Black Friday: Assine a partir de 1,49/semana
Continua após publicidade

Impressões: Toyota Hilux GR-S é versão esportiva mais bruta do que parece

O design não empolga, mas melhorias mecânicas e interior de qualidade mostram que a Toyota Hilux GR-S pode sobressair entre as picapes mais esportivas

Por Eduardo Passos
16 abr 2022, 08h40
  • Seguir materia Seguindo materia
  • A Toyota Hilux reina soberana entre as picapes médias, mas, mesmo assim, a montadora japonesa trouxe ao Brasil a nova Toyota Hilux GR-S. Versão esportiva e topo de linha da caminhonete, a GR-S vai bem além do visual agressivo, e chega com mais potência e aperfeiçoamentos mecânicos sobre o que já era bom.

    Assine a Quatro Rodas a partir de R$ 9,90

    Até poderia soar como uma rara invenção de moda da Toyota. As chegadas da Nissan Frontier PRO-4x e da Ford Ranger FX4, porém, serviram quase como uma provocação à japonesa, que decidiu mostrar porque vende como ninguém no segmento e que pode oferecer algo mais com seu motor 2.8 turbodiesel sem precisar recorrer ao velho V6 a gasolina – ambos usados nas GR-S antigas, sendo que o 2.8 tinha modestos 177 cv.

    Hilux-GR-S-3
    Grade frontal ganhou o nome da marca por extenso e abandonou os cromados (Divulgação/Toyota)

    Esportivo a diesel

    Ao contrário da última GR-S, de 2020, a nova versão da picape esportiva é movida pelo conhecido 2.8 turbodiesel em uma versão especial, com turbocompressor de geometria variável incrementou seus números até 224 cv e 55 kgfm — 20 cv e 4,1 kgfm a mais que nas demais versões.

    Ainda é menos que os 234 cv do V6 de antes, que, a gasolina, ficava bem para trás no torque, com meros 38,3 kgfm e, claro, consumo bem maior (7,6 km/l na estrada e 6 km/l na cidade). As Hilux V6 foram um grande mico nas lojas.

    A Toyota Hilux GR-S 2022, por outro lado, faz 9 km/l em ciclo urbano e 10,5 km/l nas rodovias, indo de 0 a 100 km/h em 12 s (1 s a mais que sua antecessora).

    Continua após a publicidade
    Hilux-GR-S-1
    Visual é sóbrio e, quando ousa, segue estética mais ligada às pistas (Divulgação/Toyota)

    É como se a Toyota adaptasse a filosofia de sua equipe de rali à caminhonete, que anda bem mas, antes disso, quer se garantir no barro. E consegue: a transmissão automática de seis marchas foi remapeada e garante o conforto em terrenos exigentes, nos quais a velocidade nem sempre é a melhor opção.

    A fartura de torque faz qualquer rampa parecer tranquila, e os declives são facilitadas pelo assistente de descida, que deixa para o motorista a tarefa de dosar a frenagem (automática) via acelerador.

    Hilux-GR-S-2
    Tanto descida quanto subida no fora-de-estrada tem auxílio ao motorista (Divulgação/Toyota)

    Condução divertida

    De maneira intencional, a Hilux GR-S é arisca, e percorrer trechos muito acidentados com ela exige pé leve. Por vezes, até vinha a sensação de que a sua grade exclusiva iria beijar a terra, mas o ângulo de ataque de 29º e os 28,6 cm de vão livre impediam isso.

    Continua após a publicidade

    Tais dimensões da Toyota Hilux GR-S são idênticas às do resto da linha, mas é notável a melhoria promovida no conjunto de suspensão e suas consequências. Nele, a Toyota repetiu a receita do SW4 GR-S e adicionou amortecedores monotubo com diâmetro ampliado em 30%, lidando melhor com as irregularidades.

    Capacidade de carga se manteve inalterada
    Capacidade de carga se manteve inalterada, mas a GR-S reboca até 6.635 kg (45 kg a mais que a versão SRX) (Divulgação/Toyota)

    Também há molas mais rígidas e, com boa calibragem, a suspensão contribui para uma picape bem domável, que “provoca” o condutor na medida certa e não causa sustos desnecessários.

