McLaren W1 tem suspensão feita em impressora 3D com titânio em pó
Entenda como tecnologia revolucionária influencia no peso, na aerodinâmica e até no conforto a bordo do híbrido W1
O McLaren W1 foi apresentado como o substituto do P1. Além da sua aerodinâmica refinada e toda a força do V8 híbrido de 1.278 cv, o hipercarro tem outra tecnologia de destaque: todo o seu conjunto de suspensão é feito em impressoras 3D.
A tecnologia está se tornando tendência na indústria automotiva, principalmente quando falamos de carros de alto desempenho. Além da McLaren, a Ferrari também fez algo semelhante na suspensão da F8, com amortecedores internos ativos e triângulos superiores feitos com impressão 3D.
A Bugatti é uma das especialistas nesse assunto e já usa essa tecnologia há alguns anos, inclusive, ela está presente no seu mais recente lançamento, o Tourbillon.
Mas se você tem uma impressora 3D, não pense que conseguirá simplesmente copiar o projeto e imprimir a suspensão do McLaren W1 em casa. Claramente, para fazer seus componentes, existe toda uma engenharia e tecnologia avançada para isso, tanto é que a McLaren juntou forças com a empresa America’s Divergent Technologies, especialista em impressões 3D.
A Divergent é especializada em criar peças avançadas, até mesmo fora do setor automotivo, e foi criada por Kevin Czinger, criador da marca Czinger, que está desenvolvendo hipercarros que usam impressão 3D.
Para fazer o conjunto de suspensão, tudo começa com titânio em pó, depositado camada por camada e fundido utilizando lasers. Após concluídas, as peças entram em um forno para tratamento térmico que elimina o estresse residual. Os componentes são projetados por um software avançado para serem feitos utilizando o mínimo de material possível, resultando assim em peças com formatos orgânicos e mais leves.
No W1, o conjunto de suspensão é composto por hastes com amortecedores internos, barras de torção e amortecedores de elevação. Eles são montados diretamente na cuba central de fibra de carbono, eliminando assim a necessidade de um subquadro.
Isso é muito importante para o conceito geral do carro. Por ser um híbrido plug-in, todo o sistema elétrico (apesar de simples) tem um peso considerável, mas ao eliminar o subquadro, a McLaren conseguiu economizar peso, chegando assim aos 1.399 kg do carro, otimizando o fluxo de ar sob o carro.
E toda essa aerodinâmica, em especial a força descendente de uma tonelada gerada pelo W1, é essencial para o que a McLaren quis para esse carro. “Não dá para dirigir o McLaren Senna no carrossel de Nürburgring, porque estaria pulando constantemente. Mas com o W1 será bem diferente”, explica Mark Gayton, engenheiro da McLaren.
Para sabermos realmente como toda essa tecnologia funciona junta, teremos que esperar um pouco. Afinal, as entregas das 399 unidades anunciadas do McLaren W1 só começarão em 2025.