Range Rover Velar P400 reforça conforto e silêncio com mecânica híbrida
Reposicionado, Velar 2024 chega em versão única híbrida plug-in, com alterações no motor e no visual, sem abrir mão da sofisticação típica dos SUVs ingleses
Logo que chegou ao mercado, em 2018, o Range Rover Velar foi aclamado o carro mais bonito do mundo, pelo júri do World Car Design of the Year. Como o tempo passa e tudo se modifica, carros também precisam mudar e, no fim do ano passado, o Velar recebeu um facelift. Mas foi uma atualização sutil, exatamente para preservar seu estilo premiado.
As alterações no design da linha 2024 concentram-se na dianteira, que recebeu nova grade – com novo acabamento e visual mais limpo, se adequando à identidade visual apresentada recentemente nos Range Rover e no Range Rover Sport.
Os faróis, por sua vez, não trocam o formato, mas receberam tecnologia led pixel, com 67 pequenos pontos de luz gerenciados eletronicamente (acendem e apagam conforme a condição e a necessidade de uso). As lanternas são de led 3D escurecidas e estão acompanhadas de um novo brake light, que ocupa toda a largura do spoiler traseiro.
No mercado brasileiro, a novidade passa também pelo reposicionamento do carro, que antes era vendido em três versões de acabamento e duas de motorização, e agora passa a ter somente uma versão: a Dynamic HSE P400e, sempre equipada com a mecânica híbrida plug-in, que combina o quatro-cilindros 2.0 turbo de 300 cv e o elétrico de 143 cv. Juntos, somam até 404 cv e 65,3 kgfm.
Esse conjunto já era oferecido na linha 2023, mas agora ganha o apoio de uma bateria de lítio maior, que passou dos 17,1 kWh para 19,2 kWh, aumentando a autonomia elétrica de 53 km para 64 km, segundo a fábrica.
Trata-se de um modelo de alto luxo, mas mesmo assim o preço elevado (R$ 643.950) chama atenção. Ele é bem mais caro que rivais diretos híbridos plug-in como Volvo XC60 Polestar Engineered (R$ 525.950) e Audi Q5 Sportback (R$ 492.990), ambos em suas versões topo de linha.
Na pista de testes, o Velar levou 5,6 segundos para sair da imobilidade e chegar a 100 km/h, enquanto os rivais foram mais rápidos, levaram 5,1 s (Audi Q5) e 5,2 s (XC60). O Volvo é um pouco mais potente e forte (455 cv/72,3 kgfm), já o Q5 é um pouco mais fraco (367 cv/51 kgfm). Em relação ao consumo, o Range Rover também fica em desvantagem. Ele fez 9 km/l na cidade e 13,3 km/l na estrada. Enquanto os concorrentes alcançaram médias melhores: 14 km/l e 19,1 km/l, no caso do Audi, e 12,1 km/l e 18,4 km/l, no do Volvo, respectivamente.
É no requinte do emprego de materiais de alta qualidade e no uso de tecnologias exclusivas, porém, que o Velar se mostra superior. E é no interior que o luxo é mais escancarado, a começar pelo cheiro de couro legítimo que predomina. O material está presente nos bancos, no volante e em toda a extensão do painel e nas portas.
A linha 2024 ganhou um interior mais minimalista, uma cultura disseminada pelos SUVs da Volvo. No lugar das duas telas presentes no console central agora temos apenas uma com formato curvo de 11,4 polegadas. O sistema operacional traz uma operação intuitiva e touch responsivo.
Entre as tecnologias exclusivas está o sistema de purificação do ar, que gerencia o nível de CO2 na cabine. O irmão maior e bem mais caro, Range Rover Sport, traz esse mesmo sistema, mas mais avançado, capaz de eliminar qualquer tipo de vírus e até hidratar a pele e o cabelo.
Outra exclusividade é o cancelamento de ruídos externos. Ele filtra barulhos indesejados, tornando o silêncio a bordo próximo ao que se experimenta em um carro elétrico. Há microfones dentro do arco de cada roda e processadores digitais calculam as frequências de som necessárias para anular as indesejadas, por meio de alto-falantes internos. É possível anular o que acontece do lado de fora em pelo menos 4 dB. E esse atributo tem o apoio do sistema de som Meridian, opcional, que traz 22 alto-falantes com subwoofer de 1.300 W de potência.