    Hilux-GR-S-10
    Ponto fraco do painel é a decoração que imita fibra de carbono (Divulgação/Toyota)

    O conforto na condução é favorecido pelos assentos esportivos bem ergonômicos e revestidos por couro de origem ecológico e Suede, de ótima textura. É uma combinação que seria perfeita, não fosse a ausência de ajuste elétrico mais fino e climatização dos bancos. Uma incompatibilidade entre o sistema e os assentos esportivos, diz a Toyota acerca do segundo aspecto.

    Continua após a publicidade
    Hilux-GR-S-7
    (Divulgação/Toyota)

    Interior contrastante

    Mesmo com evoluções mecânicas consideráveis, o fabricante não se esqueceu da estética na Hilux GR-S, e por dentro há branco, preto e vermelho em toda parte. Das costuras do freio de mão aos emblemas no console, encosto de cabeça e volante, é impossível esquecer o fato de estar em um modelo diferenciado — o que, por R$ 348.790, é quase obrigatório.

    Hilux-GR-S-6
    Quadro de instrumentos une forma e função com maestria (Divulgação/Toyota)

    A cabine tem bom gosto, mas a estreia das borboletas no volante é algo inevitavelmente curioso. Já as peças de plástico que imitam fibra de carbono desagradam e, assim como a central multimídia problemática em resolução de tela e dimensão, destoam do conjunto de qualidade à disposição dos ocupantes.

    Hilux-GR-S-11
    (Divulgação/Toyota)
    Continua após a publicidade

    São casos onde a Toyota poderia recorrer a soluções personalizadas, como fez no elegante quadro de instrumentos com grafismos de ótimo gosto e evidente qualidade. A plaqueta numerada próxima ao câmbio também é o tipo de atenção que, de maneira válida, nos faz esquecer a escala massiva e impessoal na qual a Toyota Hilux GR-S é produzida, na cidade argentina de Zárate.

    Hilux-GR-S-8
    (Divulgação/Toyota)

    Crise de identidade

    O hype dos GR Corolla e GR Yaris mostram que a Gazoo Racing, divisão esportiva da Toyota, é uma grife que crescerá muito, ampliando o acesso de “meros mortais” ao mundo da velocidade. Sua elegância e padrão, todavia, não são obrigatórios em todos os cenários, e um pouco de flexibilidade pode cair bem.

    No caso da Hilux GR-S, isso é perceptível no modelo branco, dirigido pela reportagem. Uma das três opções de cores, o Branco Pérola não parece muito associado ao mato, e a junção do vermelho e preto reforça esse estranhamento.

    Hilux-GR-S-4
    (Divulgação/Toyota)
    Continua após a publicidade

    O lado bom é que há soluções, como o Preto Attitude ou Vermelho Volcano que podem dar cor à carroceria. Tanto a pintura branca quanto a vermelha podem casar com o capô, teto e retrovisor em preto, mas é uma escolha que pessoalmente dispenso. Lateralmente, o destaque fica nas molduras do para-lamas em preto e detalhes vermelhos que, junto à grade, lembram um pouco a nova Tundra, picape grande da marca.

    Hilux-GR-S-9
    (Divulgação/Toyota)

    As rodas de aro 17 com pneu todo-terreno são discretas e elegantes, dando harmonia ao conjunto; mas não a decoração não passa muito disso. Da coluna B em diante, as novidades são adesivos na lateral, emblemas da Gazoo Racing pela carroceria e para-choque traseiro em preto. 

    Compartilhe essa matéria via:

    Segundo a montadora, a ideia é compor uma “imagem limpa, sem perder o ímpeto esportivo”. Com tamanha dominância da Toyota Hilux entre as picapes, entretanto, não faria mal que ele se portasse como a “malvadona” do time GR, abrindo mão da modéstia e assumindo sua vocação para levantar poeira como ninguém.

    Publicidade

    Publicidade

    Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

    Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

    Black Friday

    A melhor notícia da Black Friday

    BLACK
    FRIDAY
    Digital Completo
    Digital Completo

    Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

    Apenas 5,99/mês*

    ou
    BLACK
    FRIDAY

    MELHOR
    OFERTA

    Impressa + Digital
    Impressa + Digital

    Receba Quatro Rodas impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

    a partir de 10,99/mês

    ou

    *Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
    *Pagamento único anual de R$71,88, equivalente a 5,99/mês.

    PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
    Fechar

    Não vá embora sem ler essa matéria!
    Assista um anúncio e leia grátis
    CLIQUE AQUI.