só trocar o pneu de posição para o barulho mais intenso mudar. Foi aí que a concessionária passou a colocar a culpanos pneus Pirelli Scorpio originais do carro, que estavam escamando – ou seja, tendo um consumo desigual na banda de rodagem entre os sulcos.
Como a garantia da Jeep não cobria isso, tivemos que buscar uma autorizada Pirelli para a realização de um laudo técnico para solicitar a troca em garantia. Semanas se passaram e a troca dos pneus foi negada. Tivemos que conviver com a barulheira até trocar os quatro pneus, aos 60.000 km. Depois disso, o ruído na cabine reduziu em 84% e o consumo melhorou.
Fim da vida útil da bateria
Mesmo que tenha bastante tecnologia embarcada, o Jeep Compass não avisa quando a bateria está chegando ao final da vida útil, mas dá sinais. O principal deles é o comprometimento do sistema start-stop, que para de atuar por longos períodos ou simplesmente não funciona: uma mensagem no quadro de instrumentos avisa que o start-stop não foi ativado devido ao nível de carga na bateria.
Essa mensagem começou a aparecer aos 75.000 km, mas prorrogamos a troca bastante, até os 92.000 km. O limite foi quando havíamos deixado o carro para uma verificação no motor (explicaremos adiante) e a concessionária já havia deixado o carro ligado para a retirada. Provavelmente já haviam feito uma chupeta no carro e não falaram nada, porque desligamos sem querer e depois o carro não pegou.
A bateria na concessionária custaria R$ 1.976, mas acabaríamos pagando R$ 949 no dia seguinte. Triste foi ver a concessionária Amazonas de São Caetano do Sul (SP) dar chupeta na bateria usando uma chave de roda. Que belo exemplo!
Barulho metálico do motor
O barulho do motor 1.3 GSE Turbo começou a chamar a nossa atenção já aos 25.000 km, quando foi feita a primeira anotação em seu diário de bordo sobre isso. Mas o barulho foi aumentando com o passar do tempo. Por volta dos 80.000 km, já lembrava um motor diesel.
O nosso Jeep Compass chegou à concessionária Amazonas justamente para uma verificação sobre isso, em garantia. Fizeram tantos questionamentos que preferimos dizer que o carro havia sido comprado recentemente. Foi quando o consultor disse que seria melhor devolver o carro, ou seja, desfazer o negócio.
Insistimos até o fim. Mostramos que todas as revisões haviam sido feitas em concessionárias Jeep e com sua garantia vigente. Ficou uma situação chata, com os funcionários da concessionária verificando a data com certa contrariedade. O sistema da empresa também não ajudou, caiu exatamente na hora de abrir a ordem de serviço. Mas o carro ficou lá.
No dia seguinte, o posicionamento da Jeep Amazonas é que, embora as revisões de 60.000 km e 72.000 km estivessem carimbadas no manual do carro, não estavam registradas no sistema nacional da marca, impossibilitando a garantia. Coube a nós procurar a McLarty Maia (60.000 km) e a Jeep Bicudo (72.000 km) para lançarem a revisão, o que ainda fez a concessionária que fez a revisão dos 84.000 km (Orvel), entrar na jogada: não havia como registrar uma revisão anterior se já havia uma mais recente. Foram quatro dias só para resolver isso.
O diagnóstico estava sendo feito. Talvez por azar, disseram que o carro estava normal e não fazia barulho anormal, que fizeram testes e medições, inclusive de compressão dos cilindros. Uma semana depois, o carro foi liberado com o argumento de que estava tudo certo.
“Saí com o carro e no primeiro semáforo percebi, novamente, o barulho no motor. Voltei na concessionária, mostrei para o mecânico e ele falou que é normal”, relata nosso piloto de testes. Nunca achamos normal, mas o resultado das investigações sobre este barulho você poderá conferir em breve no desmonte do nosso Jeep Compass com 100.000 km rodados.