Mágica em vídeo: é assim que um motor Wankel funciona
Motores rotativos quase não têm peças móveis, mas geram muito mais potência
Motores wankel – ou rotativos – não são novos, mas sempre impressionaram pelas suas características. Com rotor em vez de pistões, este motor é menor e gera mais potência que os convencionais, de ciclo Otto.
Em vez de pistões e bielas, eles possuem um ou mais rotores, cujo formato é de um triângulo com faces abauladas. Esses rotores giram em um eixo e se arrastam pela parede da carcaça, que é oca e tem forma ovalada parecida com a de um oito.
É complicado explicar, mas o vídeo do canal Warped Perception, que já havia mostrado a combustão em um motor convencional, mostra claramente o funcionamento.
Não se trata de um motor da alemã NSU, nem de um Mazda, mas sim de um pequeno motor rotativo usado em aeromodelismo. A escala é reduzida, mas o princípio é o mesmo.
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O vídeo começa explicando os quatro tempos de funcionamento dos motores Wankel. São os mesmos: admissão, compressão, explosão (ignição) e escapamento. No entanto, acontecem de forma completamente diferente. Graças a uma tampa transparente é possível ver cada um desses tempos em câmera lenta.
Não há válvulas de admissão. A mistura ar-combustível é admitida pela janela de admissão, através da pressão negativa gerada pelo movimento do motor. Essa mistura é deslocada para outra face da carcaça e comprimida, e em seguida, em uma outra face, é inflamada pela vela de ignição. Por fim, os gases são expulsos pela janela de escape.
O movimento circular que o rotor faz é transmitido para um um eixo excêntrico parecido com um virabrequim, que envia a energia para a caixa de câmbio.
Vantagens e desvantagens
Os motores Wankel possuem menos peças móveis, o que faz com que sejam menos ruidosos. Por não ter pistões invertendo o movimento, é mais suave. O rendimento específico também é bom: no RX-7, o motor 1.3 de dois rotores e dois turbocompressores gerava 280 cavalos.
Entre as desvantagens dos Wankel estão a pouca elasticidade (ou seja, potência e torque aparecem em rotações elevadas e próximas entre si) e a dificuldade para obter boa vedação entre o rotor e a parede da câmara de combustão.
Ele também esquenta muito e as emissões de poluentes são elevadas para os padrões atuais, pois seu modo de funcionamento faz com que o óleo lubrificante seja queimado pelo motor.
A Mazda foi a última fabricante a usar motores Wankel. Hoje, planeja voltar a utilizá-lo como gerador (ou extensor de autonomia) em veículos elétricos.
Fabricação artesanal
Embora a fabricação de motores seja altamente automatizado (os motores AMG e os do Nissan GT-R são exceção), na Mazda o processo de fabricação dos motores rotativos era artesanal até 2003.
O motivo? Não seria rentável substituir homens por máquinas nesse processo. Por ter menos peças móveis, os motores rotativos também eram mais fáceis de produzir. Levava entre 35 e 40 minutos para montar o motor inteiro, rápido o suficiente para acompanhar a demanda.
O vídeo abaixo mostra o processo de fabricação do motor 13B, o Wankel mais marcante da história da Mazda.
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O processo de fabricação só foi automatizado em 2003, com o lançamento do RX-8. Seu motor era o 13B-MSP Renesis, uma versão atualizada do motor 13B mais eficiente em consumo e emissões. Mas era mais fraco: tinha 228 cavalos e 22,4 mkgf de torque.