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Renault Megane E-Tech é elétrico estiloso com preço de Jeep Commander

Com visual ousado e nova plataforma, Renault Megane E-Tech custa R$ 279.900 e substitui Zoe como principal elétrico da marca no Brasil

Por Eduardo Passos
Atualizado em 21 set 2023, 10h13 - Publicado em 21 set 2023, 10h00

A Renault foi uma das pioneiras na venda de carros elétricos no Brasil, mas as coisas mudaram. Antes, a mera oferta de um EV já era suficiente para cumprir a proposta de ter algo diferente e inovador no catálogo; agora, o mercado vem crescendo rapidamente e, além de bom, o veículo precisa ser atraente tanto no estilo quanto no preço para fazer sentido.

A própria fabricante francesa anunciou que está começando sua “Renovação” no país (segunda parte de um plano de “Renolução”). Essa ideia envolve veículos mais caros e que tragam status à marca, focando em valor ao invés de volume. 

Simplicidade da traseira tem ares de carro-conceito
Simplicidade da traseira tem ares de carro-conceito (Fernando Pires/Quatro Rodas)

E é nesse equilíbrio instável que o novo Renault Megane E-Tech chega ao mercado, tendo que oferecer requinte com preço competitivo. O crossover com toques de SUV compacto estreia por R$ 279.900 — valor que o posiciona entre BYD Yuan Plus e o Volvo XC40. É o início de uma nova fase, ainda mais simbólica com a aposentadoria do Zoe, que sai de linha no país justo nesta semana.

Design

Apesar do batismo que remete ao clássico Mégane fabricado no Brasil, pouco se aproveita desse legado. Na verdade, até o acento agudo com som de circunflexo, típico da língua francesa, foi deixado para trás no nome.

O novo Megane E-Tech aposta no que a marca chama de “tecnologia sensual”, elegante ao apostar em elementos decorativos bem discretos por si, mas, que unidos, compõem um conjunto bem diferente do que estamos acostumados.

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Ausência da grade tradicional não causa estranhamento
Ausência da grade tradicional não causa estranhamento (Fernando Pires/Quatro Rodas)

Na dianteira, foi possível concentrar faróis baixos, altos e de neblina (todos em leds) sob uma mesma moldura, bem fina. De uma ponta à outra do capô, as peças são ligadas por uma barra preta que, ao centro, estreia o novo emblema da Renault no Brasil — em baixo relevo e traços minimalistas. 

Farol alto é adaptativo; luzes também se adaptam a condições de chuva e neblina automaticamente
Farol alto é adaptativo; luzes também se adaptam a condições de chuva e neblina automaticamente (Fernando Pires/Quatro Rodas)

As DRLs têm estilo mais chamativo, bem curvilíneo, mas é o único ponto menos discreto da dianteira. Os franceses não tiveram medo de remover a grade frontal e há entradas de ar só no para-choque, por onde as baterias são arrefecidas.

 

 

Falando em para-choques, é basicamente neles onde existem formas mais anguladas. Em toda a carroceria, predominam curvas bem suaves, incluindo o teto com caimento levemente cupê. A preocupação com essa fluidez (que também tem propósito aerodinâmico) é tanta que maçanetas dianteiras estão embutidas nas portas e, as traseiras, na coluna C.

DRLs concentram ousadia estética na dianteira
DRLs concentram ousadia estética da dianteira (Fernando Pires/Quatro Rodas)

São detalhes como esses que diferenciam o Megane de algo meio preguiçoso no design, como um Tesla Model 3. A tampa do porta-malas, à primeira vista, parece simples demais, mas basta ligar o carro para que as lanternas exibam leds vermelhos que simulam uma linha de costura tridimensional. Isso, junto às setas progressivas, enriquece a obra na medida certa.

Filamentos de leds criam "costura" tridimensional nas lanternas
Filamentos de leds criam “costura” tridimensional nas lanternas (Fernando Pires/Quatro Rodas)

Silêncio

Com a chegada do Megane, também estreia no Brasil a plataforma CMF-EV, usada daqui em diante na “nata” dos elétricos de Renault e Nissan. Todos os veículos que já a utilizam (Nissan Ariya, Renault Scenic E-Tech e o Megane) se assemelham no baixo vão livre e nas rodas grandes. Além do visual, um ponto forte é o isolamento acústico.

