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Cinco grandes escândalos recentes da indústria automotiva

Por omissão ou por falta de prevenção, montadoras saíram com a imagem manchada

Por Rodrigo Furlan
Atualizado em 2 dez 2016, 20h46 - Publicado em 22 set 2015, 15h28

seguranca

A fraude do “dieselgate” envolvendo as marcas do grupo Volkswagen continua dando pano para a manga – notícias recentes afirmam que o grupo deve demitir 30.000 funcionários em todo o planeta. Escândalo envolvendo grandes fabricantes de carros, porém, estão longe de ser novidade. Veja abaixo cinco dos mais recentes casos.

GM e o defeito de ignição negligenciado

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Que tal se você descobrisse que funcionários de sua empresa sabiam (e não mexeram uma palha) de um grave problema dez anos antes de você ter sido informado a respeito? Foi algo assim que ocorreu com a General Motors num imenso escândalo que explodiu em 2014.

Na ocasião, a companhia foi acusada de saber de um defeito que afetava o sistema de ignição de milhões de modelos vendidos na América do Norte, podendo fazer com que os carros desligassem sozinhos mesmo em movimento.

O problema estava, majoritariamente, no Chevrolet Cobalt (modelo norte-americano, o da foto acima, nenhuma relação com o brasileiro) e no Saturn Ion, mas, ao fim do processo, mais 15 milhões de exemplares de 20 modelos precisaram ser avaliados pela GM.

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Tal defeito gerou 124 indenizações por morte, 17 por lesões muito graves e 258 por lesões graves. Para encerrar o processo, a GM foi condenada nesta semana a pagar US$ 900 milhões nos EUA.

 

Uma porta (virtual) aberta pela FCA

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Este não foi um escândalo enorme e intencional, mas talvez o prenúncio de um deles. Isso porque representou uma pequena amostra do que os hackers podem fazer em larga escala num futuro próximo – e em pequena escala desde já: invadir e assumir o controle do seu carro sem que você possa fazer nada a respeito.

O indício foi dado pela ação de Charlie Miller e Chris Valasek, que, sentados tranquilamente no sofá, acessaram o sistema multimídia UConnect de um Jeep Cherokee e interagiram com sistemas como o de ignição, o de transmissão e o volante.

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Os hackers também fizeram o modelo, estacionado, rolar e cair num canteiro. Isso obrigou a Fiat Chrysler Automobiles a fazer o recall de 1,4 milhão de veículos nos Estados Unidos, para se prevenir.

 

Os insufladores problemáticos da Takataairbag-funcionario-takata.jpeg

Não foi uma, não foram duas, mas pelo menos dez grandes montadoras globais que se viram imensamente prejudicadas pelo sistema defeituoso dos insufladores de airbags da Takata, uma empresa japonesa.

Entre 2000 e 2008, foram produzidos 17 milhões de veículos equipados com esse tipo de bolsa de ar, facilmente deteriorável em ambientes de umidade alta. Nesses casos, a estrutura metálica do airbag podia ser projetada para a cabine e ferir (até fatalmente os ocupantes).

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Das grandes marcas, de acordo com o jornal The New York Times, a Honda foi a primeira a saber do problema, em 2004, sem se manifestar a respeito. Por isso, chegou a ser multada em US$ 70 milhões, enquanto a Takata levou uma sanção diária de US$ 14 mil por cada dia em que não cooperou com a investigação.

 

A aceleração involuntária de modelos da Toyotatoyota-camry-2009-10.jpeg

Seguramente não é das sensações mais agradáveis estar em seu próprio carro e reparar que ele começa a acelerar bruscamente contra sua própria vontade. Pois foi isso o que aconteceu com alguns exemplares produzidos pela Toyota na segunda metade da década passada, tendo como culpada a má construção do pedal de aceleração dos carros.

Num primeiro momento, a montadora se esquivou da culpa de alguns acidentes do gênero envolvendo seus modelos – o mais notório deles foi o de um Camry, em 2009, registrado por áudio no rádio da polícia da Califórnia. Na ocasião, o carro acelerou a 125 milhas por hora (201 km/h) e matou todos os quatro ocupantes instantaneamente.

Depois, a Toyota admitiu a falha e fez um recall de 9,3 milhões de carros ao redor do mundo – além de pagar uma multa de US$ 1,2 bilhão.

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A separação litigiosa entre Ford e Firestoneford-explorer-1990.jpeg

A Ford havia tido uma experiência complicada com SUVs no fim dos anos 1980, com o Bronco II, e lançou o Explorer no início da década seguinte para encerrar a fama de fazer utilitários propensos a capotamentos. Para isso, contou com a centenária parceria da Firestone para o fornecimento de pneus.

O problema é que a National Highway Traffic Safety Administration (NHTSA) identificou muitas queixas de acidentes envolvendo estouros de pneus de unidades da Explorer – e esse tipo de circunstância levou a vários capotamentos. Assim, teve início uma guerra de palavras entre Ford e Firestone, uma repassando a culpa para a outra.

O problema causou 100 mortes ao redor do mundo. Depois de dois recalls envolvendo um total de quase 20 milhões de pneus, as empresas desfizeram a parceria – que só seria retomada alguns anos depois.

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