Após 24 anos de produção nacional, o último Honda Civic brasileiro será produzido em novembro. A informação é do site Autos Segredos, que afirma que fornecedores da fabricante japonesa já foram comunicados que o sedã médio não terá produção em dezembro.
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O sedã médio está em produção na fábrica da Honda em Sumaré (SP) desde 6 de outubro de 1997. Contudo, várias questões pesaram para a decisão de tirar de linha o Civic no Brasil.
A primeira delas já era prevista: desde 2019 a Honda está migrando a produção de seus carros para a fábrica de Itirapina (SP), que estava parada desde que foi inaugurada, em 2015. Desde 2018 está definido que a produção de automóveis em Sumaré seria encerrada ao fim de 2021.
Além disso, a décima geração do Honda Civic já estava fazendo hora extra no Brasil. A 11a geração já está à venda no exterior e até será vendida no Brasil, mas importada (possivelmente do EUA). As perspectivas do segmento de sedãs médios no Brasil não são boas o suficiente para justificar o investimento na produção nacional da nova geração do Civic.
Eu sei no que você está pensando. Sim, como importado o Honda Civic ficará ainda mais caro. Contudo, a tendência é que ele chegue apenas equipado com o motor 1.5 turbo em versão ainda mais potente que a usada no atual Civic Touring. Hoje o sedã tem preços entre R$ 121.000 e R$ 164.900.
A tendência é que o público dos Civic 2.0 atuais acabe migrando para a nova geração do Honda City, que estreia na virada do ano com novo motor 1.5, ainda aspirado mas com injeção direta. Além disso, terá novos equipamentos hoje encontrados apenas no Civic. É exatamente a mesma relação vista entre Jetta e Virtus, e entre Sentra e Versa.
Os sedãs compactos são os novos sedãs médios. Mas a preço de sedã médios.
A fábrica da Honda em Sumaré seguirá ativa com a produção de motores, incluindo fundição e usinagem, injeção de plásticos e seguirá com os setores de engenharia de qualidade, planejamento industrial, logística e peças. A unidade seguirá, também, como sede administrativa da Honda South America, e com os centros de pesquisa e desenvolvimento de automóveis e de treinamento técnico para concessionárias.
O início da produção do Civic no Brasil
Das marcas que haviam estreado no Brasil após a abertura das importações de automóveis, em 1992, a Honda foi a primeira a instalar uma fábrica no Brasil. Isso foi um acontecimento que mudaria a história da indústria nacional ao colocar os carros feitos no país em um novo patamar de qualidade.
O Honda Civic nacionalizado tinha, no começo da produção, 40% dos componentes feitos por aqui mesmo. Mas, até 1998, todas as peças de estamparia chegavam importadas, já que o maquinário ainda não estava instalado na fábrica. Processos de solda e pintura, porém, eram feitos no Brasil.
Com 4,45 m de comprimento, 2,62 m de entre-eixos, 1,79 m de largura e 1,41 m de altura, o Honda Civic de sexta geração lançado por aqui em 1997 tinha praticamente as mesmas dimensões do Honda City que está saindo de linha para dar lugar à nova geração.
Quando o novo Honda Civic estreia no Brasil?
A expectativa é pelo lançamento no fim de 2022. Isso porque no primeiro semestre a Honda pretende se dedicar ao lançamento do City: primeiro na carroceria sedã, no fim de 2021, e depois na inédita carroceria hatchback, no primeiro trimestre do ano.
Além do preço, o novo Civic terá o motor 1.5 turbo para se distanciar do “irmão” menor.
O motor 1.5 i-VTEC Turbo não é uma grande novidade, mas melhorias no fluxo do escape e a adoção de variação da abertura das válvulas da escape e de tempo para os dois comandos elevaram o rendimento. Agora tem 182 cv e 24,5 kgfm, contra os 173 cv e 22,4 kgfm do modelo vendido atualmente no Brasil.
O novo Civic Touring dispõe de uma boa lista de equipamentos, incluindo central multimídia com tela de 9 polegadas (com Android Auto e Apple CarPlay sem fio), sistema de som Bose, carregador de celulares por indução, roteador wi-fi, quadro de instrumentos digital, partida remota pela chave, faróis de LED e rodas de 18 polegadas.
Ele também é equipado com diversos sistemas de segurança, como frenagem automática de emergência, alerta e correção para saídas de faixas, leitura de placas de trânsito, piloto automático adaptativo, airbags frontais, laterais e de cortina, assistente de partida em rampas e controles de estabilidade e tração. Estes equipamentos, que compõem o pacote Honda Sensing, estarão nos carros destinados ao Brasil.
Como é o novo Honda City?
Os Honda City 2022 fabricados em Itirapina (SP) receberão um quatro cilindros 1.5 mais moderno até mais potente que o 1.0 turbo de 122 cv usado em alguns mercados.
O deslocamento pode até ser o mesmo do atual 1.5 i-VTEC de 116 cv e 15,3 kgfm, mas o novo motor é bem diferente. Saem a injeção multiponto, o cabeçote com comando simples e variação na admissão, e os tuchos mecânicos e chega um novo cabeçote com duplo comando de válvulas variável, tuchos hidráulicos e injeção direta flex usado no Fit europeu (Honda Jazz).
Este motor entrega 126 cv (6.000 rpm) e 15,8 kgfm (4.000 rpm) em sua versão adaptada para também queimar etanol. A aposta em um motor aspirado em vez do turbo teria sido em nome da eficiência de combustível proporcionada pelas tecnologias VTEC (Variable Timing and Lift Electronic Control) e VTC (Variable Timing Control) combinados com a injeção direta. Outro interesse seria nas baixas emissões de poluentes, podendo abrir mão do uso do start-stop.
Algumas coisas são difíceis de entender no Honda City atual. Foi um dos primeiros carros nacionais com faróis de led, mas terá controles de estabilidade e tração pela primeira vez apenas com o lançamento da nova geração.
A exemplo do Civic e do HR-V, terá opção de acabamento bicolor para bancos e paineis de porta e apliques de material sintético macio ao toque em faixa no painel e nas laterais do console central.
Além disso, terá central multimídia com tela de 8 polegadas com Apple Carplay e Android Auto, até oito alto-falantes, chave presencial com partida remota do motor, duas portas USB, seis airbags e ar-condicionado automático digital de uma zona só, mas com comandos físicos em vez dos atuais comandos táteis.
Na versão mais cara, possivelmente chamada de Touring, o novo City terá a LaneWatch Camera, uma câmera instalada no retrovisor direito que aumenta o campo de visão da lateral ao exibir as imagens na central multimídia. Esta versão também terá faróis e lanternas full-led.