Novo Toyota Mirai terá visual de carro comum para vender mais
Em busca de novos clientes, carro movido a célula de hidrogênio deixa para trás o visual "japonês futurista" e vira um elegante sedã
Esqueça o estilo “Jaspion”. Se a primeira geração do Toyota Mirai continha um visual futurista para lá de controverso – visto quase que unanimemente como feio -, a segunda apostará em traços mais contidos e certeiros.
Tudo para vender mais. Na prévia com jornalistas para o Salão de Tóquio 2019, executivos da fabricante não se esquivaram de dizer que a ideia foi deixar o modelo mais harmonioso e com cara de carro comum.
“Pensamos em um carro mais emocional e com estilo mais cativante. Queremos que as pessoas comprem um Mirai porque gostaram do carro, e não apenas porque é um veículo com célula de combustível”, afirmou Yoshizaku Tanaka, engenheiro-chefe do projeto, durante a apresentação.
Não é para menos. Desde 2014, quando foi lançado, apenas 10.000 unidades foram comercializadas. E estamos falando de vendas globais. Assim, foi-se o jeitão de notchback desajeitado e entrou no lugar a silhueta de um sedã grande e elegante.
São 8,5 cm a mais de comprimento e 14 cm de ganho em distância entre-eixos. Ao mesmo tempo, a altura foi reduzida em 6,5 cm, enquanto os pneus são 7,5 cm maiores em diâmetro (rodas aro 20) e 8 cm mais largos.
A radical mudança resultou em quase 5 metros de comprimento e 2,92 m de entre-eixos, além de 1,88 m de largura e 1,47 m de altura. De lado, é impossível não comparar o novo Mirai a um Jaguar.
A dianteira traz grade trapezoidal marcantemente larga e faróis que lembram o novo Hyundai Sonata. Já a traseira, composta por lanternas integradas e trios de guias em led com efeito tridimensional, remetem a modelos da Kia.
O que não muda é a utilização de uma célula abastecida por hidrogênio que, na reação com o oxigênio, gera energia para alimentar o(s) motor(s) elétrico(s) e despeja água da mais pura no sistema de escape.
Como a nova geração foi apresentada ainda como conceito, dados de desempenho e autonomia não foram revelados.
O que a Toyota afirma é que a segunda geração terá autonomia 30% maior do que a atual, estipulada em aproximadamente 500 km.
Isso será alcançado com ganho de eficiência no aproveitamento da energia elétrica e também com um aumento no tanque de hidrogênio.
QUATRO RODAS entrou na cabine do agora sedã e verificou que os vãos para as pernas ficaram muito generosos. Por outro lado, os assentos traseiros ainda são excessivamente altos e isso sacrifica o espaço para a cabeça.
O painel tem design limpo, concentrando as telas todas próximas ao motorista. Mas ainda há espaço para pequenas doses de ostentação, como nas faixas com luzes coloridas nos painéis central e laterais.
O acabamento tem opções de tom totalmente cinza escuro ou caramelo com faixas contrastantes em cinza e marrom.
O novo Mirai deve se tornar um carro real no último trimestre de 2020, para ser vendido em mercados como Japão, Europa, China e Estados Unidos.