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Vão livre pequeno é característica da plataforma CMF-EV
Vão livre pequeno é característica da plataforma CMF-EV (Fernando Pires/Quatro Rodas)

A francesa instalou espuma amortecedora entre o assoalho do carro e o compartimento de baterias; um tapete que tanto evita batidas entre partes rígidas como também isola sons que vêm de baixo. Também há isolamento acústico duplo nas portas e a própria aerodinâmica reduz o barulho do vento. É um conjunto chamado de “casulo” pela fabricante, que o enfatizou bastante na apresentação do carro.

Posição do motor elétrico diminui o som (já baixo) que vem dele
Posição do motor elétrico diminui o som (já baixo) que vem dele (Fernando Pires/Quatro Rodas)

É claro que confrontamos promessa e realidade, com resultados interessantes. A 120 km/h, por exemplo, o barulho no Megane é cerca de 4,8 vezes menor que do em um Stepway. Comparado ao luxuoso Porsche Taycan na mesma velocidade, a cabine do elétrico fabricado na cidade francesa de Douai é, surpreendentemente, 2,5 vezes mais silenciosa que a do modelo alemão.

Maçanetas dianteiras embutidas nas portas contribuem para silêncio e aerodinâmica
Maçanetas dianteiras embutidas nas portas contribuem para silêncio e aerodinâmica (Fernando Pires/Quatro Rodas)

A nova arquitetura também faz bonito na estabilidade, com centro de gravidade bem baixo por conta não só das bateria próxima ao solo, mas pelo 1,5 m de altura da carroceria. Esses aspectos se juntam à suspensão independente, que foi calibrada com méritos para as ruas brasileiras, de modo que o veículo faz curvas com pouca rolagem e “ataca” as curvas de forma obediente. No modo Sport, com volante mais duro e acelerador mais sensível, dá até para sentir um gostinho de Alpine.

Mesmo vale atrás, com maçanetas na coluna C
O mesmo vale atrás, com maçanetas na coluna C (Fernando Pires/Quatro Rodas)

Mecânica

Até há versões mais luxuosas do Megane E-Tech no exterior, mas o Brasil recebeu variante que já traz os melhores atributos mecânicos disponíveis. Nesse caso, motor elétrico dianteiro com 220 cv e 30,6 kgfm, com 60 kWh de bateria.

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Apesar de não haver foco na esportividade aqui, tecnologia e performance andam lado a lado. Dessa forma, o Megane agrada ao ir de 0 a 100 km/h em 7,3 s, um número bom. Mas a aceleração em altas velocidades se destaca mais, e mesmo acima de 100 km/h o veículo ganha embalo rapidamente, tornando ultrapassagens algo prazeroso.

Com 220 cv e 30,6 kgfm, ele vai de 0 a 100 km/h em 7,3 s
Com 220 cv e 30,6 kgfm, ele vai de 0 a 100 km/h em 7,3 s (Fernando Pires/Quatro Rodas)

Nota-se que a capacidade energética não é grande, mas a eficiência corrige essa questão: em nossos testes, aferimos autonomia de 438 km na cidade e 420 km na estrada (número surpreendentemente próximo ao valor urbano). O carregamento doméstico (em corrente alternada) pode ser feito a satisfatórios 22 kW, levando a carga de 15% a 80% em ótima 1h50. Na estrada, carregamento em corrente contínua a 150 kW faz a mesma coisa em 36 minutos.

 

Para que a viagem renda mais, vale utilizar o controle de cruzeiro adaptativo, principal auxílio autônomo disponível. Outros recursos focam na prevenção, incluindo frenagem autônoma de emergência (à frente e à ré), travamento automático das portas em caso de tráfego se aproximando e assistente de permanência em faixa (intrusivo além do necessário).

Interior

O Renault mais caro do Brasil é menor do que um Duster ou um Captur, mas não se deixe enganar: a falta de mecânica de carro a combustão permitiu aos engenheiros encurtar os balanços do crossover, aproveitando muito melhor o espaço interno.

