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Renault Mégane eVision antecipa transformação do hatch médio em crossover

Apostando em tecnologia de vanguarda, Renault entrega à linha Mégane tarefa de fazer bonito com os elétricos

Por Eduardo Passos
16 out 2020, 11h14
2-2020 – Mégane eVision
Mégane eVision foi apresentado nesta quinta-feira (15) (Divulgação/Renault)

A Renault apresentou o Mégane eVision, conceito que antecipa a nova geração de seu longevo hatch médio. Ou quase isso. Além de antecipar uma novíssima plataforma para carros elétricos, ele parece estar caminhando para se transformar em crossover. 

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O design altamente tecnológico é inspirado no carro-conceito MORPHOZ e foi concebido sobre a plataforma modular CMF-EV, fabricada pela Nissan, o que aponta para toda uma família Mégane elétrica.

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(Divulgação/Renault)

Por fora, o Mégane eVision logo chama atenção pelos os faróis full-led adaptativos, capazes de projetar luz em formas e intensidade variável. Dispostos em esquema tridimensional, assim como as lanternas traseiras, eles se assemelham à silhueta de diamantes, gerando uma paralaxe conforme o ângulo de visão.

De frente, os diodos parecem apenas uma série de linhas verticais paralelas, tal como o esquema da grade dianteira, adornada por para-choques dourados. Em ângulo, há o efeito de triângulos inclinados.

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Faróis do Mégane eVision têm no efeito 3D seu charme (Divulgação/Renault)

A assinatura luminosa do carro também se destaca nos emblemas da marca, envoltos por leds — brancos na frente e vermelhos atrás — cuja intensidade varia conforme a carga da bateria. Além disso, faixas luminosas contornam as laterais do teto e reforçam as linhas do habitáculo.

Um dos destaques do Mégane eVision é a ausência de coluna central e o suposto uso de portas suicidas, a fim de otimizar o espaço interno. Além disso, a falta de maçanetas aparentes nas portas traseiras sugerem o uso de mecanismos retráteis.

6-2020 – Mégane eVision
Vista lateral do novo Mégane eVision (Divulgação/Renault)

Outra ausência notável é a de retrovisores, que serão substituídos por pequenas câmeras em forma de aletas. Suas imagens deverão ser projetadas em telas internas e, via inteligência artificial, unidas a outros sensores externos.

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Bicolor, o Mégane apresenta uma pintura cinza-chumbo predominante e detalhes em tons de cobre e ouro. O teto flutuante, entretanto, é completamente em dourado metálico, com a mudança cromática começando ainda nas colunas do para-brisa, em degradê.

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Teto dourado contrasta com a pintura cinza-chumbo (Divulgação/Renault)

Um pouco de cada

Com 4,21 m de comprimento e 2,70 m de entre-eixos, o Mégane eVision é ligeiramente mais comprido que um Sandero, por exemplo, o que reforça sua vocação urbana.

A Renault optou, porém, por rodas de liga leve de aro 20 dignas de SUV e pneus de perfil baixo (245/40), que limitam perturbações aerodinâmicas. Esse conjunto se destaca ainda mais em um carro curto e de poucas saliências. Homenageando o passado, o design das rodas lembra bastante o logo usado pela fabricante entre 1972 e 1992.

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Desenho das rodas remete ao logo clássico da Renault (Divulgação/Renault)
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Tudo isso somado a uma altura de 1,50 m e largura de 1,80 m resulta um centro de gravidade mais baixo, favorecendo a dirigibilidade em maiores velocidades e até mesmo dando pistas sobre variantes mais esportivas da família.

Interior misterioso

Ainda que a Renault não tenha liberado muitas informações sobre o interior do Mégane, suas semelhanças com o MORPHOZ permitem supor uso amplo do sistema LIVINGTECH, focado em atender às necessidades de condutor e passageiros. As informações já disponíveis do sistema dão conta de uma grande tela com 80 cm de largura e visor OLED, localizada no console central.

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Ilustração conceitual do sistema LIVINGSCREEN embarcado no Renault MORPHOZ (Divulgação/Renault)

Vale lembrar que o projeto do MORPHOZ prevê compatibilidade com o sistema 5G e até mesmo a opção de girar em 180º os bancos dianteiros, ao estilo da primeira geração da minivan Espace. Essas características combinadas podem sugerir modos de direção autônoma em futuro próximo.

A plataforma CMF-EV prevê também interior modular e assoalho plano, favorecendo a ergonomia e habitabilidade do veículo. Ela “otimiza a eficiência energética do veículo, enquanto a maior distância entre eixos, o assoalho plano e as rodas posicionadas nos quatro cantos oferecem novas possibilidades”, comentou recentemente o diretor da Divisão de Veículos Elétricos e Serviços de Mobilidade do Grupo Renault , Gilles Normand.

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2020 – Modular electric platform CMF-EV
A plataforma CMF-EV é resultado da Aliança Renault-Nissan (Divulgação/Renault)

Motor e desempenho

O motor elétrico do Mégane eVision deverá ser um dos mais potentes de toda a linha Renault. Com 160 kW de potência (equivalente a 217 cv), ele entregará 30,6 kgfm de torque — desempenho equivalente, por exemplo, ao 2.0 TFSI da Audi. A Renault informou que o novo carro deverá fazer de 0 a 100 km/h em menos de 8 segundos.

2020 – Renault electric powertrain
Baterias finas são aposta da francesa para bom desempenho do Mégane (Divulgação/Renault)

A bateria ultrafina tem capacidade de 60 kWh e suporta carregamento via corrente contínua (até 130 kW) ou alternada (22 kW). Haverá suporte ao sistema V2G, que permite devolver energia elétrica à rede.

Isso pode ser útil em sistemas dinâmicos com tarifação horária. Desse modo, o proprietário pode “vender” energia ociosa do seu veículo em horários de pico e recomprá-la mais barata, carregando as baterias em momentos como as madrugadas.

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De acordo com o CEO da Renault, Luca de Meo, a autonomia deverá ser de aproximadamente 500 km. Haverá, também, possibilidade de incluir dispositivos que estendam esse alcance. De Meo ressaltou, também, que o design apresentado hoje corresponde a cerca de “95% do produto final”. O novo Mégane eVision deverá ser fabricado a partir do fim de 2021, chegando ao público europeu na virada para 2022.

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