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Funcionários da GM entram em greve após demissões ‘ilegais’ em 3 fábricas

Demissões por telegramas e empregados despedidos sob estabilidade geram revolta e levam a paralisação de fábricas da GM em São Paulo

Por Eduardo Passos, João Vitor Ferreira
Atualizado em 23 out 2023, 18h02 - Publicado em 23 out 2023, 16h21

Os operários da General Motors estão em profundo desentendimento com a chefia. O problema escalou a ponto de uma greve ter sido instaurada nas fábricas de São José dos Campos, São Caetano do Sul e Mogi das Cruzes, todas no estado de São Paulo e onde são fabricados modelos como o Chevrolet Trailblazer e a picape S10, a Montana e o Tracker.

Tudo começou no sábado (21), quando a GM contatou diversos funcionários através de e-mails e telegramas, avisando que eles haviam sido demitidos. A mensagem justificava a dispensa pela “queda nas vendas” e ordenava o comparecimento à Administração nesta segunda-feira (23). Não há estimativa sobre quantos funcionários foram desligados.

Na mês passado, a montadora ofereceu um Plano de Demissão Voluntária aos funcionários posteriormente desligados. QUATRO RODAS teve acesso a um documento, que entre outros itens, garantia 21 meses de plano médico ou sete meses de salário. Havia opções intermediárias, com um mês de salário correspondendo a três meses a menos de plano.

Telegrama informando a demissão de um funcionário da Chevrolet
Telegrama informando a demissão de um funcionário da Chevrolet (Reprodução/Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos)

O problema é que a fábrica de São José dos Campos já estava em layoff desde junho. E, à época, a General Motors se comprometeu a reduzir jornadas e salários em troca de garantir que os afetados pela paralisação parcial não seriam demitidos, informou o Sindicato dos Metalúrgicos local, que classificou a atitude como ilegal perante à CLT.

Segundo o G1, até uma gestante foi mandada embora. Tanto o descumprimento do acordo quanto a forma de comunicação geraram revolta, e, já no domingo, uma assembleia aprovou a greve em protesto. Nesta segunda, a planta amanheceu paralisada.

E-mail com Plano de Demissão Voluntária oferecido pela GM na semana passada
E-mail com Plano de Demissão Voluntária oferecido pela GM na semana passada (Acervo/Quatro Rodas)

O presidente do Sindicato, Weller Gonçalves, classificou a atitude como um “ataque da GM”, e garantiu:  “ O Sindicato vai buscar todas as formas para pressionar a empresa a reverter as demissões”. A reversão é, inclusive, uma das condições para que a greve seja encerrada.

Problemas em outras fábricas

As demissões também se estenderam às fábricas de Mogi das Cruzes e São Caetano do Sul, também em São Paulo. O resultado foi semelhante no ABC, onde também há protestos e paralisação.

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Complexo Industrial da GM em São José dos Campos
Complexo Industrial da GM em São José dos Campos (Divulgação/Chevrolet)

Também se repetiu a confusão: o secretário do Sindicato dos Metalúrgicos local, Cícero Matos da Costa, relatou que alguns demitidos sequer receberam a carta, de modo que chegaram para trabalhar nesta segunda-feira e receberam a notícia derradeira. Ao mesmo tempo, há relatos nas duas unidades de funcionários em layoff que foram chamados de volta aos seus postos pouco antes das despedidas em massa.

A Chevrolet não respondeu à reportagem de QUATRO RODAS, inclusive acerca da acusação de que as demissões ferem a lei brasileira. Ao G1, a empresa destacou a necessidade econômica da medida, ressaltando que tentou evitá-la através dos layoffs, férias coletivas e PDVs. 

No momento, a produção nacional se limita à planta de Gravataí (RS), onde são fabricados Onix e Onix Plus.

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