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Ford Maverick é melhor que a Fiat Toro, mas preço é de Ranger: R$ 239.990

Quase 50 anos depois do lançamento do modelo original, a Ford Maverick se mostra uma excelente picape com poucos equipamentos para o que cobra

Por Henrique Rodriguez Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 3 mar 2022, 20h53 - Publicado em 15 fev 2022, 11h00
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  • O Ford Maverick já foi cupê e sedã, mas agora é uma picape. E não é qualquer picape: tem cabine dupla, carroceria monobloco como as antigas Courier mas não é muito menor que uma Ranger. Não parece, mas os dois Ford lançados com uma diferença de 49 anos podem ter muito em comum.

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    Esta é a primeira vez que temos um Maverick importado à venda no Brasil. A Ford Maverick  (agora no feminino) é fabricada no México e, assim como o carro que tivemos por aqui nos anos 1970, foi criada originalmente para o mercado norte-americano. Inclusive, a picape é o Ford mais barato dos Estados Unidos: por 20.000 dólares, é mais em conta até que o EcoSport (este, fabricado na Índia).

    Por aqui, passa longe até de ser mais barata que a Ranger, cujos preços começam em R$ 203.190. A Ford Maverick está sendo lançada em versão única por R$ 239.990, um valor alto até para um imaculado Maverick de coleção.

    Ford Maverick Lariat FX4 2022
    (Fernando Pires/Quatro Rodas)

    Tentar adequar o carro às particularidades e circunstâncias de cada mercado não é fácil. O antigo Ford Maverick patinou nas vendas por ter estreado no Brasil com o problemático motor seis cilindros 3.0 de 112 cv (SAE), tão gastão quanto o V8 302 com 197 cv da versão GT. Mesmo depois de ganhar um motor 2.3 mais eficiente, teve um quinto das vendas do Chevrolet Opala em seu melhor ano.

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    Ford Maverick Lariat FX4 2022
    A Maverick ainda é cerca de 30 cm mais curta que as picapes médias (Fernando Pires/Quatro Rodas)
    Ford Maverick Lariat FX4 2022
    Caixas e capota elétrica são acessórios vendidos na concessionária (Fernando Pires/Quatro Rodas)

    Com o motor 2.0 EcoBoost a gasolina com 253 cv (13 cv a mais que o Bronco Sport, com quem compartilha a plataforma C2) e 38,7 kgfm, desempenho não é o problema da picape Maverick. Longe disso. O câmbio automático de oito marchas e tração integral ajudaram a picape a chegar aos 100 km/h em 8 segundos em nosso teste. O Maverick cupê 3.0 precisou de 20,8 s para cumprir o mesmo na edição de julho de 1973.

    No consumo, também passou bem longe dos V8. Cravou 9,5 km/l em regime urbano e 12,2 km/l em regime rodoviário. São números próximos da Fiat Toro 1.3 turbo (8,6 e 12,6 km/l, respectivamente) e isso em muito se deve ao fato de a Ford ter alongado a relação de diferencial final do câmbio (o que alonga todas as oito marchas) só para as unidades enviadas ao Brasil.

    Teste de desempenho – Ford Maverick Lariat FX4

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    Ford Maverick Lariat FX4 2022
    Versão Lariat é a mais cara à venda nos Estados Unidos (Fernando Pires/Quatro Rodas)

    Comparações com a Fiat Toro, que tem algumas características técnicas semelhantes e figura entre os veículos mais vendidos do País há anos, são inevitáveis. Mas a Ford nem sequer alimenta a competição entre as duas picapes. A Toro Ultra, mais cara, não chega aos R$ 210.000.

    Passa longe de ser uma picape de entrada, como nos Estados Unidos, e não é por acaso. A Ford Maverick Lariat é a topo de linha nos Estados Unidos e chega ao Brasil sempre com pacote FX4, voltado para o uso off-road.

    Ford Maverick Lariat FX4 2022
    Pacote FX4 inclui rodas pretas, pneus de uso misto e suspensão exclusiva (Fernando Pires/Quatro Rodas)

    É o responsável pelas rodas aro 17″ pretas calçadas com pneus de uso misto, modos de tração, protetores sob o motor, ganchos frontais, preparação para engate, assistente de descida e radiador e ar-condicionado mais parrudos. E só no Brasil os amortecedores têm stop hidráulico, que evita aquelas batidas secas quando o conjunto da suspensão alcança o final de curso.

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    Desempenho exemplar

    No primeiro contato a Ford Maverick acaba brincando com seus sentidos. Tomando a Fiat Toro como referência, é de estranhar ser 6 cm mais baixa, 8 cm mais longa (5,07 m) e ter entre-eixos 8 cm maior (3,07 m), e mesmo assim a carroceria passar a sensação de ser mais rígida. Você espera uma torção (que seria muito maior em uma Ranger) ou vibração ao passar por um obstáculo ou rampa na diagonal, mas a Maverick não sofre: tem uma reação precisa típica de um carro de passeio.

