Teste: Kia Stinger, para quem quer se divertir ao volante
Coreana irá depositar suas fichas nesse esportivo para voltar a aparecer no mercado brasileiro
A primeira impressão é a que fica. E a que se tem ao conhecer o Stinger, lançamento da Kia previsto para estrear no segundo semestre de 2018, é das melhores. Na dianteira, são tantas (e enormes) tomadas de ar que a área física de para-choque propriamente dita chega a ser pequena.
No perfil, nem as rodas aro 19 atraem tanto o olhar quanto a carroceria com linhas que dão sequência às saídas de ar do para-lama dianteiro, com vincos estendidos até a traseira, onde, mais acima, a carroceria ganha volume e um pequeno prolongamento da lanterna.
Atrás, o conjunto ótico lembra o clássico Maserati Ghibli – não à toa, afinal o designer do Stinger, Gregory Guillaume, assume ter se inspirado no cupê italiano para criar as linhas do coreano.
Apesar da dianteira imponente, o destaque do estiloso Stinger está na traseira. O longo arco do teto, com queda suave sobre a região do porta-malas, confere o estilo cupê. A tampa do compartimento de bagagem, inclusive, integra a parte de metal e o enorme vidro, como se fosse um hatch.
Essa mescla de sedã e cupê vem dos alemães: Audi A5 e A7, Mercedes CLA e CLS e BMW Séries 4 e 6.
Com 4,83 metros de comprimento e 2,91 de entre-eixos, o Stinger é um exemplo a ser seguido no que diz respeito a oferta de espaço na cabine, principalmente no banco traseiro. Ainda assim, nem pense em colocar ali um terceiro ocupante, pois o túnel central, bastante elevado, o obrigaria a acomodar suas pernas de um modo que comprometeria o conforto de todos.
Além do tubo de escape, o túnel abriga parte do sistema de transmissão, afinal esta versão GT, topo de linha, tem tração nas quatro rodas.
Mesmo com algumas molduras plásticas imitando alumínio e o couro vermelho de gosto duvidoso, o acabamento é bom e com montagem precisa, com vãos regulares na conexão entre as partes.
O esportivo se mostrou convincente no nosso campo de provas. Com o motor da família Lambda II T-GDi (um V6 biturbo 3.3 com injeção direta e 370 cv), o Stinger GT acelerou de 0 a 100 km/h em 5,8s – o Chevrolet Camaro, com 461 cv, fez em 5,1 s.
Mas foi nas provas de retomada que o coreano mais impressionou, com médias de 2,3 s (40 a 80 km/h), 2,7 s (60 a 100 km/h) e 3,2 s (80 a 120 km/h), muito próximo do Camaro, respectivamente 2,3, 2,3 e 2,9 s.
Nas frenagens, os números até foram bons, mas as paradas foram acompanhadas de uma forte trepidação. Com apenas 150 km rodados, as pastilhas não estavam bem assentadas aos discos, causando o incômodo.
Sem definição mais precisa de conteúdo e preço, fica impossível dizer se o Stinger será uma boa compra. Por ora, o que se pode afirmar é que ele será um bom parceiro para quem quer se divertir ao volante.
Veredicto
Bonito e com um conjunto mecânico de respeito, o Stinger precisará vencer a falta de tradição da Kia entre os esportivos.
Teste de pista
- Aceleração de 0 a 100 km/h: 5,8 s
- Aceleração de 0 a 1.000 m: 25,1 s – 216,6 km/h
- Velocidade máxima: 270 km/h
- Retomada de 40 a 80 km/h: 2,3 s
- Retomada de 60 a 100 km/h: 2,7 s
- Retomada de 80 a 120 km/h: 3,2 s
- Frenagens de 60/80/120 km/h a 0 m: 16,6/27,9/63,5 m
Ficha técnica – Kia Stinger GT V6 Biturbo
- Preço: R$ 300.000
- Motor: gas., diant., long., biturbo, V6, 3.342 cm3; 24V, injeção direta, 92 x 83,8 mm, 10:1, 370 cv a 6.000 rpm, 52 mkgf a 1.300 rpm
- Câmbio: automático, 8 marchas, 4×4
- Suspensão: McPherson(dianteira), multilink (traseira)
- Freios: disco ventilado (dianteira) e sólidos (traseira)
- Direção: elétrica, de relação variável
- Rodas e pneus: liga leve, 225/40 R19 (dianteira) e 255/35 R19 (traseira)
- Dimensões: comprimento, 483 cm; largura, 187 cm; altura, 140 cm; entre-eixos, 290,5 cm; peso, 1.770 kg; tanque, 60 l;porta-malas, 450 l