VW T-Cross 2025 evolui, abandona acabamento do Polo e mantém desempenho
Com solução exclusivas para o Brasil, como rodas e lanternas, o SUV compacto evoluiu e manteve preços - que não deixam de ser altos
O Volkswagen T-Cross foi o SUV mais vendido do Brasil em 2023 e continua na liderança em 2024. Mesmo assim, na linha 2025, que já está à venda, ele passa por uma mudança visual que o deixa mais próximo do modelo europeu, ganha equipamentos e melhora o acabamento, que era a principal crítica do modelo anterior.
Para a estreia do novo T-Cross por aqui temos a versão topo de linha, Highline, que parte dos R$ 175.990, mas equipada com todos os pacotes opcionais disponíveis, como na unidade testada, encosta nos R$ 190.000 – todos os valores estão descritos durante o teste. A cor Cinza Ascot também é nova.
De cara, o primeiro pacote que já precisa ser apresentado é o Dark, que custa R$ 2.600 e dá acabamento escurecido ou preto brilhante em pontos estratégicos. Entre eles, os apliques dos para-choques (nas porções centrais e, no caso da dianteira, nas aberturas das extremidades), teto, retrovisores, logotipos e rodas. Os pneus também são exclusivos.
Mais urbano e com soluções exclusivas
Embora pontuais, as novidades estéticas do SUV são bastante significativas e o deixaram mais urbano. Na dianteira, o para-choque é novo e tem mais lataria aparente – no anterior havia mais plástico sem pintura, em uma pegada mais “aventureira”. A grade é nova e tem uma barra central cromada, mas não tem a aguardada barra de led, como se vê em Taos, Tiguan, Polo GTS.
Os faróis são novos e full led com refletores em todas as versões, com o triplo do alcance em comparação com os antigos halógenos, segundo a VW. Antes opcionais para a versão Highline, os faróis por projetores deixam de ser oferecidos com a justificativa de preços altos.
De lado, a maior novidade está nas rodas de 17 polegadas, que são novas e exclusivas para o Brasil. Elas são diamantadas, mas no pacote Dark têm acabamento escurecido na face e fundo preto. Os pneus são 205/55 e exclusivos do pacote Dark: trata-se de pneus da linha Seal Inside, da Pirelli, que suporta perfurações de até 5 mm. Eles se consertam sozinhos por terem um material interno vedante.
Na traseira, o para-choque é novo e, finalmente, as lanternas (full led) ganham iluminação nas porções que ficam na tampa do porta-malas. Iguais em todas as versões, as novas lanternas também são exclusivas para o Brasil.
Acabamento melhorou, mas não surpreende
O formato do painel é quase todo novo. Há uma faixa central em material brilhante (com iluminação branca indireta logo abaixo) e uma porção à frente do passageiro com revestimento emborrachado e costuras falsas – mas sem toque macio. As cores, estampas e texturas mudam conforme as versões.
Os pegadores das portas ganham texturas que demonstram maior cuidado, assim como parte das portas dianteiras, com tecido. Para quem vai atrás, o apoio de braço agora é almofadado. Mas apesar da melhora, de uma qualidade percebida superior, não há nenhum material emborrachado ou macio quando se fala dos plásticos.
Assim, a maior crítica para o interior do T-Cross fica para a escassez de porta-objetos que abriguem objetos como carteiras, celulares, chaves e outros. Há dois porta-copos centrais, compartimentos das portas e o que fica sob o apoio de braço central. Todos, porém, muito pequenos. O maior deles é o carregador de celular por indução, que não pode acomodar qualquer coisa.
Os bancos não tiveram alteração de espuma, densidade ou formado, mas têm novos revestimentos que variam conforme as versões. No Highline, mistura material sintético e couro legítimo, tudo em preto.
O espaço do T-Cross também não mudou, e isso é bom, já que o SUV compacto acomoda bem quem for atrás, mesmo que os ocupantes tenham cerca de 1,80 m. Atrás também há duas portas USB do tipo C e duas saídas de ar-condicionado – o que não se vê nem no Jetta GLI.
Já o porta-malas segue com seus 420 litros na função Cargo, quando o encosto do banco traseiro é colocado em uma posição mais vertical. Na posição mais confortável para os passageiros, o porta-malas passa a ter 373 litros.
Reforço na tecnologia e mais opcionais no T-Cross 2025
O quadro de instrumentos é digital de 10,25” na versão Highline, e a multimídia tem 10,1”, com Android Auto e Apple CarPlay sem fio.
Inclusive, a multimídia agora fica mais deslocada do painel e abriga muitos comandos, como abertura de porta-malas, modos de condução, start-stop. Praticamente não se tem botões físicos no T-Cross, o que diminui também a praticidade em algumas operações. O ar-condicionado é digital, mas só de uma zona e tem comandos sensíveis ao toque, também nada práticos.
