Assine QUATRO RODAS por R$2,00/semana
Continua após publicidade

Grandes Comparativos: cinco esportivos (quase) indomáveis

Ferrari F355 x BMW M3 x BMW M5 x Mercedes S 600 x Dodge Viper foram para uma pista de 4.290 metros. O desafio: saber qual era o mais veloz de todos

Por Da Redação
Atualizado em 7 Maio 2018, 15h14 - Publicado em 7 Maio 2018, 12h33
Cinco esportivos com propostas diferentes na pista para saber qual é o mais veloz (Germano Lüders/Quatro Rodas)

A barreira da velocidade sempre foi uma obsessão dos fabricantes de automóveis e de quem está ao volante de um esportivo – e isso não se restringe aos pilotos.

Fazer o coração pulsar mais forte ao ver o ponteiro do velocímetro subir a cada fração de segundo é uma sensação que só os puros-sangues são capazes de proporcionar.

Se acelerar um carro acima de 200 km/h é uma tentação, imagine domar, no mesmo dia, cinco feras desse tipo.

Em maio de 1995, QUATRO RODAS levou para a pista nada menos que Ferrari F355, BMW M3 e M5, Mercedes S 600 e Dodge Viper RT/10 para um desafio: qual alcançaria a maior velocidade máxima?

Exceto o Viper – que chegou perto -, todos superaram a marca de 250 km/h brincando.

Ferrari F355

A Ferrari F355 foi a máquina mais veloz, ao atingir 284,85 km/h (Germano Lüders/Quatro Rodas)

A Ferrari abriu os trabalhos, imponente como sempre. Em vez do tradicional vermelho, a F355 era preta.

Continua após a publicidade

Pouco depois de começar a se movimentar na pista circular de 4.290 metros que imita uma reta infinita, no campo de provas da General Motors, em Indaiatuba (SP), já não dava mais para distinguir muita coisa: a Ferrari tornou-se um grande borrão escuro que voava sobre o asfalto.

A 260 km/h em sexta marcha – marca que, até então, nunca havia sido alcançada ali -, o giro ainda estava em 6 000 rpm.

O mais impressionante é que, apesar de a velocidade crescer mais e mais, a F355 se manteve o tempo todo na mão.

Na sexta volta, o velocímetro anunciava 300 km/h.

O tempo da volta mais rápida ficou em 54 segundos e a velocidade real, aferida por equipamentos acionados por célula fotoelétrica, atingiu 284,85 km/h.

Continua após a publicidade

A primeira máquina a entrar na pista também foi a mais veloz entre os foguetes avaliados.

Ficha técnica

  • Velocidade máxima: 284,85 km/h
  • Motor: traseiro, longitudinal, 8 cilindros em V, 3 496 cm³, 85 x 77 mm, injeção eletrônica, 388 cv a 8.258 rpm, 37 mkgf a 6.888 rpm
  • Câmbio: manual de 6 marchas, tração traseira
  • Dimensões: comprimento,  424 cm; largura, 190 cm; altura, 117 cm; entre-eixos, 245 cm; peso, 1.429 kg
  • Preço (maio de 1995): US$ 240.000

BMW M3

O M3 é preparado pela Motorsport, divisão esportiva da BMW (Germano Lüders/Quatro Rodas)

O BMW M3 tinha uma preparação extra, que lhe acrescentou 34 cv. Assim, o motor original Motorsport saltou de 286 cv para 320 cv de potência.

Por isso, era natural que ele fosse tirar proveito desse anabolizante adicional. Mas o M3 surpreendeu ainda mais, ao chegar a 273,74 km/h.

Ao contrário da Ferrari, o piloto não pôde curtir a melodia vinda do ronco do seis-cilindros, por causa do bom coeficiente aerodinâmico da carroceria (de 0,32) e da vedação acústica eficiente do habitáculo.

O silêncio, porém, não roubou o prazer de levar o M3 ao seu limite.

Continua após a publicidade

Ficha técnica

  • Velocidade máxima: 273,75 km/h
  • Motor: dianteiro, longitudinal, 6 cilindros em linha, 2.998 cm³, 86 x 85,8 mm, injeção eletrônica, 320 cv a 7.600 rpm, 38,7 mkgf a 4.500 rpm
  • Câmbio: manual de 5 marchas, tração traseira
  • Dimensões: comprimento, 443 cm; largura, 171 cm; altura, 133 cm; entre-eixos, 270 cm; peso, 1.468 kg
  • Preço (maio de 1995): US$ 122.000

BMW M5

Com limitador eletrônico, o BMW M5 chegou a 255,14 km/h (Germano Lüders/Quatro Rodas)

Se o M3 estava livre para voar, seu irmão maior M5 começou a acelerar com restrições: estava equipado com um limitador eletrônico de velocidade.

Cravou 255,14 km/h e não conseguiu ir além, embora tivesse apetite para continuar devorando o asfalto. Uma pena.

Segundo a reportagem, ele apresentou uma vantagem e uma desvantagem em relação ao cupê M3: “Possui motor de maior potência (340 cv), mas é mais pesado. Por isso, perdeu um pouco em aceleração. Mesmo pesando mais, não apresentou tendência exagerada a escapar de frente ou de traseira. E, sendo maior, mostra menos agilidade em manobras. Um lobo em pele de cordeiro”.