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Painel do novo Renault Megane E-Tech
Painel do novo Renault Megane E-Tech (Fernando Pires/Quatro Rodas)

Com 4,2 m de comprimento e 2,69 m de entre-eixos, o Megane acomoda muito bem quem vai na frente, ainda que, apesar do preço, os bancos tenham ajuste manual. A traseira é favorecida pelo assoalho plano, que impede trança-pés dos três ocupantes; o alargamento da carroceria a partir da coluna B dá espaço aos ombros e garante porta-malas com 440 litros (mas sem abertura automática).

Falta do console central aumenta espaço interno
Falta do console central aumenta espaço interno (Fernando Pires/Quatro Rodas)

A sensação de espaço na dianteira é favorecida pelo fim do console central, uma vez que a seleção de marcha virou uma chave logo atrás do volante — em seu lugar há porta-objetos e, logo acima, carregador de celular por indução elegantemente posicionado.

Vão livre dos bancos dianteiros aperta um pouco os pés de quem vai nas janelas traseiras
Vão livre dos bancos dianteiros aperta um pouco os pés de quem vai nas janelas traseiras (Fernando Pires/Quatro Rodas)

Quadro de instrumentos digital de 12,3” e central multimídia de 9”, ambos flutuantes, até estão unidos sob a mesma moldura — a moda da vez —, mas os franceses inovam um pouco ao separar os displays com as saídas de ar. 

Porta-malas tem 440 litros
Porta-malas tem 440 litros (Fernando Pires/Quatro Rodas)

A escolha de materiais pela cabine tem apelo ecológico, com tecidos reciclados revestindo painel e portas. Até há costuras coloridas nos bancos e apoios de braço, mas a aposta da marca é no sistema de iluminação da cabine: os leds têm 48 cores diferentes que se ajustam conforme a hora do dia, teoricamente relaxando o motorista conforme seu ciclo circadiano.

No fundo, isso parece mais storytelling, pois o jogo de luzes é quase imperceptível de dia. De noite, porém, até conseguem dar um pouco da pretensão de “sensualidade” à cabine, mas essa segue bem neutra, à moda da Renault.

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A narrativa, inclusive, parece importante à Renault, que testará sua capacidade de revolução ao se vender como uma marca mais premium, competindo contra a pompa de Volvo e companhia. Carro para isso, ela tem.

Renault Megane E-Tech: seu por R$ xxx
Renault Megane E-Tech: seu por R$ xxx (Fernando Pires/Quatro Rodas)

Ficha técnica – Renault Megane E-Tech

Motor: elétrico síncrono com rotor bobinado, 220 cv, 30,6 kgfm
Carregamento (15% a 80%): 1h50 (22 kW, AC), 36 min (150 kW, DC), CCS2
Câmbio: automático, 1 marcha, tração dianteira
Direção: elétrica com assistência variável, 10,4 m (diâmetro de giro)
Suspensão: McPherson (diant.), multilink (tras.)
Freios: disco ventilado (diant.), disco sólido (tras.)
Pneus: 195/60 R18
Dimensões: comprimento, 420,0 cm; largura, 176,8 cm; altura, 151,9 cm; entre-eixos, 268,5 cm; peso, 1.680 kg; bateria, 60 kWh; porta-malas, 440 l;

Nome clássico e responsabilidade de marcar a nova fase da Renault no Brasil
Nome clássico e responsabilidade de marcar a nova fase da Renault no Brasil (Fernando Pires/Quatro Rodas)

Teste Quatro Rodas – Renault Megane E-Tech

Aceleração
0 a 100 km/h: 7,3 s
0 a 1.000 m: 28,8 – 162,2 km/h
Velocidade máxima: n/d
Retomadas
D 40 a 80 km/h: 2,8 s
D 60 a 100 km/h: 3,3 s
D 80 a 120 km/h: 4,2 s
Frenagens
60/80/120 km/h a 0: 13,2/24,7/58,3 m
Consumo
Urbano: 7,3 km/kWh
Rodoviário: 7,0 km/kWh
Autonomia
Urbana: 438 km
Rodoviária: 420 km
Ruído interno
Neutro/RPM máx.: 36,9/— dBA
80/120 km/h: 57,9/65,3 dBA
Aferição
Velocidade real a 100 km/h: 98 km/h
Rotação do motor a 100 km/h: —
Volante: 2 voltas
Seu Bolso
Preço básico: R$ 279.900
Garantia: 3 anos

Condições de teste: alt. 660 m; temp., 36 °C; umid. relat., 25,5%; press., 755 kPa

 

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