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Honda GL 1800 Gold Wing: a moto mais cara e tecnológica que um Civic

Impressões: pilotamos em primeira mão modelo que, por até R$ 156.550, traz airbag, som, quadro digital, GPS, ré, start-stop e até suspensão eletrônica

Por Paulo Campo Grande
Atualizado em 25 mar 2019, 11h25 - Publicado em 25 mar 2019, 10h46
Como os carros mais modernos, a Gold Wing traz faróis full-led (Fernando Pires/Quatro Rodas)

Existe um texto compartilhado por motociclistas nas redes sociais em que um motorista começa relatando seu inconformismo com o fato de haver quem prefira pilotar uma moto.

Afinal, elas não oferecem conforto nem segurança diante da opção de dirigir um automóvel cheio de recursos e facilidades. No fim, porém, termina convencido do prazer de viajar sobre duas rodas.

Não se sabe em que data foi produzido esse texto, atribuído ao escritor Fernando Drummond, de São José dos Campos (SP). Mas hoje ele não faz o mesmo sentido, porque algumas motos agora trazem tanta ou mais tecnologia que muitos carros que circulam por aí.

É o caso da nova Honda GL 1800 Gold Wing, que está chegando ao mercado brasileiro e nós experimentamos em primeira mão.

Posição de dirigir é confortável, com bancos e manoplas aquecidas (Fernando Pires/Quatro Rodas)

De cara, nos chamou atenção os faróis full-led. Quantos carros você conhece que têm faróis full-led? Os da Gold Wing, com suas lâmpadas alinhadas em dois grupos, nos lembraram os do novo Mercedes-Benz Classe C.

No texto citado, o motorista fala que motos têm bancos minúsculos. Os da GL 1800 são largos, confortáveis e individuais para piloto e carona, com direito a aquecimento (assim como as manoplas).

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A posição de dirigir é bem parecida com a postura ao volante de uma minivan (ou um carro com o ponto H elevado). Ou seja: a mais confortável possível.

GL 1800 tem piloto automático e sistema start-stop (Fernando Pires/Quatro Rodas)

Como os carros de luxo, a Gold Wing tem chave presencial. Para dar a partida precisei apenas girar o botão de ignição, no alto do console central, e apertar o botão da partida junto à manopla da direita, como na maioria das motos, sem precisar tirar a chave do bolso.

Esse botão da ignição, aliás, é o mesmo que aciona o piloto automático da moto. É, a Honda também tem piloto automático.

O painel da Gold Wing é um show à parte. Tomando toda a largura da dianteira, ele reúne velocímetro e conta-giros analógicos, uma área para luzes-espia, duas telas LCD (com informações do tanque de combustível, do computador de bordo etc.) e uma tela TFT de sete polegadas, no centro.

Essa tela maior contém o menu do sistema de áudio (sim, a Gold Wing tem rádio, com Bluetooth e entrada USB), do GPS, da conectividade (é compatível com o sistema Apple CarPlay) e dos diversos ajustes da moto como os da suspensão (é possível regular eletronicamente a pré-carga da mola do amortecedor).

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Gold Wing é estável, fácil de dirigir e usa um motor que proporciona um bom desempenho (Fernando Pires/Quatro Rodas)

Enquanto recebia as instruções do funcionário da fábrica para o test-drive, notei a falta do manete esquerdo, que aciona a embreagem. A explicação para isso é que a GL 1800 tem câmbio automático.

A transmissão dessa Honda tem dupla embreagem, sete marchas e a tração traseira por meio de eixo cardã.

Além do modo automático, se preferir, o motociclista pode fazer as trocas de marcha no modo manual, selecionando essa opção nos controles junto à manopla direita ou simplesmente apertando os gatilhos + e – localizados do lado esquerdo do guidão.

Ainda no que diz respeito à transmissão, a Gold Wing traz outro recurso típico dos automóveis, que é a marcha a ré.

Essa marcha, no caso, não é conseguida pelas engrenagens do câmbio, mas por meio do alternador que, acoplado à transmissão, movimenta a motocicleta.

