Os dias de tranquilidade do Ford EcoSport estão contados. Pelo menos essa é a expectativa da General Motors, que ingressa no segmento de SUVs compactos com o novo Tracker. Apesar do nome conhecido, ele não traz absolutamente nada do antigo modelo.
As diferenças começam por onde os olhos não veem. Enquanto o antigo Tracker era um Suzuki Gran Vitara com a gravatinha Chevrolet, seu xará é um projeto global, que aqui aproveita a plataforma GSV. Concebida para o desenvolvimento de veículos compactos, ela também é utilizada por Onix, Sonic, Spin e Cobalt.
O motor é o 1.8 Ecotec do Cruze, que entrega 144 cv com etanol e 141 cv se o combustível for gasolina, ambas a 6.300 rpm. O torque máximo chega a 18,9 mkgf com etanol, a 3.800 rpm, sendo que 90% dele está disponível a 2.200 rpm. A transmissão automática de seis marchas é a já conhecida GF6, utilizada em Cruze, Sonic e outros modelos da marca. Pena que no Tracker ela também preserva o sistema de trocas sequenciais por teclas na própria manopla de câmbio, em vez de práticas borboletas atrás do volante. No que diz respeito a desempenho, com o combustível etílico, o Tracker leva 11,9 segundos para acelerar de 0 a 100 km/h, chegando aos 189 km/h.
O design é bastante moderno, chegando a lembrar uma “mini-Captiva” – não à toa, este foi o apelido dado pela imprensa antes da escolha do nome Tracker. A frente ostenta faróis com parábola dupla e a grade dividida em duas seções da atual identidade visual da Chevrolet. A lateral tem para-lamas largos e marcados por vincos pronunciados que chegam à altura das maçanetas das portas traseiras. Já o desenho das lanternas imita o dos faróis, ao mesmo tempo em que também lembram a Captiva. Nada de estepe na tampa do porta-malas: a solução tão querida no EcoSport chegou a ser cogitada, mas os designers preferiram um estilo mais limpo.
O interior tem nível de acabamento superior ao do rival da Ford e uma profusão de porta-objetos: são 25 nichos para guardar objetos pequenos e médios, segundo a GMNotam-se também algumas peças vindas de outros modelos da linha, como o volante multifuncional do Cruze e as saídas de ar redondas do Sonic. Do hatch também vem o painel digital com iluminação azulada. Já o espaço é bom, inclusive no banco de trás.
Neste primeiro momento, o modelo será vendido somente na versão mais cara, a LTZ – a versão LT chega depois. Por 71.900 reais, ela vem recheada com ar-condicionado (convencional, e não digital), direção hidráulica, vidros elétricos nas quatro portas, travamento central das portas, espelhos retrovisores com ajustes elétricos, sistema multimídia MyLink, bancos com revestimento em couro, rodas de liga leve aro 18, airbag duplo frontal e freios ABS com EBD, entre outros itens. Estranhamente, o SUV fica devendo os controles de tração e de estabilidade, oferecidos no EcoSport e até no próprio Tracker LTZ vendido no México. O único pacote de opcionais, oferecido numa versão chamada pela GM de LTZ2, acrescenta teto solar elétrico e airbags laterais e do tipo cortina. Ele sai por 3.500 reais, aumentando a conta para 75.490 reais. O principal rival do Tracker LTZ é o EcoSport Titanium, vendido com um motor 2.0 e câmbio automatizado de dupla embreagem por 75.075 reais.