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Impressões ao dirigir: Chery Tiggo 2, marca nova, carro velho

Para inaugurar parceria entre Caoa e Chery, empresa lança o Tiggo 2, o mesmo SUV que já foi apresentado no Salão do Automóvel de 2016

Por Guilherme Fontana Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
9 abr 2018, 18h01
Medindo 4,2 metros, o SUV é 7 cm menor que o Hyundai Creta (Alexandre Battibugli/Quatro Rodas)

Há quase nove anos no Brasil, a Chery ainda não atingiu o sucesso desejado por aqui, mesmo com a produção nacional.

Já a Caoa, há quase 40 anos no país, parece transformar em ouro tudo que toca – o sucesso da Hyundai no Brasil é um exemplo.

Pensando nisso, ambas uniram suas forças: de um lado, uma chinesa com experiência produtiva e a maior exportadora de veículos da China; de outro, uma importadora e fabricante brasileira com grande força comercial. Está formada a Caoa Chery.

Mais que vender carros, a parceria quer reformular a imagem da Chery. As 21 lojas receberão a nova identidade do grupo, além de atendimento tecnológico (um painel permitirá ao cliente configurar o veículo) e pós-venda no padrão da Caoa.

O Tiggo 2 estreia fabricado no Brasil, mas não aposenta o anterior (Alexandre Battibugli/Quatro Rodas)

Ainda para 2018 estão previstas cerca de 30 novas lojas no Brasil. Mas o plano não é só esse: outros modelos serão produzidos aqui e ocuparão não só a fábrica da Chery, em Jacareí (SP), mas também a da Caoa, em Anápolis (GO).

O SUV não é mais novidade: estava no Salão do Automóvel de 2016. Mesmo assim, chega como uma grata surpresa, dono de um desenho robusto e moderno, com faróis de projetores (com o nome do carro nas suas laterais), lanternas e luzes diurnas com leds, rodas aro 16 e sem o exagero de cromados, ainda típico dos chineses.

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Serão duas versões: Look e ACT. Desde a básica, há atenção à segurança, com alarme, monitor de pressão de pneu, freio a disco nas quatro rodas, ajuste elétrico dos faróis, banco traseiro bipartido com três encostos de cabeça, cintos de três pontos para todos, Isofix, sensor de ré e luz de neblina traseira.

Três anos de garantia para o carro e cinco para o motor (Alexandre Battibugli/Quatro Rodas)

Piloto automático, ESP, assistente de partida em rampas, câmera de ré, central com Android Auto e Apple CarPlay e teto solar estão na versão mais cara.

Mesmo bem equipado, ainda fazem falta itens como ar digital, faróis automáticos, faróis de neblina, direção elétrica (ele usa hidráulica), ajuste de profundidade da direção e airbags laterais.

Se por fora a percepção de qualidade e evolução da Chery é boa, por dentro ele decepciona.

O painel (com desenho semelhante ao do Nissan Kicks) traz materiais de aspectos frágeis e uma faixa central de plástico rígido imitando fibra de carbono para tentar sofisticar a cabine. Não deu certo.

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Painel usa acabamento com plástico duro e imitação de carbono (Alexandre Battibugli/Quatro Rodas)

O quadro de instrumentos com gráfico irregular dificulta a leitura e nos leva a 2009, lembrando o visual do Chevrolet Agile.

Falta suavidade em alguns pontos, como abertura e fechamento das portas. Mas o espaço é bom para todos os ocupantes e as malas (são 420 litros).

A Caoa Chery não liberou o carro para teste de pista, só pudemos dirigi-lo.

Com motor 1.5 flex (o mesmo do Celer, mas com comandos de válvulas variáveis) de 115/110 cv e 14,9/13,8 mkgf e câmbio manual de cinco marchas, ele tem desempenho satisfatório para a categoria, mas sofre (e grita) em subidas e retomadas.

Rodas aro 16 são de série (Alexandre Battibugli/Quatro Rodas)

Também é prejudicado pelas relações longas das marchas (em especial a terceira), apesar dos bons engates. Mas o Tiggo2 vai bem até em curvas mais acentuadas (nas quais o ESP nem entrou em ação) pelo acerto firme da suspensão.

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A direção também tem bom comportamento, mas poderia ser mais leve.

À venda já em abril, os valores oferecidos pelo Tiggo 2 são: Look (R$ 59.990) e ACT (R$ 66.490). Mesmo na opção mais cara, o modelo ainda está bem abaixo da faixa de preço de Ecosport e 2008. 

O Renault Duster Expression 1.6 com câmbio manual custa R$ 69.990, tem mais espaço, mas traz só o essencial (ar, direção e vidros elétricos).

Central multimídia disponível apenas na versão top (Alexandre Battibugli/Quatro Rodas)

Concorrente direto mesmo será o Citroën Aircross. A versão Live 1.6 com câmbio manual é tabelada em R$ 62.990, valor que pula para R$ 66.990 se o cliente quiser câmbio automático.

E há, por fim, um rival chinês: o JAC T40, com preços que vão de R$ 57.990 a R$ 60.990.

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Assim como o Tiggo, o T40 evoluiu bastante e vem bem equipado. Também não oferece câmbio automático, um pecado mortal no segmento – mas a JAC promete lançar o automático nas próximas semanas.

Veredicto

O Tiggo 2 ainda é um carro de origem chinesa em evolução. Melhorou em dirigibilidade, equipamentos e visual em relação aos seus antepassados, mas ainda escorrega em acabamento e desempenho. Resta esperar se o pós-venda fará jus à fama da rede Caoa.

Ficha Técnica

  • Preços: R$ 59.990 a R$ 66.490
  • Motor: flex, dianteiro, transversal, 4 cilindros, 16V, 1.496 cm³, 115/110 cv a 6.000 rpm, 14,9/13,8 mkgf a 2.700 rpm
  • Câmbio: manual, cinco marchas
  • Suspensão: McPherson (dianteiro)/eixo de torção (traseiro)
  • Freios: a disco nas quatro rodas
  • Direção: hidráulica
  • Rodas e pneus: liga leve, 205/55 R16
  • Dimensões: comprimento, 420 cm; largura, 176 cm; altura, 157 cm; entre-eixos, 255,5 cm; peso, 1.240 kg; tanque, 50 l; porta-malas, 420 l
  • Itens de série: DRL, Isofix, computador de bordo, monitoramento de pressão dos pneus, rodas aro 16
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