Por Péricles Malheiros
4.824 km
Antes de apresentar o caçula da frota, vale uma consulta no arquivo de Longa Duração. Testamos um Ka da geração anterior entre agosto de 2008 e junho de 2010. Ele havia chegado com a bola toda, remodelado e com bom volume de vendas. Mas em pouco tempo o projeto obsoleto começou a definhar e o Ka foi sendo ultrapassado pela concorrência.
Os números iniciais da nova geração empolgam como nunca. Enquanto o Ka anterior tinha em seus melhores tempos a décima posição no ranking de emplacamentos, o modelo 2015 chegou e estacionou no quinto lugar em novembro de 2014. A gente sentiu o efeito negativo desse interesse todo por ele. A princípio, queríamos o maior pacote de novidades do Ka: motor 1.0 de três cilindros, carroceria sedã, cor laranja e pacote máximo de equipamentos. Iniciamos a procura e logo vimos que os nossos desejos caracterizavam um carro sob encomenda. Mas, diante da alegação da rede Ford de que pedidos especiais demoram ainda mais para serem atendidos na fase de lançamento, flexibilizamos nossas exigências. “A fábrica prioriza as configurações mais comerciais”, explicou um dos vendedores consultados. Como queríamos testar também os atrativos que estreiam no Ka (ESP e comandos no volante), fugimos do hatch SE prata – a tal versão comercial que ele tinha para pronta entrega – e continuamos a busca. E encontramos na paulistana Sonnervig um modelo muito parecido com o que queríamos – a única diferença era a carroceria hatch. “Você precisa dar a resposta rapidamente. Como a procura está alta, não posso reservar o carro”, disse o vendedor. Batemos o martelo e, 42 dias após a compra, retiramos nosso Ka SEL 1.0 Laranja Savana. Por ele, pagamos R$ 38 610, já com os R$ 1 085 da pintura metálica.
Mal havia chegado e o Ka assumiu um ritmo acelerado de rodagem. De cara, foram quase 5 000 km, em quatro viagens pelo interior paulista. Em Limeira, uma missão especial aos 1 000 km: a realização do primeiro teste em nosso campo de provas, cujos resultados são guardados para uma comparação com o segundo, sempre feito no fim da jornada, aos 60 000 km. Por ora, vamos a um confronto de gerações (veja o quadro ao lado com os resultados do primeiro teste do novo e do antigo Ka).
Apesar de maior (3,89 ante 2,83 metros de comprimento) e mais pesado (1026 ante 943 kg), o novo Ka está mais versátil e alinhado às necessidades do consumidor. Tem carroceria com quatro portas, bom nível de espaço para pessoas e bagagens e pacote de equipamentos de tecnologia, segurança e conforto dignos de categorias superiores. Ao volante, revelou números de aceleração e retomadas similares aos do aposentado, com ligeira vantagem nas provas de frenagem.
Mas, se há um ponto de incontestável evolução, este é o consumo. Na estrada, enquanto o antigo rodava 10,4 km com 1 litro de etanol, o modelo 2015 roda 12 km – uma melhora de 15,4%. Na cidade, o novo vai 23,4% mais longe com 1 litro de etanol: 9,5 km, ante 7,7 km. No primeiro exame, o Ka foi bem. Agora – e até os 60 000 km – é só ver como ele se comportará.
Consumo
No mês: 9,7 km/l com 19,1% de rodagem na cidade
Desde fev/15: 9,7 km/l com 19,1% de rodagem na cidade
Combustível: etanol