BMW Série 1: nem parece um nacional
Apesar de ser montado no Brasil, o Série 1 reestilizado sofre com a alta do dólar e fica muito mais caro. Mas preserva as qualidades do modelo importado
Precisei deixar o Série 1 em um estacionamento e notei que o hatch havia sido cadastrado como importado. Isso me fez pensar que, daqui a um ano, talvez os valets do país ainda façam o mesmo. Não que eles não saibam que Santa Catarina fica no Brasil. É que é difícil crer que este automóvel seja feito lá.
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Não é culpa dos manobristas. Em primeiro lugar, o BMW é igual ao carro produzido mundo afora. Ao contrário do que Volks e Audi fizeram com seus Golf e A3 Sedan, o Série 1 não foi empobrecido para ganhar certidão de nascimento brasileira. Dois: o preço é de importado. Por R$ 165.950, a versão testada Sport GP causa a sensação de que o valor está errado. Em caráter temporário, o hatch era oferecido em outubro por R$ 119.950. E antes do início da produção local, saía a R$ 137.950.
Então, o que justifica tanto aumento? Segundo a BMW, apesar da fábrica no Brasil, boa parte das peças ainda é importada e cotada em dólar. Por isso, o impacto no custo de produção foi tão intenso.
Fora isso, a quantidade de equipamentos é notável para um modelo de entrada. A remodelação de estilo feita no final de 2015 incluiu faróis e lanternas de led, com xenônio na dianteira. O 120i Sport GP vem de série com ar dual zone, pneus run-flat, bancos de couro e motor com start-stop.
Na pista, o 2.0 flex turbinado surpreendeu pelo desempenho e pela economia. Gera 184 cv e 27,5 mkgf de torque (com álcool ou gasolina) e levou o hatch de 0 a 100 km/h em 7,3 segundos. Nas provas de consumo, fez 11,1 e 15,9 km/h (cidade e estrada). A transmissão automática de oito velocidades ajuda a manter o giro baixo em altas velocidades (2.200 rpm a 100 km/h) e contém os níveis de ruído e vibração na cabine. Mas o melhor do Série 1 só ele oferece em sua categoria: a tração traseira. Essa rara e prazerosa configuração, no futuro, não terá preço.
VEREDICTO
Este compacto é uma pequena joia na entrada do segmento premium. Mas está caro demais. Com esse valor, dá para comprar modelos de categorias superiores.
ACELERAÇÃO | |
---|---|
de 0 a 100 km/h: | 7,3 s |
de 0 a 1.000 m: | 28 s – 189,2 km/h |
VELOCIDADE MÁXIMA: | n/d |
RETOMADAS | |
de 40 a 80 km/h (em D): | 3,2 s |
de 60 a 100 km/h (em D): | 4 s |
de 80 a 120 km/h (em D): | 5,1 s |
FRENAGENS | |
60 / 80 / 120 km/h a 0: | 16,6 / 26,9 / 62,7 m |
CONSUMO | |
urbano: | 11,1 km/l |
rodoviário: | 15,9 km/l |
Preço: | R$ 165.950 |
---|---|
Motor: | flex, diant., long., 90,1 x 84, 4 cil., 1.997 cm3, 16V, 184 cv a 5.000 rpm, 27,5 mkgf entre 1.250 e 4.500 rpm |
Câmbio: | automático, 8 marchas, tração traseira |
Suspensão: | McPherson(diant.) / multilink (tras.) |
Freios: | discos vent. (diant. e tras.) |
Direção: | elétrica, 10,9 m (diâm. giro) |
Rodas e pneus: | liga leve, 205/50 R17 |
Dimensões: | comprimento, 432,4 cm; altura, 142,1 cm; largura, 176,5 cm; entre-eixos, 269 cm; peso, 1.375 kg; tanque, 52 l |
Equipamentos de série: | ar dualzone, GPS, banco de couro, xenônio, pneus run-flat, aro 17 |