Mercedes-Benz SLC 300: seis por meia dúzia
Menor roadster da Mercedes muda de nome para se alinhar ao novo portfólio da marca: o SLK agora se chama SLC. Mas a ordem das letras não altera o produto
O SLK foi pioneiro em um segmento inexplorado nos anos 90. A Mercedes instalou uma capota rígida elétrica no conversível e fez desse hardtop um dos símbolos automotivos daquela década. Vinte anos depois, o SLK continua desejável, mas não é mais o mesmo. Nem para a marca que o criou.
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O modelo passou por uma leve reestilização e, na mudança, perdeu o nome. Agora se chama SLC – acrônimo que o aproxima do Classe C, com o qual compartilha a plataforma. Isso também é prenúncio do futuro: abrir espaço para um roadster baseado no Classe A.
Além disso, trocou o antigo seis cilindros por um 2.0 turbo – um alô dos tempos de downsizing. O velho e sonoro seis cilindros foi aposentado em nome da eficiência energética. O quatro cilindros em linha que tomou seu lugar gera 245 cv a 5.500 rpm, e trabalha em par com a caixa automática 9G-Tronic, de nove marchas.
O novo conjunto não roda macio como antes, mas preserva a ênfase em conforto, com dirigibilidade em segundo plano. Esportividade aparenta ser o forte do SLC 300, mas não é. A suspensão parece estar mais firme, mas as respostas do motor não acompanham a proposta.
Então, o carro se mostra menos confortável do que era, sem compensar o motorista com desempenho acima da média. Na pista, fomos de 0 a 100 km/h em 6,6 segundos. O Porsche Boxster, também dono de um motor 2.0, marca 4,7 s.
Ao volante, a direção poderia ser mais direta – a sensação é de que demora a obedecer aos comandos. Mas a transmissão é rápida nas reduções, sobretudo em frenagens fortes. Esse câmbio baixa duas ou três marchas praticamente sem que o motorista perceba trancos, em menos de 1 segundo, mesmo em alta velocidade.
Os updates visuais não são óbvios. As mudanças estão no para-choque dianteiro, nova grade em formato de colmeia e faróis. Atrás, as lanternas com leds são a novidade.
No interior, a cabine também passou por atualização leve, mas manteve o layout do modelo anterior. O volante tem o aro inferior aplainado, e um display de alta resolução separa os relógios analógicos do conta-giros e velocímetro. No painel, uma tela touch exibe dados do sistema multimídia integrado ao Apple CarPlay, bem como imagens da câmera de ré.
Além da versão 2.0 a R$ 292.900, há o SLC 43 (R$ 399.900), com um V6 3.0 biturbo de 367 cv – esse sim um esportivo legítimo. Já o SLC 300 é mais eficaz em lhe ajudar a bombar no Tinder do que baixar seu tempo no track day – mas isso você também faz com um SLK usado.
VEREDICTO
O SLK mudou de nome, mas seu legado permanece intacto com o SLC. Não é o mais belo, nem o mais rápido do segmento que inaugurou, mas continua desejável.
Aceleração de 0 a 100 km/h | 6,6 s |
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Aceleração de 0 a 1.000 m | 26,7 s – 200,6 km/h |
Retomada de 40 a 80 km/h (em D) | 2,9 s |
Retomada de 60 a 80 km/h (em D) | 3,4 s |
Retomada de 80 a 120 km/h (em D) | 4,4 s |
Frenagem de 60 / 80 / 120 km/h | 15,7 / 26,4 / 60,1 m |
Consumo urbano | 10 km/l |
Consumo rodoviário | 13,3 km/l |
Preço | R$ 292.900 |
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Motor | gas., diant., transv., 4 cil., 1.991 cm3, 16V, 245 cv a 5.500 rpm, 37,7 mkgf a 1.300-4.000 rpm |
Câmbio | automático, 9 marchas, tração traseira |
Suspensão | McPherson (diant.) / multilink (tras.) |
Freios | discos ventilados |
Direção | elétrica |
Rodas e pneus | liga leve, 225/40 R18 (diant.), 245/35 R18 (tras.) |
Dimensões | comprimento, 413,3 cm; altura, 130,3 cm; largura, 181,7 cm; entre-eixos, 243 cm; peso, 1.505 kg; tanque, 225 l |