O projeto A0 SUV (também conhecido como VW246 ou Polo SUV), desenvolvido pela Volkswagen como um “SUV popular” para substituir Gol, Fox e Up! de uma só vez em 2022, está congelado.
Quem deu a informação foi o presidente da marca na América Latina, Pablo di Si, em entrevista por videoconferência ao site Automotive Business.
Conforme vinha sendo antecipado em primeira mão por QUATRO RODAS nos últimos meses, a fabricante chegou a encomendar um protótipo de R$ 4 milhões do modelo para apresentá-lo no Salão do Automóvel de São Paulo, em novembro.
No entanto, todo o cronograma da marca em relação ao modelo, que será um SUV de pegada popular, aos moldes do Renault Kwid – embora com porte maior -, tem enfrentado percalços importantes.
Primeiro, o salão foi adiado para 2021 devido a uma crise da organização com as fabricantes. Agora, a crise do coronavírus entrou em seu caminho.
Segundo Di Si, a paralisação das atividades fabris provocada pela pandemia levou a empresa a congelar o plano de investimentos previsto para produzir o modelo em Taubaté (SP), que estava prestes a ser anunciado.
“Se passamos por uma crise única no mundo, histórica, precisamos tomar decisões de acordo. (…) Estávamos em processo de fechar e comunicar um novo plano de investimento no Brasil antes da pandemia, mas obviamente ele está agora congelado. Não cancelado, mas congelado”, disse o executivo.
Segundo o presidente regional da VW, a decisão sobre a continuidade ou não do A0 SUV não será tomada antes de julho ou agosto, e dependerá do rombo que a covid-19 deixará nos cofres da companhia.
“Temos que olhar no curtíssimo prazo e, para a mim, [o mais importante é] a sobrevivência da cadeia para abril, maio e junho. Principalmente [dinheiro] em caixa e liquidez. Precisamos atravessar esse período de três meses e acho que nesse tempo já poderemos reavaliar a estratégia de produto”, declarou.
O líder regional da VW afirma que o interesse pelo produto “continua”, pois o mercado nacional não deverá sofrer grandes mudanças em suas características em médio e longo prazo. Mas fez uma ponderação:
“Obviamente, toda a indústria vai gastar muito dinheiro nos próximos meses. Em três ou quatro meses, gastaremos um valor similar a um plano de investimento de três a quatro anos. Este é o efeito que a crise vai ter”, enfatizou.
“Precisamos de senso de urgência e sobrevivência. Em julho, agosto, setembro vamos reavaliar o mercado, a nossa posição de caixa e liquidez, e pensaremos [se o projeto segue em frente ou não]”, completou.
Segundo Di Si, a boa notícia é que o coronavírus não afetará o lançamento do SUV cupê Nivus, pois este já teve o investimento de R$ 7 bilhões aplicado e está pronto para ter sua fabricação iniciada em São Bernardo do Campo (SP) tão logo esteja encerrada a paralisação das atividades.