Desde que o primeiro teste de Longa Duração foi feito pela QUATRO RODAS, em maio de 1973, exatos 143 carros já passaram pelo teste – além dos cinco que integram nossa frota atual. Nos primeiros anos, os automóveis percorriam 30 000 km e só ao fim do teste as impressões eram publicadas, de uma só vez, em forma de relatório. Nos anos 80, mais mudanças: os carros passaram a rodar primeiro 50 000 km e depois, finalmente, 60 000 km, além do desmonte de encerramento, que virou regra em 1986.
Confira a seguir alguns números e curiosidades dessa longa história:
– 143 carros já passaram pelo teste de Longa Duração.
– Dos 143 testados, nove foram reprovados: Ford Belina 4×4 (1987), Chevrolet Monza (1989), Lada Samara (1992), Ford Escort XR3 (1995), Gurgel Supermini (1995), Fiat Tipo 1.6 (1996), Renault Twingo (1998), Effa M100 (2009) e Ford Ecosport (2014).
– A Volkswagen teve o maior número de modelos testados: 36. Em segundo vem a Chevrolet com 34, Ford com 22, Fiat com 20 e Renault com cinco.
– 6 840 000 km é a quilometragem total que nossos carros de Longa Duração rodaram ao longo de 42 anos.
– Tal quilometragem seria suficiente para dar 170 voltas pela circunferência da Terra, ou 17,8 viagens até a Lua.
– Apenas um teste foi suspenso antes do fim: o do Effa M100, por falta de segurança do veículo.
Acidentes de percurso
Como não poderia deixar de ser, nossos carros protagonizaram situações curiosas, por vezes tensas. Roubos, acidentes e trapalhadas (da equipe e da rede autorizada) formam um cardápio recheado. Aqui vão algumas delas. No teste do Fusca, em 1976, por exemplo, uma autorizada esqueceu uma porca dentro do motor. A peça foi parar no interior de um dos cilindros e por sorte não causou um problema grave. Outro Fusca, dessa vez em 1994, teve fim mais trágico. Em outubro, o carrinho sofreu um acidente que lhe causou perda total quase aos 30 000 km.
Em 1989, o Chevette estava parado no acostamento de uma estrada do Ceará, quando a pista cedeu. Além do susto, apenas alguns amassados na lataria. Mesma sorte não teve o Suzuki Swift em agosto de 1992. O carro estava em Porto Velho (RO), quando um caminhão de lixo o atingiu em cheio. O fotógrafo Claudio Laranjeira, que teve apenas uma costela quebrada, ainda fez o registro da imagem após o acidente.
Outro carro foi comprado, e o teste foi concluído em tempo recorde. Em abril de 2003, nosso Fiat Stilo, que completava dois meses na frota, estava em Floriano, no Piauí. O fotógrafo Reinaldo Rollo estacionou o carro próximo ao rio Parnaíba quando o carro começou a descer a ladeira e foi parar na água. Perda total, teste interrompido. No mês seguinte, outro carro semelhante havia sido encomendado.
Houve casos de carros que foram roubados. O primeiro, um Voyage, em 1987. O repórter Renato Modernell foi rendido por dois bandidos que levaram o carro. O veículo foi recuperado oito dias depois, sem portas, vidros, faróis, lanternas e frisos. Sete anos depois, um Vectra foi levado por dois assaltantes armados. Na época, com o valor do seguro, foi comprado um Astra GLS.
A última vítima de roubo da nossa frota foi o Idea. E logo duas vezes. Em março de 2006, aos 7 000 km, ele foi levado em São Paulo. Como o carro não foi recuperado, outro idêntico chegou para refazer os testes. E, antes de chegar aos 2 000 km, foi roubado novamente,em junho. Sorte que dessa vez o carro foi achado e voltou para a frota, intacto. Nem o sistema de câmeras, instalado no carro para gravar possíveis assaltos, conseguiu registrar o flagrante, já que os bandidos removeram o equipamento.
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