Ford Maverick será alternativa a Fiat Toro só para quem puder pagar

Quando apresentou a Maverick ao mundo, a Ford tratou de elencar suas qualidades antes de tudo, para depois brincar: “Citamos que se trata de uma picape?”. A pequena ousadia em algo tão formal quanto coletivas de imprensa foi, presumivelmente, calculada.

Black Friday! Assine a Quatro Rodas a partir de R$ 6,90

Um aperitivo das provocações agora reeditadas no Brasil, de olho na concorrente Fiat Toro, até então sozinha no mercado.
Focada em SUVs e caminhonetes, a Ford vem passando por uma transformação conturbada, como um time que muda seu estilo de jogo após eras.

Para não perder fãs de modelos tradicionais como o Focus, por exemplo, a Ford fez uma caminhonete híbrida – em diferentes sentidos.

O mais óbvio deles se refere ao trem de força que une um motor elétrico ao 2.5 a gasolina – embora essa versão não esteja prevista para o Brasil. Nós teremos apenas o Ecoboost 2.0 de aproximados 253 cv e 38,4 kgfm, também usado no Bronco Sport.

O lançamento está previsto para o primeiro trimestre de 2022. Já o sentido mais amplo de “híbrida” se refere à ideia de investir em cabines cada vez maiores, criando meio que SUVs com caçambas.

Saiba logo no início da manhã as notícias mais importantes sobre a pandemia do coronavirus e seus desdobramentos. Inscreva-se aqui para receber a nossa newsletter

Aceito receber ofertas produtos e serviços do Grupo Abril.

Cadastro efetuado com sucesso!

Você receberá nossa newsletter todas as quintas-feiras pela manhã.

Essa tendência não se restringe à Ford, e a Hyundai fez o mesmo com a concorrente direta Santa Cruz. E a própria Fiat tentou colar à imagem da Toro que ela se tratava de uma SUP, ou seja: uma Sport Utility Pick-up.

Ainda se aprumando após o turbulento 2020 no Brasil, a americana não ousará demais, trazendo apenas a versão topo de linha da Maverick em um primeiro momento.

A Ford Maverick Lariat FX4 é inclusive mais equipada que a equivalente vendida nos Estados Unidos, uma vez que lá o pacote off-road FX4 é opcional.

Além do interior com evidente qualidade e ótimo aproveitamento de espaço, o modelo conta com protetor de cárter, robustos amortecedores monotubo com batente hidráulico, radiador maior e pneus todo-terreno.

A Ford quer mudar a ideia estritamente rural de picapes maiores, e usa poucos apliques plásticos para mostrar que o novo modelo também sabe ser veloz.

Na Maverick brasileira haverá cabeamento especial na caçamba, permitindo que o dono instale tomadas ou outro tipo de conexão. Serve para alimentar as caixas de som à beira da praia, mas também para alimentar ferramentas de trabalho, mas isso será mais usado na intermediária XLT, que virá em seguida.

É como um teste de aptidão para tarefas urbanas, onde a Fiat Strada manda bem, mas a Toro nunca preencheu a lacuna entre as caminhonetes pequenas e médias.

Já o flerte com jovens adultos está na filosofia do “faça você mesmo”, tanto no cabeamento citado quanto na saída de ar traseira. Nela, um insuspeitado encaixe teve sua forma disponibilizada na internet, sendo possível criar todos os tipos de porta-objetos através de impressão 3D.

Acredite: o objeto projetado até mesmo no Paint 3D pode ser encomendado a gráficas via internet, e saem mais em conta que equivalentes do catálogo de opcionais.

Essa nova perspectiva já vem dando certo no exterior: nos EUA, as compras da picape feitas por mulheres são 150% maiores do que a média do segmento, somando um quarto do total. Os jovens de 18 a 35 anos representam outros 25%, dobrando as cifras médias nesse mercado.

Há poucas dúvidas quanto à qualidade da Maverick, que é importada do México e goza de isenções fiscais. Seu preço, entretanto, será salgado e superará os R$ 200.000, dizem fontes ouvidas por QUATRO RODAS.

A Ford corre sério risco de, mais uma vez, vender um ótimo produto a preços de categorias superiores. Tão desprendida de tradições, entretanto, não se assuste se a Maverick ocupar segmentos incomuns, como o deixado pelas picapes médias flex.

Ficha Técnica – Ford Maverick Lariat FX4

Preço: R$ 200.000 (estimado)
Motor: gas. diant. transv. 4 cil., 16V, turbo, 1.999 cm3, 240 cv a 5.500 rpm, 38,4 kgfm a 3.000 rpm
Câmbio: automático, 8 marchas, tração traseira
Direção: elétrica
Suspensão: McPherson (dianteira), multilink com amortecedores monotubo pressurizados e batente hidráulico (traseira)
Freios: disco ventilado (dianteira e traseira)
Pneus: 225/65 R17 A/T
Dimensões: comprimento, 507 cm; largura, 212 cm; altura, 174 cm; entre-eixos, 308 cm; peso, 1.692 kg; caçamba, 943 l

Não pode ir à banca comprar, mas não quer perder os conteúdos exclusivos da Quatro Rodas? Clique aqui e tenha o acesso digital.