Em video-conferência com jornalistas nesta quinta-feira (23), o presidente da VW do Brasil e América Latina, Pablo Di Si, comentou como a empresa está convivendo com a pandemia do coronavírus e como se prepara para a volta à rotina, quando houver flexibilização da quarentena.
Segundo Di Si, no momento, o foco da empresa é cuidar de seu caixa na região. Mas a VW se preocupa com toda a cadeia automotiva, que inclui empresas menor e com menos fôlego para atravessar a crise, com os fornecedores de auto-peças.
De acordo com o executivo, a estimativa é de que a indústria gaste nos próximos quarto meses o caixa equivalente a quatro anos de investimento.
Mais precisamente, Di Si revela que um estudo feito pelo setor calculou que será necessária uma injeção de R$ 40 bilhões de toda a cadeia automobilística do país para sustentar as operações no período.
Sobreviver à crise passou a ser o mais importante e a primeira consequência dessa mudança de prioridades é o congelamento de investimentos que estavam previstos.
No caso particular da VW, a empresa se preparava para iniciar um novo ciclo de investimentos, para lançamentos de novos produtos, que agora foi adiado.
As novidades previstas até o final do ano – os SUVs Nivus, que será produzido no Brasil, e Tarek, feito na Argentina – serão mantidas.
O Nivus será lançado no final de junho e o Tarek, no final do ano. Mas os demais projetos ficaram à espera de dias melhores, os quais não têm previsão de chegada.
No que diz respeito ao mercado, Di Si diz que não é possível prever como será a retomada. Mas acredita que a volta ao nível de atividade que havia antes da crise não deve acontecer este ano.
No que diz respeito à produção, a VW já tem um plano de retorno às atividades, embora sem data definida, que prevê a retomada de forma lenta e gradual, com um turno de produção somente, para ter tempo de avaliar o mercado e evitar a formação de estoques.
Assim como a VW, outras marcas também vão usar seus recursos para se manterem de pé, com perspectivas de uma volta gradual, depois que a crise abrandar.
Um documento elaborado pela Anfavea, a associação dos fabricantes, pede entre outras coisas o adiamento dos marcos regulatórios estabelecidos pela indústria junto ao governo.
Isso significa adiar os avanços planejados nas áreas de segurança, meio ambiente e eficiência energética.
Segundo, Di Si, a crise deve provocar mudanças no mercado durante a retomada, como a concentração do mix de vendas nas versões mais baratas e o incentivo a novas formas de acesso aos veículos.
Um exemplo são os chamados carros por assinatura, em que o cliente paga uma taxa mensal para usar um automóvel, ficando livre de custos com manutenção, seguro e licenciamento.
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