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Geely EC7 1.8 GS

Outra marca chinesa chega ao país, com um sedã lotado de equipamentos e design atraente - mas também com alguns problemas

Por Paulo Campo Grande | Fotos Marco de Bari
22 abr 2014, 17h26
testes

Se depender do design, o mais novo modelo chinês do mercado, que chega este mês às lojas, poderá ter carreira promissora no Brasil. O Geely EC7, mostrado nesta página, não é ousado com um Hyundai Elantra, por exemplo. Pelo contrário, tem estilo clássico. Mas por onde passa ele consegue magnetizar olhares. No dia em que levamos o EC7 para a pista de testes, fomos fotografados três vezes por motoristas com celulares em punho. O sedã chama atenção pelos detalhes cromados, na grade dianteira e nas maçanetas, pelo vinco ascendente na lateral e pela traseira que lembra a do Mercedes Classe S da geração anterior.

Mas o sucesso de um sedã não se mede só pelo design. A fábrica definiu o preço do Geely EC7 em 49 900 reais, o que o encaixa perfeitamente na faixa de carros como Chevrolet Cobalt e Nissan Versa, sedãs de porte médio com preços e acabamento de compactos. Apesar de oferecer um visual externo bacana, o desenho interno não é tão atraente. O plástico predomina na cabine e o revestimento dos bancos, que imita couro, parece curvim. Mas há detalhes interessantes, como o acabamento preto brilhante no console e o tecido nas laterais das portas. Na soleira o EC7 tem o nome Emgrand, que é a marca que identifica os automóveis de luxo da Geely. Para tentar passar por um modelo luxuoso, no entanto, falta refinamento.

Segurança completa

O Geely chega em única versão 1.8 GS já com ar­-condicionado, rodas de alumínio, sensor de ré e central multimídia, entre outros recursos. Na segurança, além dos obrigatórios ABS e duplo airbag, traz itens ainda raros em nosso mercado, como cintos de segurança de três pontos para todos os ocupantes e sistema Isofix de fixação de cadeirinhas. O EC7 vendido no Brasil, que é produzido no Uruguai desde 2012, não passou por testes de colisão feitos por institutos locais. Mas na avaliação do europeu Euro NCAP, em 2011, ele se saiu bem, conseguindo quatro estrelas como pontuação final. Porém não pense que ele já compartilha a tecnologia da Volvo, que pertence à Geely: o sedã nasceu antes de a marca chinesa comprar a sueca.

O espaço é próprio de sedã médio, com conforto para todos, inclusive os três ocupantes de trás. O destaque é o porta­-malas, com 670 litros de capacidade (ampliável com o rebatimento do banco traseiro bipartido). Pena que a posição de dirigir é ruim. O volante é ligeiramente desalinhado para o centro e fica distante do motorista – uma vez ajustado o banco, uma pessoa que tenha cerca de 1,75 metro fica com o braços esticados. O volante conta com regulagem em altura, mas sem ajuste em profundidade, o que resolveria o problema da distância.

Segundo a Geely, o EC7 passou por várias mudanças para rodar no Brasil. Além das alterações para usar a gasolina brasileira, a central eletrônica foi recalibrada para dar mais vigor ao motor. O 1.8 16V tem comando de válvulas variável e entrega 130 cv a 6100 rpm e 17,2 mkgf a 4400 rpm. O fato de não ser flex pesa contra um modelo que se apoia no custo-benefício, mas o EC7 se defendeu bem nos testes, com aceleração de 0 a 100 km/h em 11,7 segundos e médias de consumo de 10,4, km/l na cidade e 15,2 na estrada. No dia a dia, o desempenho é satisfatório, com a ajuda do câmbio de cinco marchas bem escalonado. Na frenagem, a 80 km/h precisou de 27 metros até parar, menos que Cobalt (28,9) e Versa (32).

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A fábrica diz que dedicou atenção especial ao isolamento acústico, colocando uma manta sob o painel e reforços nas guarnições das portas, mas o nível de ruído interno continua elevado, passando dos 70 dB(A) em algumas situações, como mostram nossas medições. Não foram feitos ajustes na suspensão porque, segundo a engenharia, o conjunto é suficientemente robusto para nossas condições de uso. De fato, embora um pouco solta nos movimentos laterais, a suspensão parece que dá conta do recado. Já a direção é leve demais e imprecisa, característica reconhecida pela fábrica.

Com três anos de garantia, o EC7 começa a ser comercializado em 15 concessionárias plenas (ponto de venda e oficina) em oito estados do país (Goiás, Minas Gerais, Paraná, Rio Grande do Sul, Rio Grande do Norte, Rio de Janeiro, Santa Catarina e São Paulo) e, para assegurar qualidade no atendimento, montou uma loja padrão em Itu (SP), onde dará treinamento à rede. Afinal, não basta apenas fazer um carro bonito.

DIREÇÃO, FREIO E SUSPENSÃO


A direção é imprecisa, mas freio e suspensão cumprem bem seus papéis.

★★★☆

MOTOR E CÂMBIO

O conjunto mecânico não faz feio, mas o motor poderia ser flex e a transmissão, ter a opção de câmbio automático.

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★★★★

CARROCERIA

O design é sóbrio, mas bonito. A construção tem bom nível de qualidade.

★★★★

VIDA A BORDO

O espaço interno é generoso, porém o carro é barulhento e a posição de dirigir, ruim.

★★★

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SEGURANÇA

Há airbags frontais, ABS, EBD, Isofix e cintos de três pontos para todos.

★★★★

SEU BOLSO

Entra num segmento onde há alternativas de marcas estabelecidas há bem mais tempo no mercado, como Chevrolet, com Cobalt, Fiat, com Grand Siena, Nissan, com Versa, e Renault, com Logan.

★★★

OS RIVAIS Chevrolet Cobalt 1.8 LTZ

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Custa 51 590 reais. tem motor 1.8 flex e opção de câmbio automático de seis marchas e central multimídia MyLink.

Nissan Versa 1.6 SL

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Vem com motor 1.6 16V flex, câmbio manual, roda de liga leve, som e ar-condicionado, por 47 900 reais.

VEREDICTO

O EC7 é bonito e espaçoso, mas a direção é imprecisa e a posição de dirigir se mostrou ruim. Para fazer frente aos modelos de marcas com mais tradição no mercado, ele precisa ter preço mais atraente.

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