Renault e Geely unem-se para fabricar dois carros no Brasil em 2026
Fabricantes criam joint venture e investirão R$ 3,8 bilhões na fábrica em São José dos Pinhais (PR)
A ofensiva chinesa da Geely no Brasil junto com a Renault ganhou um novo capítulo com a criação da joint venture Renault Geely do Brasil. Em cerimônia realizada em São José dos Pinhais (PR) nesta terça-feira (18), as fabricantes confirmaram a criação da nova empresa e um investimento de R$ 3,8 bilhões.
O acordo entre as duas fabricantes havia sido anunciado no início de novembro, com a Geely comprando 26,4% da operação da Renault do Brasil. Na época, ambas diziam que o plano era produzir os carros da Geely ao lado dos modelos franceses.
A movimentação ajudará as duas empresas. Para a Geely, significa acesso imediato a uma linha de montagem completa, sem a necessidade de construir uma fábrica e iniciar a operação com veículos desmontados. Para a Renault, representa ganho de escala industrial e, principalmente, acesso a tecnologias de eletrificação que faltavam ao seu portfólio.
“Vamos trazer ao menos um modelo por ano para aumentar nossa fatia de mercado de forma rápida”, afirma Victor Yang, vice-presidente sênior da Geely. A fábrica produzirá dois carros da marca chinesa a partir do 2º semestre de 2026, ambos eletrificados e feitos com a plataforma GEA. “Esperamos que todos os carros vendidos no Brasil sejam produzidos nessa fábrica”, complementa.
Fabrice Cambolive, CEO do Grupo Renault, explica que a fábrica paranaense vai parar no fim do ano para fazer as alterações necessárias para produzir carros com a nova arquitetura. O executivo ainda diz que a Renault espera dobrar a produção nacional com a chegada de novas plataformas.
A Renault Geely destaca que a produção dos carros chineses acontecerá de forma completa, sem a importação de kits da China – uma forma de cutucar BYD e GWM, que estão trazendo carros desmontados. Alguns componentes ainda serão trazidos de fora, mas a empresa pretende aumentar o nível de nacionalização com o tempo.
A arquitetura GEA (Geely Electric Architecture), feita para carros híbridos e elétricos, será utilizada também pela Renault. Isso abre as portas para a estreia de novos modelos nacionais eletrificados, sem depender da importação da Europa ou China.
Essa estratégia replica no Brasil o que as empresas já fazem globalmente por meio da Horse Powertrain, joint venture dedicada a motores a combustão e híbridos — responsável, inclusive, pelos motores 1.0 turbo que equipa o Kardian e 1.3 turbo que equipa o Boreal.
Não é só aqui que as duas empresas se uniram para fazer carros. Geely comprou 34,02% da operação no país, ao mesmo tempo em que a Samsung reduziu sua participação de 19,9% para 13,1%. O Grand Koleos é o primeiro carro feito junto com a Geely e que já é vendido na Coreia do Sul. O SUV chegou a vir ao Brasil para testes, mas sua chegada está indefinida.
Do lado chinês, a operação ganha tração. A Geely estreou com SUV elétrico EX5 e acaba de lançar o EX2 de olho nos BYD Dolphin Mini e Dolphin. Os planos não param por aí, com um modelo já em testes para 2026, o Geely Starship 7, um SUV híbrido plug-in projetado para enfrentar o BYD Song Plus e o GWM Haval H6.
Do lado da Renault, a primeira novidade será a renovação de um modelo da linha atual ainda em 2026. Tudo indica que será a reestilização do Kwid, recebendo um estilo próximo do que estreou no Kwid E-Tech 2026, lançado em outubro.
A fabricante francesa terá uma nova plataforma Renault com tecnologia de eletrificação, programada para 2027. No mesmo ano, a empresa lançará um novo veículo. A picape Niagara está prevista para 2026, porém será feita na Argentina.


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