Greve do Ibama prejudica mercado de importação de veículos em 2024
Paralisação ocorre desde janeiro e vem impactando as vendas de carros importados, principalmente os que chegam da China e da Argentina
Entre as várias funções do Ibama está a emissão da licença ambiental que permite que carros sejam importados para o Brasil. Ela é necessária para comprovar que o veículo atende às normas brasileiras antes mesmo que entre no Brasil.
Desde janeiro, os servidores do Ibama têm reivindicado aumento de salário, plano de carreira e melhores condições de trabalho. Embora não estejam completamente parados, eles têm organizado protestos e paralisado algumas atividades, o que tem contribuído para os atrasos no setor de importação.
Esses atrasos já podem ser responsáveis por queda nos emplacamentos de carros importados. De acordo com reportagem da Folha, no início de março havia cerca de 30.000 carros importados parados em portos aguardando a liberação do Ibama.
A paralisação tem retardado a liberação de veículos importados, interrompendo uma sequência de seis meses de crescimento nas vendas em relação ao ano anterior.
Dados do Renavam obtidos pela AutoData mostram que, em São Paulo, os emplacamentos de automóveis, comerciais leves, caminhões e ônibus totalizaram 187.700 unidades em março. No período correspondente do ano passado, foram licenciados 199.000 veículos.
A falta de liberação, especialmente de veículos chineses, que têm mostrado bom desempenho dentro do mercado brasileiro, é apontada como uma das razões para essa queda.
A greve também afeta modelos de fabricantes como Stellantis, Volkswagen e Toyota, que estão enfrentando atrasos nos portos. Os Fiat Cronos, Peugeot 208 e Volkswagen Taos tiveram forte queda nos emplacamentos neste início de ano após uma boa sequência de vendas em alta no fim de 2023.
A paralisação prejudica todo o processo de importação, afetando desde a liberação dos veículos até o processo de emplacamento nas concessionárias.
Apesar das dificuldades enfrentadas na importação, os números de venda de março, mesmo com a queda de 6%, não podem ser considerados negativos. Em comparação com fevereiro, que registrou 165.200 unidades licenciadas, as vendas de março aumentaram 13,3%. A média diária de vendas também apresentou um aumento em relação ao mesmo período do ano anterior, atingindo 9.400 unidades por dia. No primeiro trimestre, as vendas apresentaram um crescimento de 9,1%, totalizando 514.500 unidades, o melhor resultado para o período desde 2021.