O BMW M5 exibia algumas características que o diferenciavam dos outros Série 5, do qual deriva. Na parte externa, as rodas de liga leve tinham um desenho mais arrojado e pintura de cores exclusivas.

Internamente, havia apliques em volante, instrumentos do painel, alavanca de câmbio e bancos de couro. Eram detalhes que o deixavam com uma aparência mais indócil do que o limitador eletrônico permitia.

Continua após a publicidade

Ficha técnica

  • Velocidade máxima: 255,14 km/h
  • Motor: dianteiro, longitudinal, 6 cilindros em linha, 3.795 cm³, 94,6 x 90 mm, injeção eletrônica, 340 cv a 6.900 rpm, 40,8 mkgf a 4.750 rpm
  • Câmbio: manual de 5 marchas, tração traseira
  • Dimensões: comprimento, 472 cm; largura, 175 cm; altura, 139 cm; entre-eixos, 276 cm; peso, 1.650 kg
  • Preço (maio de 1995): US$ 167.674

Mercedes S 600

O Mercedes-Benz S600 só não foi mais lento que o Viper, no entanto, era o mais caro dos cinco (Germano Lüders/Quatro Rodas)

Dos cinco, o Mercedes S 600, com ares de sobriedade, era o único que aparentava ser um carro de executivos que costumam viajar no banco traseiro, deixando a missão de dirigir para o motorista particular.

Bem, se seu dono fizesse isso, perderia uma chance espetacular de pilotar uma máquina “com motor de 6 litros V12, de 48 válvulas, que mais parece uma usina de força”, como definiu o texto.

Esse motorzão de 384 cv não teve dificuldade de levar as 2 toneladas do S 600 a 252,57 km/h em sua melhor volta, feita em 1’01″045.

A suspensão do Mercedes revelou-se macia, mas a oscilação da carroceria transmitiu uma leve sensação de insegurança.

Levando-se em conta que o cupê era equipado com airbag, freios com ABS e protetores contra impactos laterais, o teste foi executado pelo repórter sem medo de acidentes.

Continua após a publicidade

Ficha técnica

  • Velocidade máxima: 252,57 km/h
  • Motor: dianteiro, longitudinal, 12 cilindros em V, 5.987 cm³, 89 x 80,2 mm, injeção eletrônica, 384 cv a 5.200 rpm, 58,1 mkgf a 3.800 rpm
  • Câmbio: automático de 4 marchas, tração traseira
  • Dimensões: comprimento, 506 cm; largura, 191 cm; altura, 144 cm; entre-eixos, 294 cm; peso, 2.302 kg
  • Preço (maio de 1995): US$ 257.430

Dodge Viper RT/10

Dodge Viper RT/10 foi o único que não ultrapassou os 250 km/h (Germano Lüders/Quatro Rodas)

Ao se acomodar no Dodge Viper, a impressão que nosso piloto de testes teve foi a de estar a bordo de um antigo monoposto de corrida, como as chamadas baratinhas.

“As pernas sumindo por debaixo do painel e a ausência de teto completam a sensação”, relatava.

Viper, em inglês, significa víbora e, observando o esportivo de frente, parecia mesmo que ele estava pronto para dar o bote.

O motor V10 desenvolvia 394 cv. Apesar dele, o Dodge foi a fera mais mansa de todas.

Mesmo assim, conseguiu chegar a 246,65 km/h, número que, convenhamos, não pode tirar dele a legitimidade de um esportivo. O fabricante garantia que a víbora poderia atacar a 266 km/h.

“Sem tanta tradição em competições, a Chrysler ousou ao construir o RT/10”, dizia a reportagem.

Ela lembrava que o carro era um tributo ao Shelby AC Cobra, modelo de corrida que conheceu a glória nos anos 60 ao vencer, por exemplo, o Campeonato Mundial de Marcas.

Desde aquela época, o precursor da serpente já fazia suas vítimas, mas dessa vez não seria páreo para o quarteto que brilhou na reta infinita da GM.

Ficha técnica

  • Velocidade máxima: 246.65 km/h
  • Motor: dianteiro, longitudinal, 10 cilindros em V, 7.990 cm³, 101,6 x 98,5 mm, injeção eletrônica, 394 cv a 5.000 rpm, 61,2 mkgf a 3.600 rpm
  • Câmbio:  manual de 6 marchas, tração traseira
  • Dimensões: comprimento, 444 cm; largura, 192 cm; altura, 111 cm; entre-eixos, 244 cm; peso, 1.576 kg
  • Preço (maio de 1995): US$ 130.000

Nós dissemos em maio de 1995…

Reportagem publicada na edição de maio de 1995 (Arquivo/Quatro Rodas)

“É difícil não se emocionar com uma Ferrari. O teste ia começar e lá estava ela, alinhada como a primeira a entrar na pista, impávida e reluzente. Sua cor negra, em vez de quebrar o mistério que envolve os carros vermelhos, apenas reforçou o sentimento. Seria mesmo indomável aquele cavalo na grade dianteira? No interior, a impressão de um altar sagrado. E o ronco do motor, uma orquestra em êxtase.”

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Domine o fato. Confie na fonte.

10 grandes marcas em uma única assinatura digital

MELHOR
OFERTA

Digital Completo
Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 2,00/semana*

ou
Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba Quatro Rodas impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 12,90/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$96, equivalente a R$2 por semana.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.