Mas o silêncio a bordo não é alcançado apenas pela eficiência do sistema de cancelamento de ruído. Para isso, colaboram o motor 2.0 turbo, bem balanceado e isolado, e também o bom isolamento acústico da carroceria.
No que diz respeito aos novos faróis inteligentes, em nossa avaliação rodamos com o SUV à noite e constatamos que a qualidade da iluminação realmente impressiona e traz segurança nas estradas. Nessa condição, foi possível ver a precisão dos faróis ao iluminarem com antecedência as curvas e fazerem sombra, evitando o ofuscamento nos carros que vinham na pista contrária. Segundo a marca, a tecnologia presente nos faróis utiliza dados de velocidade e direção para conseguir iluminar a estrada quase meio quilômetro à frente e lança um feixe amplo em baixas velocidades e mais longo acima de 70 km/h.
O Velar tem três modos de condução: Dynamic, Comfort e Eco. No modo Dynamic, o mais esportivo, o motor se torna mais ruidoso e o ronco instiga a acelerar, a direção fica mais firme e a suspensão adaptativa aumenta sua rigidez, sem se tornar desconfortável. Já no modo Eco é perceptível o quanto que o comportamento muda, a velocidade fica limitada a no máximo 120 km/h e o SUV vira um veículo bem mais contido. De qualquer maneira, a direção é sempre agradável e a ergonomia, privilegiada por assentos confortáveis e elétricos.
Como um bom Range Rover, ele conta com tração integral e modos de direção exclusivos para o off-road, como neve, terra e lama.
A autonomia declarada no modo elétrico é de 64 km, mas na vida real na cidade ela chega a cerca de 50 km – um pouco limitado, mas ainda é possível rodar na cidade apenas dessa forma. E há a vantagem de que é possível recarregar em um posto de recarga rápida em apenas meia hora. Os rivais não aceitam cargas rápidas, apesar de também serem plug-in.
O Velar vai agradar quem tem o luxo como prioridade e é fã da marca Range Rover pela tradição e robustez, mas é possível pagar bem menos por modelos que entregam maior rendimento, embora sem o mesmo nível de sofisticação a bordo.
Veredicto Quatro Rodas
Range Rover Velar 2024 só oferece mecânica híbrida plug-in e cobra um valor elevado pela sofisticação que oferece.
Teste Quatro Rodas – Range Rover Velar P400
Aceleração | |
0 a 100 km/h | 5,6 s |
0 a 1.000 m | 25,1 s – 212,8 km/h |
Velocidade máxima | 209 km/h* |
Retomadas | |
D 40 a 80 km/h | 2,6s |
D 60 a 100 km/h | 3 s |
D 80 a 120 km/h | 3,6 s |
Frenagens | |
60/80/120 km/h a 0 | 15,3/26,9/61,9 m |
Consumo | |
Urbano | 9 km/l |
Rodoviário | 13,3 km/l |
Ruído interno | |
Neutro/RPM máx. | 34,1/54,3 dBA |
80/120 km/h | 53,8/73,1 dBA |
Aferição | |
Velocidade real a 100 km/h | 96 km/h |
Rotação do motor a 100 km/h | 1.700 |
Volante | 2,5 voltas |
SEU Bolso | |
Preço básico | R$643.950 |
Garantia | 3 anos |
Condições de teste: alt. 660 m; temp., 34 °C; umid. relat., 50%; press., 757 kPa
Ficha técnica – Range Rover Velar P400
Motor: gas., diant., transv., 4 cil., 1.997 cm³, 16V, 300 cv a 5.500 rpm, 40,8 kgfm a 1.500 rpm; elétrico, 143 cv e 28 kgfm; potência combinada, 404 cv, torque combinado, 65,3 kgfm
Câmbio: automático, 6 marchas, 4×4 sob demanda
Direção: elétrica, 11,9 (diâmetro de giro)
Suspensão: duplo A (diant.), independente, integral link (tras.)
Freios: disco ventilado (diant. e tras.)
Pneus: 245/45 R21
Dimensões: comprimento, 479,7 cm; largura, 214,7 cm; altura, 168,3 cm; entre-eixos, 287,4 cm; peso, 2.280 kg; porta-malas, 625 l