Ainda nos equipamentos há seis airbags, câmera de ré, sensores de estacionamento dianteiros e traseiros, chave presencial e sistema start-stop. E itens de ADAS, como frenagem automática de emergência, piloto automático adaptativo e detecção de pedestres, que estão em todas as versões da linha 2025, e detector de fadiga, adicionado na versão de topo.
Além dos itens de série há o pacote opcional ADAS, que inclui assistente de saída involuntária de faixa, assistente de estacionamento, detector de pontos cegos e câmera multifuncional. Ele custa R$ 3.490. O teto solar, com abertura elétrica, custa mais R$ 7.360.
Ficam faltando, porém, ar-condicionado de duas zonas, freio de estacionamento eletrônico e auto hold, itens presentes na concorrência.
Sem alterações mecânicas – ainda bem
O T-Cross 2025 não teve nenhuma alteração mecânica. Ele segue com o motor 1.0 turbo de três cilindros com 128 cv e 20,4 kgfm de torque nas versões mais baratas (200 TSI e Comfortline), e com o 1.4 turbo de 150 cv e 25,5 kgfm na Highline, a testada. O câmbio é sempre automático de seis marchas e há quatro modos de condução em todas as versões (Eco, Sport, Normal e Individual).
Como nada mudou, a não ser os pneus dessa unidade, os números de desempenho e de consumo também quase não mudaram em relação ao último teste que nós fizemos com esse carro. O T-Cross Highline foi e 0 a 100 km/h em 9,5 segundos. Já as ótimas médias de consumo ficaram em 12,2 km/l na cidade e 15,5 km/l na estrada. Os testes são realizados com gasolina.
É um bom desempenho para a categoria, com boas acelerações e retomadas. Em relação aos modelos mais antigos, porém, foi possível sentir um lag maior nas respostas do acelerador. Isso incomoda um pouco. Nesse caso entra a ajuda do bom funcionamento do câmbio, que tem trocas rápidas, apesar de não tão suaves.
A suspensão é focada no conforto: o T-Cross é macio e confortável, mas, como estamos falando de um Volkswagen, há uma certa rigidez que ajuda muito na estabilidade. Assim, ele passa muito longe de ser um carro molenga ou que dá medo em curvas, ao contrário. E a direção é leve, fácil de lidar de viagens longas a manobras. É um carro muito bom de se dirigir, ou andar de passageiro.
Preços do T-Cross 2025
O T-Cross 2025 parte de R$ 142.999 na versão 200 TSI, passa pelos R$ 160.990 da Comfortline, ambas com motor 1.0 turbo, e chega aos R$ 175.990 iniciais da Highline, 1.4 turbo. São os mesmos preços da linha 2024.
Mas uma unidade como essa, com todos os opcionais, sai por R$ 189.440. É mais caro do que um Taos Comfortline, que custa R$ 186.990.
Veredicto Quatro Rodas
Enfim. O T-Cross evoluiu, é fato. E por isso deve continuar vendendo muito. Apesar dos pesares, como o preço.
Teste Quatro Rodas – Volkswagen T-Cross Highline 2025
Aceleração
0 a 100 km/h – 9,5 s
0 a 1.000 m – 30,6 s – 172,8 km/h
Velocidade máxima (dados de fábrica) – 202/200 km/h (etanol/gasolina)
Retomadas
D 40 a 80 km/h – 4 s
D 60 a 100 km/h -5 s
D 80 a 120 km/h – 6,6 s
Frenagens
60/80/120 km/h a 0 – 14,7/25,5/57,9 m
Consumo
Urbano – 12,2 km/l
Rodoviário – 15,5 km/l
Ruído interno
Neutro/RPM máx. – 39,4/58,3 dBA
80/120 km/h – 59,1/72,8 dBA
Aferição
Velocidade real a 100 km/h – 99 km/h
Rotação do motor a 100 km/h – 1.800 rpm
Volante – 2,5 voltas
Seu Bolso
Preço básico – R$ 175.990
Garantia – 3 anos
Ficha técnica – VW T-Cross Highline 2025
Motor: flex, diant., transv., 4 cilindros, 1.395 cm3, 150 cv a 4.500/5.000 rpm (etanol/gasolina), 25,5 kgfm a 1.500 rpm
Câmbio: automático, 6 marchas, tração dianteira
Direção: elétrica
Suspensão: duplo A (diant.), eixo de torção
Freios: disco ventilado (diant.) e discos sólidos (tras.)
Pneus: 205/55 R17
Dimensões: comprimento, 421,8 cm; largura, 197,7 cm; altura, 157,5 cm; entre-eixos, 265,1 cm; peso, 1.305 kg; tanque de combustível, 49 l; porta-malas, 420/373 litros