Ford Maverick está sendo “hackeada” e melhorada com partes de outros Ford
Com Ford aproveitando peças em diferentes modelos, donos da Maverick usaram a criatividade para dar mais tecnologia à nova caminhonete
Com a chegada da Ford Maverick ao Brasil, maiores entusiastas começam a se inspirar nos Estados Unidos, onde a caminhonete é vendida há alguns meses. Lá, a compatibilidade entre a Maverick e outros Ford vem sendo colocada à prova com direito a um inédito quadro de instrumentos digital instalado artesanalmente (e com surpreendente grau de sucesso).
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O upgrade caseiro vem se tornando moda no fórum Maverick Truck Club, que discute as minúcias da picape intermediária. Tudo começou quando um usuário teve uma ideia ousada: ameaçar a garantia do modelo ao instalar a instrumentação do SUV Escape.
O sucesso foi surpreendente: de acordo com o autor da gambiarra, Tyve Mattis, bastou retirar o quadro analógico e conectar o digital, com generosas 12,3’’. Sem necessidade de programação adicional, a Maverick se modernizou instantaneamente.
Mas isso veio com alguns problemas, principalmente por conta dos sensores que medem o nível de combustível. Como o Escape, mais luxuoso, tem o dobro de peças destinadas à essa função, um bug curioso passou a mostrar a gasolina sempre pela metade.
“Eu tinha 1/4 do tanque quando fiz a troca e o painel passou a mostrar ⅛. Agora o tanque está cheio e o medidor diz que ele está pela metade”, comentou Mattis.
Logo outros membros se juntaram para sanar essas e outras falhas, que incluíam problemas na seleção dos modos de condução, controle de cruzeiro e quilometragem, que foi herdada do antigo carro do cluster.
Para a questão do hodômetro, uma solução parcial: o software de programação da Ford permite que o número seja aumentado, barrando a diminuição por questão de fraudes. Desse jeito, é possível adquirir um painel novo e ajustá-lo de acordo com a rodagem da picape.
Asaleigh também conseguiu contornar o problema do nível de combustível, exibindo orgulhoso sua Maverick com 12,3’’ de telas atrás do volante. Segundo o membro do MTC, o único problema é necessidade de desligar o carro para que altere os modos de condução. “O carro que aparece na tela é um Escape”, acrescentou.
O incremento que a tela trouxe aos carros foi notável, ao ponto de mais usuários indicarem sua intenção de fazer o mesmo. O maior problema, entretanto, é a garantia, e o próprio Tyve Mattis já recebeu um recado nada amistoso da Ford acerca da proteção de fábrica.
Ainda que nenhuma versão da Maverick ofereça instrumentos digitais de série, esse é um acessório esperado para versões futuras, já com a crise de semicondutores amenizada.