    Ford Maverick Lariat FX4 2022
    Painel é todo de plásticos rígidos com textura mais áspera, nada de piano black (Fernando Pires/Quatro Rodas)
    Ford Maverick Lariat FX4 2022
    Seletor de marchas giratório não tem trocas sequenciais (Fernando Pires/Quatro Rodas)

    Se você reparar que os bancos dianteiros têm bases mais elevadas, que afastam eles do assoalho, e no quanto que os para-lamas foram prolongados para elevar o capô vai se convencer que o que está ali em baixo é um Ford Focus da nova geração. E o Focus é uma referência em comportamento dinâmico.

     

    Ford Maverick Lariat FX4 2022
    Quadro de instrumentos é o mesmo do Bronco Sport (Fernando Pires/Quatro Rodas)
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    O motor 2.0 turbo com injeção direta chega a sobrar e a tração integral ajuda a despejar toda a potência no asfalto. Os modos de tração interferem na distribuição de força entre os eixos, mas a Maverick não tem o complexo sistema de bloqueio independente de cada uma das rodas traseiras como no Bronco Sport. Mas ainda passa muito controle em terrenos escorregadios. Inclusive, a forma como o sistema joga mais força para as rodas traseiras no modo Areia contribuiu com as fotos.

    O comportamento dinâmico está entre as características que podem convencer o comprador a não levar uma picape média com motor turbodiesel. Na própria Ford compra-se uma Ranger Storm com motor 3.2 de 200 cv por R$ 246.190.

    Ford Maverick Lariat FX4 2022
    Console central tem grande porta-objetos com apoio para o celular, mas fica devendo o carregador sem fio (Fernando Pires/Quatro Rodas)

    Outra qualidade da Maverick está na cabine, bastante versátil. Há um compartimento de carga sob o banco traseiro, que é tão confortável quanto o de um carro de passeio e tem bom espaço para pernas e cabeça. Mas a única comodidade ali é uma tomada USB, porque não há saída de ar-condicionado dedicada. Na verdade, os alto-falantes traseiros na coluna, posicionados bem na altura do ouvido dos passageiros, parecem estar ali para torturar.

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    Ford Maverick Lariat FX4 2022
    Banco do motorista tem regulagens elétricas até para a lombar (Fernando Pires/Quatro Rodas)

    Na fileira da frente, o destaque é o grande compartimento no console central com local para deixar o smartphone em pé mesmo conectado por cabo (não há Android Auto e Apple Carplay sem fio, ou carregador wireless). Mas a carência do pacote de equipamentos vai ficando cada vez mais evidente.

    Ford Maverick Lariat FX4 2022
    Bancos traseiros são confortáveis até na inclinação, mas falantes próximos ao ouvido são extremamente inconvenientes (Fernando Pires/Quatro Rodas)

    O seletor do câmbio é giratório e o botão “L” no meio aciona o modo que força o uso das marchas mais baixas, porque não há trocas sequenciais: nem por botão, nem por borboletas. Não tem retrovisor fotocrômico, tampouco sensores de estacionamento ou assistente de estacionamento. O único auxílio a manobras em um carro tão grande é a câmera de ré. E a única assistência avançada é a frenagem autônoma de emergência.

    Ford Maverick Lariat FX4 2022
    Acessório, a capota elétrica da caçamba é rígida. Não há capota de lona como equipamento de série (Fernando Pires/Quatro Rodas)

    Para um carro que mira um público aventureiro, estranha a central multimídia ser a Sync 2.5 com tela de 7 polegadas. Esse aparelho não tem navegador nativo, ao contrário da Sync 3 presente na Ranger e no Bronco Sport, capaz de se localizar mesmo onde não tenha sinal de celular.

    O acabamento interno simples, de plástico rígido e que arranha com facilidade, é herança de projeto idealizado para ser um carro de trabalho barato. Acaba destoando de equipamentos como os sete airbags, o ar-condicionado automático de duas zonas, o banco do motorista elétrico e dos faróis de leds (as setas têm lâmpadas convencionais, assim como as lanternas traseiras).

    Ford Maverick Lariat FX4 2022
    Nome da picape vai estampado na tampa traseira (Fernando Pires/Quatro Rodas)

    A capota marítima não é de série: a das fotos, com abertura elétrica, é acessório assim como os baús na caçamba e o santoantônio. Além disso, a capacidade de carga é de 617 kg, 7 kg a mais que a Fiat Strada CVT ou 140 kg a menos que a Fiat Toro flex.

    Não dá para dizer que a Ford Maverick seja uma alternativa premium a Fiat Toro, pois seu pacote de equipamentos que não faz muito sentido. É uma picape com dinâmica exemplar, melhor que a Fiat Toro para quem gosta de dirigir. Contudo, em vez de se posicionar como uma opção mais equipada e luxuosa, é apenas uma opção muito mais cara. Não pode dizer que o nome lhe deu azar.

    Ficha técnica – Ford Maverick Lariat FX4

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