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Conceitualmente, essa solução é a mesma adotada pelos veículos híbridos leves ou parciais, mas, no caso da Gold Wing, a função do motor elétrico é apenas auxiliar na movimentação nas manobras de estacionamento, impulsionando a moto tanto para trás quanto para a frente.

ela multimídia reúne recursos de conectividade e som acionados por botões no guidão direito (Fernando Pires/Quatro Rodas)

Segundo a Honda, empurrada pelo motor elétrico, a moto pode chegar a 1,8 km/h para a frente e 1,2 km/h para trás. Pude contar com essa força quando precisei manobrar a Gold Wing em piso inclinado e a força das minhas pernas não era suficiente para isso.

A Gold Wing pesa 383 kg. Para tirá-la do cavalete central, precisei da ajuda do funcionário da Honda. Mas para arrancar em aclives não me apertei porque a moto também tem auxiliar de partida em rampa.

Porta-malas de 110 litros

No texto mencionado no início, o autor critica as motocicletas falando da necessidade do piloto ter de fazer peripécias para se equilibrar sobre a moto. Mas, dinamicamente, a Gold Wing é irrepreensível.

Há comandos para o câmbio DCT automático e a marcha a ré (Fernando Pires/Quatro Rodas)

Apesar de seu porte maior que o da maioria das motos de menor cilindrada, essa Honda de 1.800 cm3 é muito fácil de manobrar. E, em relação a esse comportamento, a Gold Wing tem duas características que seguem os mesmos conceitos dos automóveis.

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Uma delas é o quadro de alumínio. A outra é a suspensão dianteira do tipo duplo A, no lugar do garfo telescópico, mais comum.

O motor da Gold Wing tem seis cilindros opostos, com 1.833 cm3, 24 válvulas e comando único (por bancada) para admissão e escape. Sua potência máxima é de 126 cv a 5.500 rpm e o torque, 17,3 mkgf a 4.500 rpm.

Tela multimídia reúne recursos de conectividade e som acionados por botões no guidão direito (Fernando Pires/Quatro Rodas)

Infelizmente, não pudemos medir o desempenho da moto e a Honda não divulga esses números. Mas é possível afirmar que a Gold Wing acelera com disposição e tem força em todas as rotações. A fábrica só informa o consumo, que é de 17,8 km/l no ciclo misto.

O motor 1.8 tem gestão eletrônica que permite o uso de quatro modos de condução: Tour, Sport, Econ e Rain.

O Tour funciona aliando desempenho e consumo. O Sport deixa o motor mais arisco e com ronco mais encorpado. O Econ privilegia o consumo. E o Rain, prioriza a segurança, com arrancadas mais suaves nos dias de chuva.

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No tanque de combustível cabem 21 litros (Fernando Pires/Quatro Rodas)

No modo Tour, o 1.8 fica mais silencioso a ponto de a entrada em ação do sistema start-stop, que desliga o motor nas paradas, ocorrer de modo quase imperceptível.

No quesito conforto, não dá para reclamar dessa moto nem da falta de porta-malas, problema típico das motos, porque a Gold Wing oferece espaço para 110 litros de bagagem: 30 litros em cada um dos alforges laterais e 50 litros no baú traseiro.

O único aspecto que um motorista mal-humorado poderia citar no caso desta moto é o preço.

Ela chega em duas versões: Gold Wing e Gold Wing Tour, a primeira com visual mais despojado, sem baú traseiro, a R$ 136.550, e a segunda igual à mostrada aqui, a R$ 156.550 – quase R$ 30.000 mais caro que um Civic topo de linha.

Ficha técnica

Honda GL 1800 Gold Wing – R$ 156.550

  • Motor: gasolina, 6 cilindros opostos, 24V, refrigeração líquida, 1.833 cm3, 73 x 73 mm, 126 cv a 5.500 rpm, 17,3 mkgf a 4.500 rpm
  • Câmbio: automático, 7 marchas, tração traseira
  • Suspensão: duplo A (dianteira), monochoque (traseira)
  • Freios: disco duplo flutuante (dianteira), disco ventilado (traseira)
  • Rodas e pneus: 130/70 R18 (dianteira); 200/55 R16 (traseira)
  • Dimensões: comprimento, 275,5 cm; largura, 90,5 cm; altura, 143 cm; entre-eixos, 169,5 cm; altura do banco 74,5 mm; peso, 383 kg; tanque, 21 l; porta-malas, 110 l

 

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