Enquanto trabalha para atender todos os pedidos do Kwid, a Renault já pensa nos próximos passos do subcompacto no Brasil. Em entrevista ao Automotive News, o CEO da Renault, Carlos Ghosn, afirmou que a versão elétrica do hatch já está em desenvolvimento na China e será vendida por aqui.
Hoje a China é o maior mercado de carros elétricos do mundo, mas isso não quer dizer que seu mercado pode receber qualquer modelo.
“Não podemos vender o Leaf na China. É caro e muito sofisticado. Não podemos vender o Fluence. Muito caro. O que vende na China? Carros elétricos de baixo custo. Então colocamos os engenheiros da Aliança Renault-Nissan-Mitsubishi para trabalhar em um Kwid elétrico de baixo custo. Acabei de dirigir um protótipo. Será um carro de boa engenharia com preço baixo”, disse o executivo.
O Kwid elétrico estaria um nível acima dos veículos elétricos de baixa velocidade (LSEV), que estão se tornando populares na China. Eles são baratos, feitos por pequenos fabricantes e não passam dos 50 km/h e são populares em zonas rurais do interior do país. Responderam por 688 mil carros vendidos em 2015 e devem alcançar os 2 milhões de veículos por ano em 2020.
A ideia da Renault é seguir esta onda e oferecer algo mais, principalmente no que diz respeito a qualidade.
“E uma vez que [o Kwid elétrico] estiver indo bem na China, não há razão para não exportá-lo para a Índia, para o Brasil e para o Oriente Médio”, completou Ghosn.
Mas isso ainda deve demorar. Mesmo que os primeiros protótipos do Kwid elétrico já estejam prontos, a versão de produção só deverá entrar em produção em 2019. E bote mais tempo aí para vê-lo rodando no Brasil.
Ghosn também disse que Renault, Nissan e a Mitsubishi utilizarão a mesma plataforma, o mesmo conjunto de baterias e o mesmo conjunto de motores para seus respectivos projetos carros elétricos. A ideia é reduzir custos. Um carro elétrico baseado no Renault Kwid pode ser seguido por um equivalente da Nissan ou de sua marca de baixo custo, a Datsun.