Fabricantes mudam estratégias para renascer no mercado
Seja com problemas financeiros ou de imagem, o efeito fênix é uma saída para as marcas
Recomeçar é buscar uma nova chance. Assim também encaram as fabricantes que, para aumentar as vendas ou melhorar sua imagem, promovem reviravoltas na sua estratégia.
Um caso bem-sucedido de recomeço vem da Peugeot. Há pouco mais de cinco anos, a francesa brigava por espaço entre modelos de entrada e maior volume.
Sua reestruturação começou em 2013, com o 208. De lá para cá, ela focou na sofisticação com veículos mais caros e tecnológicos, como 208 GT, o 3008 e o recém-lançado 5008.
Sua estratégia se reflete no ticket médio (valor médio de cada venda), que passou de R$ 59.990 em janeiro de 2012, para R$ 85.854 no mesmo período de 2018.
O destaque vai para o SUV médio 3008, que já acumula 412 emplacamentos nos primeiros dois meses do ano, num segmento em que a Peugeot até então estava ausente – o 3008 de geração anterior era uma minivan de alcance restrito.
A Volkswagen apostou na modernização de seus motores para recuperar seu prestígio no mercado brasileiro e deu força para a popularização do downsizing com a linha turbo TSI.
O Up! continua longe do sucesso de vendas, bem atrás dos concorrentes diretos Fiat Mobi e Renault Kwid. Mas a VW deu um jeito de faturar mais em cima deles. Até novembro de 2017, 45,7% dos Up! vendidos tinham motor TSI, segundo a Jato – e eles custam quase R$ 5 mil a mais que os 1.0 aspirados.
A aposta no Polo, ocupando um degrau intermediário entre o Gol e o Golf, também já rende frutos: em fevereiro, ele foi o VW mais vendido no país, ocupando a 4ª colocação no ranking geral de vendas.
Já a Fiat tem reduzido a idade média de sua linha, com Mobi, Toro, Argo e Cronos, que aos poucos tomam o lugar de Punto, Palio, Palio Fire e Weekend. E ao contrário do que o histórico popular da marca indicava, quem faz mais sucesso são justamente os modelos mais caros, como a Toro.
No caso da JAC, após a estreia grandiosa no Brasil, passou por problemas com o governo relacionados à sua fábrica de Camaçari (BA) e depois viu suas vendas despencarem, com a mudança no IPI.
Para tentar recuperar o prejuízo, a marca focará nos SUVs: tirou os compactos J2, J3 e J3 Turin de linha (e planeja fazer o mesmo com J5 e J6) para formar uma gama, com exceção da van T8, quase toda composta por SUVs e semelhantes, como T40, T5 e T6.